ROTANEWS176 29/06/2024 02:45

As experiências fora do corpo (EFCs) podem deixar uma impressão significativa e duradoura naqueles que passam por elas, e também podem aumentar sentimentos de empatia para com os outros, de acordo com uma nova enquete.

Reprodução/Foto-RN176 Crédito da imagem ilustrativa: n3m3/playground.com

Sabe-se que as Experiências Fora do Corpo ocorrem em muitos cenários, inclusive quando as pessoas estão perto da morte ou hipnotizadas. Um artigo de 1982 relatou que até 15% dos participantes experimentaram pelo menos uma EFC em algum momento de suas vidas.

Embora as EFCs já tenham sido associadas ao aumento da empatia, uma equipe da Universidade da Virgínia examinou mais de perto a relação entre as duas e os mecanismos cerebrais que podem estar por trás disso.

Em particular, os pesquisadores analisaram a dissolução ou morte do ego, onde o senso de identidade de alguém evapora e ele se sente muito mais conectado a tudo ao seu redor e ao resto do Universo.

A equipe liderada pela neurocientista Marine Weiler escreve:

“Exploramos a noção de que as EFCs podem gerar estas mudanças através da dissolução do ego, o que promove um sentido profundo de unidade e interligação com os outros.”

Sabemos que as EFCs podem ter um efeito transformador: 55% daqueles que as vivenciam relatam ter sofrido profundas mudanças posteriormente, enquanto 40% consideram a EFC pela qual passaram como a maior experiência de suas vidas.

Depois das EFCs, as pessoas muitas vezes tornam-se mais conscientes das necessidades dos outros e demonstram maior paciência com os outros, e é aqui que entra a empatia: uma capacidade de compreender e partilhar os sentimentos dos outros.

A sensação de desencarnação e remoção do reino físico que caracteriza as EFCs leva à dissolução do ego, dizem os pesquisadores. Isso então se desenvolve em um fortalecimento dos relacionamentos com outras pessoas.

Os investigadores escreveram:

“O sentido do eu já não está centrado no ‘eu’ e é percebido mais como um processo do que como uma entidade separada.”

As EFCs são semelhantes a uma droga psicodélica, sugerem os pesquisadores, e alguns dos resultados são os mesmos, no sentido de que essas substâncias que alteram a mente podem nos fazer sentir mais conectados com todos ao nosso redor.

Quanto aos mecanismos por trás desse fenômeno, o estudo aponta a junção temporoparietal (JTP) como uma região do cérebro que pode estar envolvida. A TPJ lida com a nossa sensação de onde estamos no espaço físico e gere as entradas dos sentidos, e as disfunções nesta região foram anteriormente ligadas às EFCs.

Toda a rede do modo padrão (da qual a TPJ faz parte) poderia estar envolvida, dizem os pesquisadores: ela lida com a autorreflexão e as narrativas internas sobre nós mesmos e, portanto, está ligada ao nosso ego e pode ser interrompida durante e após as EFCs.

Este estudo baseia-se na união de pontos entre pesquisas anteriores e não envolveu nenhum experimento próprio. Estudos futuros podem contar com a ajuda da realidade virtual, ou de indivíduos que possam auto-induzir EFCs sob demanda, para explorar experimentalmente as Experiências Fora do Corpo.

Os investigadores ainda escreveram:

“A exploração, o refinamento e a aplicação de métodos para aumentar a empatia nos indivíduos – seja através da dissolução do ego relacionada com a EFC ou de outras abordagens – é um caminho excitante com implicações potencialmente profundas para os indivíduos e para a sociedade em geral.”

Esta pesquisa foi publicada em Neuroscience & Behavioral Reviews.

FONTE: OVNI HOJE