Edificar uma existência valorosa

ROTANEWS176 E POR BRASIL SEIKYO 14/07/2018 19:10

Reprodução/Foto-RN176 Da direita para esquerda: Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai e seu discípulo, O jovem Daisaku Ikeda (Dr. Daisaku Ikeda), atualmente é um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista  é o Mestre e Terceiro  Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Editora Brasil Seikyo – BSGI

O conceito de “caminho do meio” no Budismo de Nichiren Daishonin descreve o caminho ou a forma de transcender e reconciliar a dualidade que caracteriza a maioria dos nossos pensamentos.

Em sentido mais amplo, o caminho do meio é a visão iluminado do Buda sobre a vida, assim como as ações ou atitudes que podem criar felicidade para si e para os outros; está baseado no esforço contínuo e dinâmico para aplicar a sabedoria budista nas questões e nos desafios da vida e da sociedade.

O caminho do meio pode ser considerado um objetivo universal para todas as tradições budistas. É por essa razão que o próprio budismo é, por vezes, referido como o “caminho do meio”.

No capítulo “Dinâmico Avanço”, volume 11 do romance Nova Revolução Humana, Shin’ichi Yamamoto [nome do presidente Ikeda na obra] apresenta a principal meta desse conceito budista quando difundido nos aspectos políticos da sociedade.

Respeito a dignidade das pessoas

O discurso proferido a esse respeito por Shin’ ichi sucedeu no ano de 1966. O mundo permanecia apreensivo devido à grande tensão entre Estados Unidos e União Soviética, período conhecido como Guerra Fria. Ele também discursou sobre o impasse a que chegaram os dois blocos, tanto o capitalismo como o comunismo, pelo fato de desconsiderarem o ser humano, que é o fator essencial em sua política.

“Shin’ichi discorreu sobre a política do ‘caminho do meio’.

A política do caminho do meio tem como meta promover a benevolência e o respeito absoluto à dignidade da vida humana fundamentando-se no princípio de mesmo nome exposto no budismo. Respeitar a dignidade das pessoas é lutar pela máxima felicidade que um indivíduo pode desfrutar. Toda a estrutura social e as atividades do homem têm como objetivo final a felicidade das pessoas. Promover a política com esse pensamento e construir como resultado uma nova sociedade é o ideal do ‘caminho do meio’”. (NRH, v. 11p. 221)

Base do humanismo budista

“Respeito a dignidade das pessoas é lutar pela máxima felicidade que um indivíduo pode desfrutar. Toda a estrutura social e as atividades do homem têm como objetivo final a felicidade das pessoas”

 ‘A sociedade capitalista visa o lucro em primeiro lugar e é inevitável que a felicidade de muitas pessoas seja sacrificada em nome desse objetivo maior. No caso da sociedade comunista, a liberdade individual é fortemente oprimida pelo regime de governo totalitário e pelo sistema de economia unificado. Como resultado, o capitalismo está tentando corrigir seu rumo para minimizar o efeito negativo na grande massa. Da mesma forma, o comunismo está procurando reconhecer parte dos direitos individuais reivindicados pela população. Podemos dizer que o mundo está movendo de fato em direção ao caminho do meio que tem como base o humanismo exposto no budismo. Tenho plena convicção de que estamos entrando numa era em que os povos irão aspirar à construção da nova sociedade de paz e prosperidade fundamentada no ‘caminho do meio’.

Ouvindo as explicações de Shin’ichi, todos os participantes sentiram que suas dúvidas se dissiparam instantaneamente.

Ele continuou a falar sobre a prática mais concreta do ‘caminho do meio’ dizendo que este correspondia ao ato de estabelecer o princípio da confiança e da harmonia nas relações sociais. Embora fosse duas simples palavras, Shin’ichi afirmou que era exatamente o que faltava nas relações da política nacional e internacional. (Ibidem)

Uma nova sociedade

        No plano social e político, o caminho do meio poderia ser expresso como o compromisso para defender o respeito pela dignidade da vida e colocar esse compromisso antes de aderir a uma ideologia política ou econômica em particular. Essa abordagem é expressa por Grandhi em suas palavras: “Lembre-se do rosto da pessoa mais pobre e mais fraca que já viu, e pergunte a si mesmo se o passo que você vai dar terá alguma utilidade para ela”. (BS, ed. 2,376, 17 jun. 2017, p. A3)

A visão da SGI é que indivíduos comprometidos com esse esforço sustentado para orientar a sua vida em uma direção positiva, inevitavelmente, começam a mover a própria sociedade na direção da felicidade e da convivência harmoniosa.