20 personalidades negras que mudaram o mundo

ROTANEWS176 E POR SIGNIFICADO 16/09/2021 18:25

A história do Brasil e do mundo é cheia de exemplos de pessoas que fizeram a diferença e que contribuíram para um mundo mais igualitário. Elas deixaram sua marca na política, no ativismo, na música, no esporte, no cinema e na literatura.

Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, marcado em 20 de novembro, conheça agora algumas histórias inspiradoras de personalidades negras que deixaram sua marca no mundo.

1. Nelson Mandela (1918 – 2013)

Reprodução/Foto-RN176 Nelson Mandela foi um dos mais conhecidos representantes do Continente Africano. Foi um líder político e foi presidente da África do Sul entre 1994 e 1999.

Desde os tempos da faculdade de Direito já demonstrava uma liderança política motivada pela preocupação com a juventude e a população negra africana. Ainda na faculdade ingressou no movimento estudantil e fez suas primeiras manifestações políticas, posicionando-se contra o apartheid.

Mandela foi o mais conhecido líder rebelde contra o apartheid, o regime separava a população negra, negando a ela todos os direitos políticos, econômicos e sociais que eram garantidos a outras pessoas.

Foi preso político em 1962 pela justificativa de que incentivava movimentos revolucionários, chegando a ser condenado a prisão perpétua pelos crimes de conspiração e ajuda para que outros países invadissem África do Sul. Esteve preso por 27 anos, sendo libertado em 1990, depois de uma forte campanha internacional liderada pelo Congresso Nacional Africano.

Mandela recebeu o Prêmio Nobel da Paz no ano de 1993. Sua história e suas ações foram tão marcantes na luta contra o apartheid que a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o dia 18 de julho como o Dia Internacional de Nelson Mandela.

2. Martin Luther King (1929 – 1968)

Reprodução/Foto-RN176 Martin Luther King é considerado um dos mais importantes nomes na história da luta pelos direitos civis da população negra dos Estados Unidos. Além de ser ativista no movimento negro, ele também foi pastor da Igreja Batista.

Sua história com o ativismo possui muitos momentos marcantes, como a luta pelo direito ao voto, o movimento pelo fim da segregação da população negra, além da busca por direitos civis que não eram concedidos aos negros naquela época.

Luther King era fortemente influenciado pelas ideias de Mahatma Gandhi, que pregava o combate não violento e, por isso, era adepto do ativismo pacífico. Pela sua importância na luta contra a discriminação racial recebeu o Prêmio Nobel da Paz no ano de 1964.

Martin Luther King morreu aos 39 anos. Foi assassinado em abril de 1968 e sua morte é cercada de dúvidas. A teoria mais conhecida sobre sua morte revela que o assassinato teria sido encomendado pelo governo americano.

3. Rosa Parks (1913 – 2005)

Reprodução/Foto-RN176 Rosa Parks foi uma ativista americana que se tornou um símbolo da luta antissegregação nos Estados Unidos. Ela teve sua vida marcada pelo ativismo contra o preconceito racial, combatendo o racismo que existia no país.

Em 1955, ao ter uma atitude de enfrentamento em uma situação de racismo, marcou a história da luta pelos direitos civis da população negra. Neste episódio, Rosa foi solicitada a ceder seu lugar em um ônibus para uma pessoa branca. Diante da resposta negativa, ela foi expulsa do ônibus e presa por violação da Lei de Segregação da cidade.

Esse fato deu origem a uma série de manifestações que culminaram no surgimento de um movimento que fez um boicote aos ônibus da cidade de Montgomery, no Alabama. O movimento sabotou o serviço de transporte da cidade, como uma forma de denunciar a divisão racial que acontecia, não só no transporte, mas em diversos espaços frequentados pela população negra.

O movimento de boicote ganhou muita força. Foi liderado por Martin Luther King, que era pastor na cidade e ainda era desconhecido na época. Em consequência disso, no ano seguinte, a Suprema Corte dos Estados Unidos declarou a inconstitucionalidade da segregação racial nos transportes públicos no estado do Alabama.

4. Nina Simone (1933 – 2003)

Reprodução/Foto-RN176 Nina Simone foi uma cantora e pianista americana que teve sua carreira marcada pelo ativismo pelos direitos civis e pela resistência negra.

A cantora sempre incluía em suas músicas as temáticas que retratavam as dificuldades pelas quais o povo negro passava, marcando as desigualdades sociais entre brancos e negros e o seu sentimento de revolta com essa diferença.

A partir da década de 60, estes temas passaram a ser mais presentes nas músicas de Nina e a temática da luta pelos direitos civis se tornou um dos pontos mais marcantes da sua obra. Algumas das músicas mais famosas que expressam sua luta são Mississippi Goddam, Ain’t got No / I got life, I wish I knew how it would feel to be free e To be young, gifted and black.

O forte posicionamento político de Nina Simone trouxe prejuízos para sua carreira, como boicotes e diminuição de convites para apresentações. Mesmo assim, a cantora seguiu convicta com sua decisão de usar a música como um instrumento de reflexão e de luta política.

Nina Simone morreu no ano de 2003, depois de um longa luta contra um câncer de mama.

5. Elizabeth Eckford (1941)

Reprodução/Foto-RN176 Elizabeth Eckford também se tornou um dos símbolos da luta anti-racista nos Estados Unidos porque foi uma das primeiras pessoas negras a frequentar uma escola para brancos.

Nos anos 50, o país começou um lento processo de fim da segregação racial. Até este momento existiam leis que definiam que certos locais, como as escolas, só poderiam ser frequentados por brancos. Assim, havia escolas frequentadas somente por negros e outras somente por brancos.

Depois da publicação de uma lei que pretendia acabar com a segregação racial nas escolas, alguns alunos negros passaram a frequentar as escolas para brancos. Elizabeth Eckford foi uma das primeiras alunas negras a frequentar a Little Rock Central High School. Ela, assim como outros alunos negros, não foi bem recebida, tendo sido vítima de insultos, deboches e outras violências.

A resistência de Elizabeth, que aos 15 anos decidiu permanecer na escola em que não foi bem recebida, enfrentando toda a discriminação, foi fotografada e noticiada no país, tornando-a um símbolo da resistência negra americana e do combate ao racismo.

6. James Brown (1933 – 2006)

Reprodução/Foto-RN176 James Brown foi um cantor, compositor e dançarino americano que teve grande sucesso a partir da década de 50. Foi uma influência importante na história de diversos gêneros musicais, especialmente do funk e do soul, o que lhe rendeu os apelidos de father of funk (pai do funk) e godfather of soul (padrinho do soul).

Entre seus maiores sucessos musicais estão Get up, I got you, Try me e Ain’t it funk now.

Apesar da carreira de sucesso, James Brown não deixou de lado a preocupação com o ativismo, especialmente para destacar a importância da educação na vida dos jovens, com especial destaque para os jovens da comunidade negra dos Estados Unidos.

Durante sua carreira James Brown usou sua imagem para o ativismo, desenvolveu trabalhos sociais, participou de manifestações populares e atuou em espetáculos beneficentes para chamar a atenção do mundo para a luta pelos direitos civis.

7.

20 personalidades negras que mudaram o mundo

(1914 – 1977)

Reprodução/Foto-RN176 Carolina Maria de Jesus foi uma escritora brasileira que, a partir da paixão pela escrita, encontrou forças para vencer as dificuldades da pobreza e da discriminação racial.

Moradora de uma favela de São Paulo, mãe solteira, empregada doméstica e catadora de papel, ela conseguiu ultrapassar estas dificuldades para escrever sobre o preconceito racial e desigualdade social do país na década de 40. Apesar do pouco estudo, tinha uma habilidade diferenciada para descrever as dificuldades cotidianas que enfrentava.

Lançou o livro Quarto do despejo no ano de 1960, despertando a curiosidade da sociedade da época. A partir disso, teve fama, dinheiro e saiu da favela. O entusiasmo com a obra de Carolina de Jesus não durou muito tempo. Ela morreu novamente pobre e já esquecida. Em 2014, ano do centenário de seu nascimento, recebeu diversas homenagens e o reconhecimento por sua obra.

Entre seus livros mais importantes estão Quarto de Despejo, em que relata a cruel realidade da vida na favela e Diário de Bitita, uma autobiografia em que Carolina conta as dificuldades e os esforços para vencer o preconceito, as necessidades materiais e a discriminação racial.

8. Michael Jackson (1958 – 2009)

Reprodução/Foto-RN176 Michael Jackson é um dos mais famosos cantores do mundo, sendo considerado o artista mais rico e bem-sucedido da história. Iniciou a carreira na infância, ao integrar o grupo Jackson 5, com mais quatro irmãos.

Quando adulto teve uma sólida carreira solo, marcada por sucessos como os discos Thriller, Bad e Dangerous, entre outros. Como ativista, gravou a canção We are the world, juntamente com Lionel Richie e outros artistas, para arrecadar fundos para combater a problemática da fome na África. Também ficou marcado pelo passo de dança moonwalk.

Durante sua vida esteve envolvido em polêmicas, como o embranquecimento de sua pele e a mudança de aparência, a construção do rancho Neverland, acusações de abuso sexual infantil, a paternidade por inseminação artificial e o vício em remédios analgésicos.

O cantor morreu aos 50 anos em razão de uma parada cardíaca por overdose de remédios anestésicos.

Sua história de vida e a carreira foram contadas nos documentários Michael Jackson This is it Michael Jackson’s Journey from Motown to off the wall.

9. Jesse Owens (1913 – 1980)

Reprodução/Foto-RN176 Jesse Owens foi um atleta americano, medalhista olímpico em corrida, revezamento e na modalidade salto em distância.

Entretanto, não é somente por ser um atleta de sucesso que Jesse Owens marcou a história. Em 1936, nas Olimpíadas de Berlim, Jesse venceu todas as provas das modalidades que disputou, chegando a marcar um recorde mundial.

A história conta que ele teria sido ignorado por Adolf Hitler e não teria recebido os cumprimentos por seu lugar no pódio. Entretanto, a maior vitória de Jesse Owens nas Olimpíadas de Berlim foi provocar e confrontar, através de suas vitórias, a ideia de que a raça branca era superior.

Jesse Owens morreu aos 66 anos em virtude de um câncer pulmonar.

10. Alice Walker (1944)

Reprodução/Foto-RN176 A escritora, ativista e feminista Alice Walker ficou conhecida pela publicação do livro A cor púrpura, que conta a história de um abuso sexual, motivado pelo machismo e pela discriminação racial da sociedade americana. O livro recebeu os prêmios National Book Award e Pulitzer e a história foi adaptada para o cinema.

Desde muito jovem Alice se destacou pela consciência das dificuldades que resultavam da segregação racial nos Estados Unidos, nos anos 50 e 60 e pela defesa dos grupos minoritários. Foi a melhor aluna de sua escola, recebendo uma bolsa de estudos por seu desempenho e, já na faculdade, ingressou em movimentos que lutavam pela igualdade de direitos civis para a população negra.

Alice foi casada com Melvyn Leventhal, um advogado que atuava na área de direitos civis. Eles viveram no Mississipi e ficaram conhecidos por serem o primeiro casal inter-racial do estado.

Em razão de sua militância pelos direitos civis, o casal foi perseguido diversas vezes ao longo da vida, até mesmo pela Ku Klux Klan, movimento extremista americano que pregava a supremacia dos brancos e apoia as políticas anti-migratórias.

11. Malcom X (1925 -1965)

Reprodução/Foto-RN176 Malcom X foi um ativista americano que dedicou sua vida a chamar a atenção do mundo para a problemática dos crimes de ódio e de racismo. Era um defensor do movimento do Nacionalismo Negro, que pregava a definição da identidade da população negra. Defendia o uso de meios violentos como método de defesa contra o preconceito.

Teve uma vida atribulada em razão de tragédias familiares, como o assassinato do pai e a internação da mãe por problemas psiquiátricos, tendo vivido boa parte de sua infância em orfanatos, em razão destes acontecimentos. Durante a juventude se envolveu com o crime, praticando assaltos e vendendo drogas. Foi preso aos 21 anos e durante a prisão se tornou um voraz estudante do Islamismo.

Após a saída da prisão se tornou um líder da resistência, agora pacífica, contra o racismo e pela libertação dos negros. Seu ativismo foi acolhido pelos movimentos negros Panteras Negras e Black Power.

Foi assassinado aos 40 anos durante um discurso no Harlem, bairro em que viveu durante a juventude. Sua trajetória é contada no filme Malcom X, dirigido por diretor Spike Lee.

12. Muhammad Ali (1942 – 2016)

Reprodução/Foto-RN176 Muhammad Ali, nascido Cassius Clay, foi um pugilista americano. É classificado como um dos grandes nomes da história do esporte mundial. Em sua carreira, participou de 62 lutas, sendo vitorioso por 57 vezes. O esportista teve 37 vitórias por nocaute.

Muhammad Ali adotou este nome depois de sua conversão ao Islamismo. Por conta de sua aproximação com a religião, aproximou-se também de Malcom X e eles tornaram-se parceiros políticos e religiosos. Também foi muito próximo de Martin Luther King.

O esportista também tinha uma forte tendência ao posicionamento político, especialmente ligado ao combate ao racismo. Fazia questão de usar sua imagem para questionar a negação de direitos civis à população negra, independentemente dos prejuízos que tais ideias pudessem trazer para sua carreira no esporte. Por sua atuação política recebeu a nomeação de Mensageiro da Paz das Organização das Nações Unidas (ONU).

Muhammad Ali morreu no ano de 2016 em decorrência de mais de trinta anos de convivência com o Mal de Parkinson.

13. Spike Lee (1957)

Reprodução/Foto-RN176 Spike Lee é um escritor e cineasta americano que se destaca pela produção cinematográfica com destaque para a identidade do negro americano. Suas obras sempre retratam o preconceito e a marginalização sobre o povo negro, além da afirmação da identidade cultural e todas outras nuances dos temas raciais.

Além das críticas ao racismo, é conhecido pelo seu engajamento em retratar as dificuldades cotidianas de grupos minoritários, exibindo e denunciando a realidade da vida das minorias.

Seus filmes mais bem-sucedidos são: Faça a coisa certa, A última hora, Irmãos de Sangue e Malcom X. O mais recente, BlacKkKlansmam, conta a história de Ron Stallworth, um policial negro que arriscou sua vida em missão de infiltração ma Ku Klux Klan.

14. Bob Marley (1945 – 1981)

Reprodução/Foto-RN176 Bob Marley foi o mais famoso cantor e compositor jamaicano. Foi responsável pela difusão e popularização do reggae.

Ele era adepto da religião rastafári, que tinha como principal figura Haile Selassié I, imperador da Etiópia entre as décadas de 1930 e 1970. O rastafári prega a união entre a religiosidade e a política e luta contra a ideia de que exista uma raça superior a outra. Todos estes elementos eram muito presentes nas letras e na carreira de Bob Marley.

Boa parte de suas canções eram sobre problemáticas sociais e desigualdades sofridas pelos negros, especialmente pelo povo jamaicano. Da mesma forma, Bob apontava em suas letras que a solução destes problemas viria da liberdade e do amor.

Em 1962 Bob Marley criou a banda The Wailers, que existe até os dias de hoje. Entre suas músicas mais famosas estão: Is this love, No woman no cry, Satisfy my soul, Lovely up yoursefl, Stir it up e Redemption song.

Bob Marley teve um diagnóstico de câncer em 1980 e submeteu-se a vários tratamentos naturais. Morreu em maio de 1981 em decorrência deste câncer que se espalhou por vários órgãos.

15. Angela Davis (1944)

Reprodução/Foto-RN176 Angela Davis é uma professora, filósofa e ativista americana que atua na defesa dos direitos das mulheres e pelo fim da discriminação racial. É uma personalidade muito importante para o feminismo negro, que surgiu nos Estados Unidos na década de 1960.

O trabalho da ativista se sobressaiu nos anos 70, especialmente porque Angela fez parte dos Panteras Negras, um partido revolucionário que defendia a aplicação de políticas sociais para acabar com a desigualdade e a opressão da população negra. A parte mais radical da atuação do partido era ligada ao acompanhamento armado das atividades policiais, para evitar ataques violentos contra os negros. Os Panteras Negras foram uma organização que teve muita força de atuação e enfrentamento contra a polícia.

Durante a vida, Angela perdeu empregos, foi perseguida e chegou a ser presa por acusação de crime de conspiração e homicídio, sendo, depois, considerada inocente. Sua prisão gerou comoção de diversos movimentos sociais e de artistas como John Lennon.

Apesar disso, ainda hoje Angela é ativa na luta pela liberdade da mulher e dos negros, é uma ferrenha crítica do sistema prisional americano e da pena de morte. Sobre o combate ao racismo, ela faz uma afirmação categórica: em uma sociedade racista, não é suficiente não ser racista, é preciso ser antirracista.

16. Ray Charles (1930 – 2004)

Reprodução/Foto-RN176 Ray Charles foi um pianista e cantor americano que ficou conhecido a partir dos anos 50 por ser um dos pioneiros nos ritmos blues, soul e jazz. Até hoje é considerado um dos maiores cantores do mundo.

Na sua trajetória musical, também ficou conhecido pelo fato de ser um pianista cego, condição que adquiriu por volta dos sete anos de idade, provavelmente em virtude de uma infecção que atingiu seus olhos. Por conta disso, Ray estudou em uma escola para deficientes visuais, onde aprendeu compor músicas e fazer arranjos musicais.

Como forma de combater o preconceito racial, durante sua carreira, Ray Charles negava-se a se apresentar em locais onde houvesse segregação, como estabelecimentos que não permitiam a entrada de negros. Algumas de suas canções mais famosas são: Unchain my heart, I got a woman, Georgia on my mind e Cry me a river.

Sua história de vida foi contada no filme Ray.

17. Hattie McDaniel (1895 – 1952)

Reprodução/Foto-RN176 Hattie McDaniel foi atriz americana que ficou marcada na história do cinema por ser a primeira atriz negra a receber um Oscar. Ela recebeu o prêmio no ano de 1940 por sua atuação como atriz coadjuvante no filme E o vento levou. Hattie, que também era cantora, foi a primeira mulher negra a se apresentar em uma rádio.

Ela atuou como atriz por vinte anos, de 1932 a 1952. Neste período a sociedade americana ainda vivia fortes ondas racistas e a atriz precisou lutar contra os preconceitos da época. Sua resistência não impediu que ela não tivesse emprego como atriz determinadas épocas, fato que a obrigava a exercer atividades de empregada doméstica.

Além de atuar, Hattie também foi uma crítica da indústria cinematográfica americana. Sempre que tinha oportunidade ela ressaltava que o cinema deveria permitir mais oportunidades e diversidade de papéis para atores negros.

18. Dandara

Reprodução/Foto-RN176 Dandara viveu na época do Brasil Colonial. Foi escrava que conseguiu fugir e tornou-se uma líder guerreira, que lutou na defesa de inúmeros ataques ao Quilombo dos Palmares, onde vivia. Neste quilombo viviam muitos negros que haviam conseguido escapar da escravidão.

Dandara foi casada com Zumbi dos Palmares, líder do quilombo e, juntos, lutaram pela liberdade de todos os escravos e contra a escravidão colonial. A defesa deste espaço era fundamental, pois o quilombo era a casa de acolhida dos escravos fugidos e a representação da resistência do povo negro à escravidão da época.

Ela foi presa no ano de 1694 em um dos muitos ataques sofridos pelo Quilombo de Palmares. Em um ato de desespero, para não retornar à condição de escrava, Dandara acabou cometendo suicídio.

19. Ron Stallworth (1953)

Reprodução/Foto-RN176 Ron Stallworth é um policial americano aposentado. Durante toda a carreira na polícia ele fez parte do Departamento de Polícia de Colorado Springs. Foi o primeiro policial negro a integrar um departamento policial na região.

Sua especialidade, desde o início da carreira, eram as missões secretas, sendo que uma, em especial, marcou sua trajetória. Em 1979 ele iniciou uma missão de investigação da Ku Klux Klan, uma organização extremista que pregava a supremacia branca.

Para poder cumprir a investigação, o policial conseguiu se infiltrar na organização. Ron fez a maior parte de seus contatos com os membros da Ku Klux Klan através de telefone e a missão foi tão bem-sucedida que ele chegou a ser aceito e certificado como um membro do grupo.

Ele contou sua história com a Ku Klux Klan no livro Black Klansman e o relato foi adaptado para o cinema no filme BlacKkKlansman.

20. Chimamanda Ngozi Adichie (1977)

Reprodução/Foto-RN176 Chimamanda é uma escritora, palestrante e ativista nigeriana que debate questões ligadas às ciências sociais, principalmente o racismo e o feminismo. A escritora defende que a educação é a arma mais eficaz na forma de combate aos preconceitos.

A autora usa sua escrita para trazer à tona debates que considera essenciais no combate à opressão e aos preconceitos, especialmente para as mulheres. Ela levanta questionamentos sobre estereótipos sociais, liberdade, empoderamento feminino e abuso nas relações de poder.

Um de seus livros mais famosos chama-se Todos nós deveríamos ser feministas. Na obra ela aborda o feminismo negro e ideias sobre a construção cultural dos gêneros. Além deste livro, possui outras publicações de sucesso como Hibisco Roxo, Americanah e Para educar crianças feministas.

  1. Harriet Tubman – Ativista (1822 – 1913)

Reprodução/Foto-RN176 Harriet Tubman foi uma abolicionista e ativista americana. Nascida escravizada, Tubman escapou e, subsequentemente, fez 19 missões para resgatar cerca de 300 pessoas escravizadas, incluindo familiares e amigos, usando a rede de ativistas antiescravatura e abrigos conhecida como Underground Railroad.

A norte-americana nasceu no leste do EUA em condição de escravidão. Toda a sua família foi escravizada, e a jovem, consciente da sua condição, sonhava com a liberdade desde a adolescência, planejando formas de escapar de seus senhores.

Decidiu realizar o seu plano quando tinha 27 anos de idade e, contrariando os pais, fugiu da fazenda onde era mantida. Além de ter conseguido escapar, aos poucos foi planejando e realizando viagens de resgate para ajudar também a sua família, amigos e conhecidos. Mais de 70 famílias foram ajudadas por Harriet, que conhecia todos os macetes para escapar dos senhores.

Durante a Guerra Civil Americana (1861 – 1865), ofereceu-se para servir, foi espiã e comandou 150 soldados liderando as tropas do norte contra os soldados do sul. A operação conhecida como Ataque no Rio Combahee conseguiu a libertação de mais de 700 escravos dos Confederados. Tornou-se um símbolo americano de liberdade e coragem e seu rosto passará a estampar a nota de vinte dólares no ano de 2020.

  1. Maria Firmina dos Reis – Escritora (1825 – 1917)

Reprodução/Foto-RN176 Maria Firmina dos Reis foi uma escritora da época, considerada a primeira romancista negra brasileira.

Considerada a primeira romancista brasileira, Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís, no Maranhão, filha de pai negro e mãe branca. Devido à condição do pai, em plena época da escravatura, a menina foi registrada com nome de um pai ilegítimo e cresceu na casa de uma tia, da família da mãe, o que lhe permitiu ter alguma educação.

Com 22 anos de idade, foi aprovada em um concurso para ser professora na cidade. E então, já assumia uma posição antiescravagista. Seu primeiro livro, Úrsula, foi lançado doze anos depois, quando Maria já gozava de algum prestígio como professora. Foi o primeiro romance publicado por uma mulher no país, e também o primeiro antiescravagista.

Chegou a publicar mais contos e um livro de poemas e fundar uma escola mista e gratuita para atender aos pobres da região (escândalo na época), mas com o tempo foi esquecida, e depois recuperada pela pesquisa de um historiador paraibano na década de 1960.

  1. Tia Ciata – Cozinheira (1854 – 1924)

Reprodução/Foto-RN176 Hilária Batista de Almeida (Tia Ciata) foi uma cozinheira e mãe de santo brasileira, considerada por muitos como uma das figuras mais influentes para o surgimento do samba carioca. Foi iniciada no candomblé em Salvador por Bamboxê Obiticô e era filha de Oxum.

Se hoje o mundo todo conhece o samba brasileiro, muito se deve à Hilária Batista de Almeida, nascida em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, migrando para o Rio de Janeiro quando tinha 22 anos de idade.

Tia Ciata, como ficou conhecida, era mãe de santo (Candomblé), quituteira, empreendedora, partideira e, posteriormente, Matriarca do Samba, por ter cedido a sua casa, no centro do Rio de Janeiro, para as rodas de samba, até então um ritmo proibido no país, que deram espaço ao surgimento de grandes nomes da música brasileira, como Pixinguinha.

Ganhava a vida vendendo quitutes, fazendo consultas em sua religião e organizando essas festas que tornaram-se tradicionalmente famosas na cidade. O primeiro samba de sucesso gravado no Brasil, em 1917, chamava-se “Pelo Telefone“, e foi gravado na casa de Tia Ciata.

  1. Angela Davis – Filósofa (1944)

Reprodução/Foto-RN176 Angela Yvonne Davis é uma professora e filósofa socialista estadunidense que alcançou notoriedade mundial na década de 1970 como integrante do Partido Comunista dos Estados Unidos, dos Panteras Negras.

Angela Yvonne Davis nasceu no Alabama, EUA, e tornou-se uma dos principais mulheres negras na luta pelos direitos civis na década de 1960 – 1970. Cresceu em um dos estados do sul americano onde a segregação racial era mais dura, e organizações civis como a Ku Klux Klan tinha o hábito de perseguir, linchar e enforcar pessoas negras.

No fim da adolescência Ângela conseguiu uma bolsa para estudar filosofia em Nova York, onde conheceu ideais socialistas e passou a militar em favor dos direitos civis, igualdade de gêneros, entre outras causas. Quando tinha por volta de 20 anos, associou-se ao partido dos Panteras Negras, chegou a ser uma das dez pessoas mais procuradas no país pelo FBI, mas depois foi inocentada de todas as acusações.

Desde então, Ângela é símbolo de resistência negra, acadêmica respeitada nos estudos étnicos e de gênero. Em 1977-1978 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz.

  1. Sueli Carneiro – Filósofa (1950)

Reprodução/Foto-RN176 Aparecida Sueli Carneiro é uma filósofa, escritora e ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro. Sueli Carneiro é fundadora e atual diretora do Geledés — Instituto da Mulher Negra e considerada uma das principais autoras do feminismo negro no Brasil

Uma das mulheres negras mais importantes da atualidade no Brasil, Sueli Carneiro nasceu em São Paulo, é doutora em filosofia pela Universidade de São Paulo e criadora do Geledés Instituto da Mulher Negra, um dos principais órgãos independentes de consciência racial no Brasil.

Autora de dois livros e artigos sobre raça, gênero e direitos humanos publicados no Brasil e no mundo, foi uma das pessoas responsáveis pela defesa constitucional da implantação de cotas raciais nas universidades brasileiras. Atualmente é referência do Movimento Negro nacional e nome incontornável no assunto nos campos políticos e acadêmicos.

  1. Shonda Rhimes – Roteirista (1970)

Reprodução/Foto-RN176 Shonda Lynn Rhimes (Shonda Rhimes), é uma roteirista, cineasta e produtora de televisão norte-americana e criadora da produtora Shondaland. Rhimes foi responsável pelo roteiro de diversos filmes, entre eles Introducing Dorothy Dandridge, Crossroads e The Princess Diaries 2: Royal Engagement.

A premiada escritora, roteirista e diretora americana Shonda Rhimes nasceu no estado de Illinois, EUA, e tornou-se a afro-americana mais bem paga da TV americana.

Ela cresceu no subúrbio, em uma família com mais seis irmãos, a mãe era professora e o pai administrador em uma universidade. Formou-se em inglês, e trabalhou com publicidade por um tempo para pagar as contas, mas a sua paixão sempre foi a escrita. Começou a escrever para a TV em meados dos anos 1990 e foi alcançando o sucesso aos poucos.

Hoje Shonda é a autora de várias séries de sucesso, como Grey’s AnatomyScandal e How to Get Away with Murder.

Apesar de ser muito jovem já recebeu diversos prêmios por suas contribuições literárias.