Crivella usa Record para ‘abafar’ irregularidades de seu governo e atacar adversários

ROTANEWS176 E POR OCANAL 27/07/2019 20:00                                                                                                      Por Pedro Pereira

Reprodução/Foto-RN176 Marcelo Bezerra Crivella é um engenheiro, escritor religioso e político brasileiro, filiado ao Partido Republicano Brasileiro e atual prefeito da cidade do Rio de Janeiro

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), desde que assumiu o cargo em 2017 tem feito um governo marcado por falta de realizações e polêmicas – oferecimento de facilidades para membros de igrejas evangélicas, pedidos de impeachment por ter prorrogado sem licitação uma concessão de mobiliários públicos.

Contudo, o atual prefeito da capital Fluminense já demostrou que pretende tentar a reeleição para o executivo em que ocupa atualmente, nas eleições municipais de 2020.

Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Crivella já foi senador, Ministro da Pesca no Governo Dilma Rousseff e atualmente é Prefeito do Rio. É também sobrinho do Bispo Edir Macedo, dirigente máximo da IURD e do canal de televisão Record TV.

Faltando pouco mais de um ano para as eleições, Marcelo Crivella tem se utilizado cada vez mais da emissora de seu tio para emplacar sua pré-campanha a reeleição. Quem liga a TV no “canal 13” para assistir o “Balanço Geral RJ” por exemplo, tem a impressão de estar vivendo em um mundo paralelo que não é, de forma alguma, o Rio de Janeiro.

Troca-troca de secretariado, nomeações duvidosas, redução de investimentos em saúde e educação, despesas excessivas com pessoal, desmonte do carnaval carioca, comercialização de imóveis públicos em massa, alerta de rombo recorde de R$ 3,25 bilhões – esse é o Rio de Janeiro que a Record TV não mostra em hipótese alguma.

Para se ter uma ideia, em seu programa de governo registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante a eleição de 2016, Marcelo Crivella estabeleceu metas específicas para as áreas de saúde, segurança e transporte que deveriam ser alcançadas até o fim de 2018 -ano em que ele chegou a metade de seu mandato. Das nove promessas, nenhuma foi cumprida, como mostra o levantamento da agência Lupa. O site de notícias da Record, passa longe deste assunto.

Na semana passada, o vereador Paulo Messina, antigo homem de confiança de Crivella, foi às redes sociais para denunciar mais de R$ 90 milhões em obras públicas que estão sendo executadas por Crivella sem licitação. “Como elas [as obras] não têm contrato, não têm engenheiro responsável, e nem sequer fiscalização para saber se estão respeitando o projeto”, diz Messina chamando as obras de “clandestinas” e argumentando que são “uma porta para a corrupção”.

Para justificar a falta de licitação, o prefeito afirmou que as obras são emergenciais. O secretário de infraestrutura Sebastião Bruno também saiu em defesa do patrão, dizendo que “seguir o que determina a lei, é difícil”. Na opinião do advogado e especialista em direito administrativo, Manoel Peixinho, as contratações de emergência também devem respeitar a lei: “Não é um cheque em branco, paro o gestor público fazer o que quiser” – disse Peixinho. Na quarta-feira (24), o Tribunal de Contas do Município (TCM) determinou uma inspeção extraordinária em todas as 38 obras emergenciais feitas sem contrato pela Prefeitura do Rio.

É curioso que diferente da TV Globo – que cobriu amplamente mais esse escândalo da gestão Crivella, a Record TV, mais uma vez, ignorou as irregularidades cometidas por Marcelo Crivella, na Prefeitura do Rio.

O R7 também tem feito uma série de manchetes para atacar ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), que provavelmente deve disputar a prefeitura do Rio contra o próprio Crivella, no ano que vem.

Desde que deixou a prefeitura no final de 2016, Paes é constantemente atacado pelo atual prefeito, que dispara acusações envolvendo a prefeitura do Rio. Em fevereiro de 2017 por exemplo, em entrevista ao site da Record TV, Crivella afirmou que Eduardo Paes havia deixado um déficit de R$ 3 bi nas contas da prefeitura do Rio, em seguida, Crivella foi desmentido pelo Tribunal de Contas do Município (TCM-RJ), após a conclusão dos concelheiros, que deixaram claro que Paes não deixou dívidas à gestão de Marcelo Crivella.