RONTANEWS176 11/05/2024 10:15 ESPECIAL DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS
Parte 4 (final): Em São Paulo, a emoção e a decisão ao som da inesquecível canção Saudação a Sensei
Reprodução/Foto-RN176 O grande final do 1o Festival Cultural-Esportivo da SGI, realizado no Ginásio do Ibirapuera durante a terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil (São Paulo, SP, 26 fev. 1984) – Fotos: Seikyo Press
Chegamos ao final da série dedicada aos leitores em celebração das quatro décadas desde a terceira visita de Ikeda sensei ao nosso país, em 1984. Brasil Seikyo retrata os bastidores do inesquecível reencontro do presidente Ikeda com membros brasileiros no 1o Festival Cultural-Esportivo da SGI, fechando um hiato de dezoito anos de espera. Foi uma emoção incontida, que preencheu o Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP, em duas ocasiões, graças à surpresa proporcionada pelo Mestre.
Acompanhe os bastidores da época e como a geração de sucessores se prepara para tomar novamente o Ginásio do Ibirapuera neste mês e unir (ao vivo e por transmissão) os jovens humanistas pela paz!
Sensei, o nosso sonho
Está realizado
Com vossa presença no Brasil…
Esse é o verso inicial de Saudação a Sensei, canção-tema do 1o Festival Cultural-Esportivo da SGI, realizado na capital paulista, no dia 26 de fevereiro de 1984. Na véspera, estava marcado o ensaio geral, e, como mística relação de mestre e discípulo, essa ocasião acabou se tornando também o “glorioso dia” para milhares de membros presentes, surpreendidos com a entrada de Ikeda sensei no local. Ao vê-lo dar a volta pela pista, acenando, ninguém conseguia conter as lágrimas.
Na Nova Revolução Humana, obra escrita pelo presidente Ikeda durante 25 anos ininterruptos, ele deixa registrado:
— Estou imensamente feliz pelo encontro radiante com meus companheiros, nobres emissários do Buda, depois de dezoito anos. Não tenho dúvidas de que este extraordinário festival cultural ficará brilhantemente registrado na história do Brasil e nos anais do kosen-rufu. Imagino como devem ter sido os esforços inacreditáveis, os avanços grandiosos que conquistaram e as belas cooperações de coração a coração. Quero louvar a todos com lágrimas nos olhos, com profunda gratidão, e com o sentimento de cumprimentar e abraçar cada pessoa.
Uma grande ovação de alegria irrompeu no ginásio de esportes, ecoando o grito de vitória dos brasileiros: “É pique, é pique, é pique, pique, pique!…”1
Após deixar o ensaio geral no Ginásio do Ibirapuera, o presidente Ikeda participou de um encontro com representantes de cinco países da América do Sul — Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Também estavam presentes 230 membros da Soka Gakkai do Japão, denominados grupo Sakura, e que se apresentariam no festival com uma dança típica japonesa.
A torre do juramento se ergue
No dia 26, com o coração energizado, os figurantes entraram em harmonia, marchando e tocando músicas, dançando e cantando, num bailar de saudade e renovada determinação. Um ponto primordial da vida, tal qual nos relatam dois integrantes do Grupo 2001, atual Divisão dos Estudantes, em seus depoimentos (veja abaixo).
O momento em que a “torre dourada da vitória dos membros do Brasil” [Ginástica Montada] se elevou, uma onda de alegria se espalhou pelo ginásio. Era a felicidade pela vitória que fez todos se levantarem. Após a descida, os 7 mil participantes se reuniram no palco ao som das canções da Gakkai.
Ali, a diversidade da cultura do Brasil estava estampada no rosto dos figurantes. Profundamente emocionado com a vitória daquelas pessoas, o presidente Ikeda se levantou e aplaudiu de forma intensa: “Obrigado! Muito obrigado!”. Em seu coração transbordava respeito e gratidão.
A canção que encorajou os brasileiros
A canção Saudação a Sensei fez estremecer o ginásio. Essa música serviu de encorajamento para os membros do Brasil nos momentos mais difíceis. No dia do festival, não havia quem ficasse parado.
Ao final da atividade, o presidente Ikeda disse:
— Desejo que façam desta data o ponto fundamental de uma grande história, e sendo bons cidadãos e bons membros da sociedade, tenham uma vida digna que se torne exemplo para todos.2
Mesmo após a saída de Ikeda sensei, a alegria continuava intensa.
Mais agendas em São Paulo
No dia 27 de fevereiro, foi realizada a Reunião Nacional de Líderes em Comemoração do Jubileu de Prata da BSGI, na Sala Shitei do [antigo] centro cultural. Antes, o Mestre incentivou vários grupos, tirando fotos comemorativas com representantes. Foi um momento histórico também para os membros da Amazônia que ali se encontravam.
Reprodução/Foto-RN176 Membros da BSGI da Amazônia em histórica foto comemorativa com Ikeda sensei (São Paulo, SP, fev. 1984) de pé e roupa branca e gravata rocha, ele Dr. Daisaku Ikeda, foi pacifista, filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Editora Brasil Seikyo – BSGI – Foto: BS
A partida para Lima, Peru, ocorreu no dia seguinte. A missão de levar o incentivo a todos prosseguia.
Após quarenta anos, o palco é dos jovens humanistas
A visita do presidente Ikeda em 1984 foi um momento histórico de vitória para os brasileiros. Desde aquele ano, a BSGI avançou na vanguarda do movimento pelo kosen-rufu em direção ao século 21, surpreendendo o mundo com seu desenvolvimento.
E, neste mês, ocorre a convenção dos jovens humanistas no mesmo Ginásio do Ibirapuera, selando o movimento dos cem jovens por distrito. Será um novo marco e para o qual todos estão convidados. Confira tudo pelo BS!
Fontes:
Terceira Civilização, eds. 548, 554, 564, 566 e 567, todas de 2014. Série “Sinfonia da Paz na Grande Terra do Século 21”.
Brasil Seikyo, ed. 2.458, 9 mar. 2019, p. A2.
Notas:
- IKEDA, Daisaku. Juramento Seigan. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 30-II, 2022, p. 179.
- Terceira Civilização, ed. 567, nov. 2015, p. 34.
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Um poema para eternizar
Três anos depois, em 21 de fevereiro de 1987, Ikeda sensei surpreendeu novamente. Na data de inauguração do Auditório Presidente Ikeda da BSGI, atual Auditório da Paz, do Centro Cultural Dr. Daisaku Ikeda, em São Paulo, foi apresentado o poema A Longa e Distante Correnteza do Amazonas, que dedicou aos membros brasileiros. Nele, o Mestre dedica versos aos veteranos, descreve episódios marcantes na jornada de construção da BSGI, incluindo o festival de 1984, e estabelece diretrizes para o avanço do kosen-rufu.
Leia
Poema na íntegra na edição 2.360, 18 fev. 2017, p. A6 e A7. Também disponível no BS+ e no site da Editora Brasil Seikyo. Acesse: https://www.brasilseikyo.com.br/home/bs-digital/edicao/2360/artigo/a-longa-e-distante-correnteza-do-amazonas-30-anos/35028
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Na BSGI, Selma Inoguti é coordenadora da Divisão Feminina (DF) e Edson Tokunaga é vice-coordenador da Divisão Sênior (DS) e coordenador da DS da Coordenadoria-Geral do Estado de São Paulo (CGESP). Ambos integravam o Grupo 2001, precursor da Divisão dos Estudantes (DE), na época da terceira visita de Ikeda sensei ao Brasil. Eles relatam os momentos marcantes vividos desde aquela ocasião.
O início de um juramento
Edson Tokunaga
Na época, eu tinha 12 anos e tive a oportunidade de me encontrar com Ikeda sensei naquele inesquecível festival, ou pelo menos avistá-lo de longe. Naquele momento, nem imaginaria o quanto isso representaria para minha vida.
Mesmo sem ter a noção do significado daquele evento, percebia a agitação dentro da organização e ouvia os diversos comentários dos líderes ressaltando a importância daquela visita. Ficaram gravadas em mim a seriedade do desafio na recitação do daimoku, durante a semana e nos fins de semana, e a movimentação para os ensaios que durou meses.
Contagiados pela empolgação dos veteranos, nós, as crianças, nos sentíamos ainda mais felizes por estar com outros da mesma faixa etária, embalados por aquele sentimento de fazer parte de algo feito com enorme gratidão ao Mestre.
Na véspera do grande dia, inesperadamente, Ikeda sensei nos assistiu. Mesmo sem entender o que significava ter um mestre em nossa vida, lágrimas corriam sem parar. Afinal, era a vitória do discípulo em gratidão ao Mestre. Foram dias de muita emoção. Por me manter na órbita da Soka Gakkai, acumulei diversas comprovações.
Seis anos depois, em 1990, como integrante da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) e atuando no Sokahan (grupo de bastidor), fui surpreendido quando os componentes do Grupo 2001, de 1984, foram convocados para uma apresentação no Festival dos Jovens que ocorreria naquele ano e com a expectativa da presença de Ikeda sensei. Todos queriam participar recepcionando o Mestre no grupo horizontal ao qual pertenciam. No entanto, ao tomarmos conhecimento de que o objetivo era que as crianças de 1984, agora jovens, apresentassem o juramento dos jovens do mundo a Ikeda sensei, compreendemos a missão que nos foi confiada. O presidente Ikeda não pôde estar presente. Entendemos, então, que o juramento do discípulo não dependia da presença física dele e fizemos a apresentação como se ele estivesse ali, diante dos nossos olhos.
Houve ainda a Convenção da Chuva em 1999, ocasião em que fomos testados pela força da natureza, que nos proporcionou um importante aprendizado de que a semente germina graças à chuva e ela só se desenvolve se conseguir enfrentar as tempestades.
Em 2009, mais uma vez, minha vida pôde se renovar por meio do juramento ao Mestre durante a Convenção dos Jovens Monarcas, realizada exatamente no mesmo local, o Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Foi um momento inesquecível em que os jovens da BSGI selaram seu juramento a Ikeda sensei. Quanta gratidão!
Hoje, na Divisão Sênior (DS) e com uma família maravilhosa que venho construindo, mantenho o mesmo sentimento de seguir eternamente junto com Ikeda sensei, apoiando os companheiros. Aquele encontro de quarenta anos atrás seria apenas mero acaso, mas, por ter sido sustentado por um juramento, tornou-se uma bússola, uma missão de vida, que fez toda a diferença. Essa é minha maior honra!
Reprodução/Foto-RN176 Tokunaga com a esposa, Tatiana, tendo à frente as filhas, da esq. para a dir., Laura e Júlia – Foto: Arquivo pessoal
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Um brado eterno
Selma Inoguti
Participei do festival cultural como Pompom-tai, do Grupo Asas da Paz Kotekitai. Lembro-me de que, pulando bem alto, olhando para Ikeda sensei lá na tribuna, determinei: “Ikeda sensei, conte comigo! Quando crescer, vou me esforçar para ser um valor humano!”
Mesmo sem enxergá-lo, pois a tribuna estava com a luz apagada, naquele momento, selei meu juramento ao Mestre pelas três existências da vida.
Apesar de muito jovem, recordo-me do meu desafio de vencer na prática da fé, e de superar as dificuldades financeiras e de saúde, para participar dos ensaios. Um fato que me marcou foi que, em todos os ensaios e no dia do festival, Ikeda sensei ofereceu uma lata de refrigerante aos participantes. Isso foi um marco de carinho do Mestre conosco e de nossa gratidão a ele.
Observava a perseverança e forte determinação dos meus pais e dos companheiros de transformar cada circunstância recitando muito mais daimoku. Cada vitória, para nós, era a causa para a vinda de Ikeda sensei ao Brasil, após dezoito anos.
Quanta gratidão em compartilhar esse momento e refletir que são quarenta anos de muitas oportunidades, desafios, mudanças, alegrias e vitórias! Aproveito para manifestar profunda gratidão ao Mestre e à Sra. Kaneko, aos meus pais e familiares, veteranos e amigos, pois foram fundamentais para eu viver todos esses anos de forma digna e feliz.
Deixo uma dica para que possamos sempre incentivar os jovens e estudantes, acreditando em seu potencial e inspirando-os com nossa postura e exemplo, conquistando sua confiança. E, em especial neste momento, em que vivemos a grande luta da Juventude Soka neste maio tão significativo.
Visando os cem anos da Soka Gakkai e os setenta anos da BSGI, como um legado por todas as existências e pela gratidão eterna a Ikeda sensei e à Sra. Kaneko, meu compromisso e juramento é, em união harmoniosa com as cinco divisões, me esforçar ao máximo para corresponder às expectativas do Mestre, além de cumprir minha missão e contribuir para o desenvolvimento da Divisão Feminina do Brasil e de toda a BSGI.
Reprodução/Foto-RN176 Momento em família: Selma está à dir. em pé. Ao seu lado, o irmão Akinori e a cunhada Tatiane. Sentados, a partir da esq., o pai de Tatiane, Adriano; e os pais de Selma, Seiyti e Alice – Foto: Arquivo pessoal
Diante do meu desafio do dia a dia de trabalhar, cuidar da família, atuar na organização, estudar etc., recitar “muito mais daimoku” e realizar uma luta com muita sabedoria, alegria e leveza, sigo me esforçando para ser o “sol do kosen-rufu”, conforme direcionamento do sensei. E, por meio do juramento seigan e do ponto primordial “fé, prática e estudo”, e junto com minhas companheiras de missão, desenvolver uma geração de mulheres fortes, determinadas, de boa sorte, sabedoria, avanço, felicidade e triunfo!
Minha eterna decisão é baseada no trecho da mensagem de Ikeda sensei enviada em setembro de 2023, que hoje é o legado e eterno juramento da DF do Brasil:
Haja o que houver, imbuídas de ardente coragem e de profunda esperança, avancem em prol da Lei Mística como dignas componentes da Soka Gakkai. E conduzindo as pessoas, com quem compartilham um vínculo, a uma vida triunfante de imensurável benefício e boa sorte, edifiquem a “terra da paz e da felicidade” em sua comunidade local.1
Rumo a 2030, vamos trilhar esse maravilhoso e nobre caminho do kosen-rufu, eternamente junto com Ikeda sensei e com a Sra. Kaneko, bradando em nosso coração: “Shitei funi é a minha vida” e “Avançar é a nossa missão!”.
Um forte e carinhoso abraço!
Nota: 1. Cf. Brasil Seikyo, ed. 2.644, 14 out. 2023, p. 13.
No topo: O grande final do 1o Festival Cultural-Esportivo da SGI, realizado no Ginásio do Ibirapuera durante a terceira visita do presidente Ikeda ao Brasil (São Paulo, SP, 26 fev. 1984).
Fotos: Seikyo Press | BS | Arquivo pessoal
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO