ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 19/09/2020 10:17
ESPECIAL
APRENDER COM A NOVA REVOLUÇÃO HUMANA – VOLUME 15
HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI
No capítulo “Florescimento”, do volume 15, da Nova Revolução Humana, o presidente Ikeda destaca:
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da Editora Brasil Seikyo – BSGI
O traço que melhor distingue o Budismo Nichiren é o fato de ser a religião do kosen-rufu. Em outras palavras, estimula seus seguidores a trabalhar pelo bem-estar e pela paz de todos propagando a Lei Mística (…). O Budismo Nichiren também é uma religião que busca “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”. (p. 226)
“Estabelecer o ensinamento” refere-se ao ato de instilar a filosofia do budismo no coração de cada pessoa, por meio do qual nos esforçamos para concretizar a “pacificação da terra” — a paz e a prosperidade social. Se “estabelecer o ensinamento” consiste na missão religiosa daqueles que praticam este budismo, então a “pacificação da terra” indica nossa missão social; só podemos considerar nossa missão religiosa concluída quando a paz estiver consolidada na terra.
O capítulo “Revitalização” relata fatos referentes à Reunião Nacional de Líderes de 3 de maio de 1970, na qual Shin’ichi Yamamoto declara que o kosen-rufu constitui “um grande movimento cultural, que se desenrola no vasto solo espiritual da Lei Mística”. Com Shin’ichi na liderança, a Soka Gakkai promoveu um movimento para influenciar positivamente a sociedade pelo poder humanístico da cultura, como um meio de cumprir sua missão de concretizar a paz na terra.
O capítulo prossegue detalhando como Shin’ichi começa a escrever poemas e a oferecê-lo aos membros em diversas ocasiões como forma de incentivo. Para ele, poesia representa um modo de revelar o “grande caminho da paz e da felicidade para todos” e prover uma perspectiva budista do mundo e do ambiente natural. O capítulo “Florescimento” também descreve os esforços de Shin’ichi para tirar fotos durante a sua permanência em Hokkaido como mais uma forma de encorajar, louvar e inspirar os membros, considerados por ele como porta -estandartes — os protagonistas — da cultura humanística.
O renomado fotógrafo japonês Yoshikazu Shirakawa certa vez observou que as imagens captadas pelo presidente Ikeda refletem profundamente o sentimento sincero e puro de inspirar o maior número de pessoas possível a se tornar felizes. De fato, um forte desejo de incentivar os outros emana das fotografias produzidas por ele. O jornal Seikyo Shimbun publica regularmente fotos tiradas pelo presidente Ikeda acompanhadas de trechos de poemas e de textos de sua autoria. Essa é a maneira encontrada por ele de exortar os companheiros: “Não sejam derrotados! Sejam fortes! Avancem comigo!” (p. 245).
Propostas concretas
No outono de 1970, a Soka Gakkai empenha-se com intensa seriedade às atividades voltadas para a promoção de uma cultura de genuíno humanismo na sociedade. Na época, o povo japonês estava absorto com as notícias sobre as doenças relacionadas com a poluição, itai-itai e Minamata,1 que afligiam partes do país.
Shin’ichi passa a tratar da crescente gravidade da questão da poluição, contribuindo com um ensaio intitulado “Japão, um Laboratório da Poluição?” para uma importante revista mensal japonesa. Além disso, redige texto sobre o assunto para a edição de outono da Toyo Gakujutsu Kenkyu [Revista de Estudos Orientais] publicada pelo Instituto de Filosofia Oriental, afiliado da Soka Gakkai. Nesses artigos, ele discute a poluição da perspectiva de sua relação com a sociedade humana como um todo. São considerados singulares por identificarem as formas de raciocínio que acarretaram tal degradação e proporcionam um direcionamento claro para a solução da questão.
No capítulo “Juramento Seigan”, do volume 30, Shin’ichi relembra que Toda sensei frisou a importância de apresentar propostas concretas para a paz da humanidade e, então, tomar a iniciativa de concretizá-las. Ele apontou as seguintes razões para isso:
Mesmo que tais propostas não sejam aceitas e realizadas de imediato, elas se tornam faíscas pelas quais se espalham as chamas da paz. Teorias abstratas são sempre vazias e fúteis. Mas propostas concretas se tornam “pilares” para sua realização e “telhados” para proteger a humanidade. (Brasil Seikyo, ed. 2.418, 5 maio 2018, p. D2)
Os artigos do presidente Ikeda sobre a poluição ambiental foram um meio de pôr em prática a orientação do seu mestre [Josei Toda]. Também é com esse espírito que ele vem oferecendo propostas de paz todos os anos em 26 de janeiro, Dia da SGI, desde 1983.
No esforço de materializar e implementar os ideais e as concepções expressos pelo presidente Ikeda nessas propostas, a Divisão dos Jovens (DJ) da Soka Gakkai lançou recentemente uma iniciativa denominada Soka Global Action 2030 (Ação Global Soka 2030). O ano 2030 assinala o centenário da Soka Gakkai, além de representar o ponto de chegada dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Rumo a esse marco, o programa Ação Global Soka 2030 se devota a atividades para acelerar o ímpeto da abolição das armas nucleares e a supressão das guerras e para fomentar a boa vontade e a amizade na Ásia, ao lado da promoção dos ODS.
Na proposta de paz deste ano, o presidente Ikeda comenta essa nova iniciativa em prol da paz, liderada pelos jovens, e manifesta a enorme expectativa que nutre em relação a eles: “Tenho profunda confiança de que, enquanto houver solidariedade entre os jovens, não haverá impasses que não possamos ultrapassar” (Terceira Civilização, ed. 621, maio 2020).
Os jovens detêm a chave para um futuro mais radiante. Como expressa Ikeda sensei: “Quando o jovem age, a época toma um novo rumo. Os jovens sempre detêm a chave para vencer batalhas decisivas que mudam o curso da história” (p. 58). Oremos sinceramente para que a Divisão dos Jovens seja capaz de empreender ações à sua realização com total liberdade.
Cristalização do espírito de mestre e discípulo
O capítulo “Universidade Soka” narra o processo de desenvolvimento da universidade, desde a sua inauguração até a formatura da primeira turma.
Hoje, o portão principal e a torre central da instituição exibem inscrições com ideogramas chineses que representam “Universidade Soka” na caligrafia do presidente fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi. A criação de um sistema escolar englobando o nível universitário era o sonho de Makiguchi, uma concepção enunciada por ele no Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor].
Herdando esse ideal, em novembro de 1950, em meio à terrível circunstância pessoal de ter sido forçado a suspender as operações de suas empresas, o presidente Josei Toda compartilha com Shin’ichi o anseio de fundar a Universidade Soka. Shin’ichi acolheu o desejo acalentado por seu mestre e o gravou no fundo do coração.
A Universidade Soka finalmente é inaugurada em 2 de abril de 1971 — ano do 100º aniversário de nascimento do presidente Tsunesaburo Makiguchi e data do falecimento do presidente Josei Toda. A fundação da Universidade Soka representa, de fato, a “cristalização do espírito de mestre e discípulo abrangendo três gerações”.
Num diálogo com alguns estudantes da primeira turma, Shin’ichi expressa que, assim como ele, aqueles jovens são “os fundadores da Universidade Soka” (p. 107). Acreditando firmemente nos estudantes, depositando confiança no fato de que eles encarariam o desafio de construir a universidade com a mesma consciência e senso de responsabilidade que o fundador, ele se abstém deliberadamente de realizar visitas oficiais. Na verdade, por respeito à autonomia da universidade, Shin’ichi evitou participar do evento de inauguração e da primeira cerimônia de ingresso, apesar da posição como fundador. Somente em novembro, no Festival Universitário Soka, que se converteu em sua primeira visita oficial ao campus, torna-se claro o ideal daquela universidade permeada pelo transbordante amor do fundador pelos estudantes como uma instituição centrada no aluno.
Além disso, em seu discurso na cerimônia de formatura da primeira turma, Shin’ichi faz alusão ao princípio budista de que a “assembleia no Pico da Águia ainda não se dispersou” (p. 213) e explica que, “embora num certo plano nossos caminhos possam se separar, sempre estaremos juntos” (Ibidem). Em seguida, propôs que os formandos selassem o “juramento de viver com o espírito de sempre permanecer ligados uns aos outros em seus corações” (Ibidem). Com essas palavras gravadas na vida, os alunos graduados pela Universidade Soka hoje desempenham papel ativo em vários campos da sociedade no mundo inteiro.
A Universidade Soka celebrará seu 50º aniversário no próximo ano. Ela foi selecionada para fazer parte do Top Global University Project, uma iniciativa do Ministério da Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia do Japão. Seus esforços ativos para promover os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) também obtiveram reconhecimento e louvor de revistas acadêmicas, como a Times Higher Education, do Reino Unido.
Desse e de vários outros modos, a missão da Universidade Soka continua se ampliando à medida que a instituição se empenha para abrir um caminho para a paz duradoura, cultivando excelentes cidadãos dedicados a prestar contribuições positivas para a sociedade.
Principais trechos
O verdadeiro humanismo deve estimular a harmonia entre a humanidade e a natureza ou, mais adequadamente, deve se alicerçar no princípio de que a humanidade e seu ambiente são unos e inseparáveis. (Revitalização, p. 23)
É o povo que muda os rumos da sociedade e da época. A história muda quando o povo se torna sábio e se ergue como protagonista da mudança. (Revitalização, p. 25)
Estudo e conquistas acadêmicas não devem ser meros instrumentos para o progresso individual. Devem ser utilizados na busca de felicidade para os outros, e o estudo universitário deve ser consagrado a servir e a contribuir para a vida daqueles que não puderam prosseguir nos estudos. (Universidade Soka, p. 96)
A educação se inicia com os professores. O caráter deles é a fonte da criação de valores em que consiste a educação. Nesse sentido, os professores são os formadores do ambiente educacional. (Universidade Soka, p. 172)
Um cumprimento amistoso é como bater à porta do coração de outra pessoa. O verdadeiro humanismo se encontra no calor de uma saudação. (Florescimento, p. 252)
Resumo do conteúdo
Revitalização
Shin’ichi trata de problemas decorrentes da poluição ambiental como o surto de intoxicação por mercúrio na área de Minamata, e incentiva as pessoas afetadas. São realizados festivais culturais por todo o Japão. Shin’ichi publica uma série de poemas, entre eles Ode à Juventude.
Universidade Soka
A Universidade Soka é inaugurada em abril de 1971. Shin’ichi participa de vários festivais estudantis e revela um caminho para a educação humanística.
Florescimento
Shin’ichi passa a tirar fotos para incentivar os membros. Laços de amizade nascem em Kamakura e em Misaki, província de Kanagawa, por meio de eventos comunitários. Shin’ichi e os membros locais apoiam o trabalho de socorro aos participantes do Jamboree Mundial Escoteiro, que foram atingidos por um tufão muito forte.
Nota:
- Doenças itai-itai (dói-dói) e Minamata, relacionadas à contaminação ambiental. Itai-itai (literalmente, “ai-ai”) era causada pela ingestão de cádmio por meio de produtos agrícolas e água durante um longo período, o que acarretava alterações no metabolismo de cálcio no organismo e resultava em ossos fracos, malformados e fáceis de quebrar. Alguns ossos se tornavam tão quebradiços que podiam fraturar com um simples espirro.
Itai-itai também ocasionava extrema dor nas costas, nos ombros e nos joelhos, fazendo as vítimas gritarem constantemente — daí o nome “ai-ai”.
Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de 29 de janeiro de 2020.