“Você possui a máquina da felicidade”

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 03/01/2020 06:15

RELATO

Sem desistir, Caroline despertou a coragem para construir uma vida realizada

Reprodução/Foto-RN176 Caroline Oliveira. Vice-resp. pela DF do Distrito Pq. Industrial; vice-resp. pelo grupo Zenshin da Regional Eldorado, Sub. Vale do Paraíba, CLP, CGESP, Editora Brasil Seikyo – BSGI

Desde a primeira reunião budista que participei, em 2012, sempre ouvi dizer que tudo muda quando você muda. E, apesar de no início ter sido resistente a tal premissa, foi por meio da transformação do meu coração que descobri a força da prática da fé e os benefícios da revolução humana.

Incomparável felicidade

Antes disso, queria provar para meu namorado, José Carlos (hoje marido), que me apresentou o budismo, que essa filosofia não funcionava. Para validar meus argumentos, recitei quatro horas de daimoku por dia durante um mês.

Na época, morava com minha mãe, em Minas Gerais, e para não incomodá-la, recitava Nam-myoho-renge-kyo no banheiro, às 5 horas da madrugada e às 11 horas da noite. Quando me dei conta, não conseguia mais parar de recitar daimoku e, dentro de mim, crescia uma imensa força; rompi o complexo de inferioridade e a negatividade. Assim, contrariando minhas antigas expectativas, com muita alegria, decidi praticar o budismo. E, ao recitar daimoku diante do Gohonzon pela primeira vez, experimentei uma sensação de felicidade que nunca havia sentido.

O impacto positivo em meu comportamento ficou ainda mais evidente. Aquela pessoa pessimista e sem brilho deu espaço a uma mulher grandiosa que aprendeu a se amar e a reconhecer sua condição de buda. Encorajada, decidi promover o kosen-rufu, representando Ikeda sensei onde ele não pode estar.

Irradiar esperança

Sou locutora, e iniciei essa carreira, em 2002. O budismo me inspirou a utilizar a voz para levar esperança às pessoas. Da mesma forma, Nichiren Daishonin ressalta: “A voz executa o trabalho do Buda”.1 Lembro-me de um momento marcante que vivi quando, já morando em São Paulo, fazia um programa de rádio, em Franca, interior do estado, e uma mulher ligou pedindo para que tocássemos a última música que ela ouviria antes de cometer suicídio. Aquilo foi muito forte. Fiquei quase uma hora no telefone incentivando-a sobre a dignidade da vida e expressando com toda a convicção o escrito A Felicidade neste Mundo, no qual Nichiren Daishonin incentiva: “Sofra o que tiver de sofrer, desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento quanto a alegria como fatos da vida e continue recitando Nam-myoho-renge-kyo, independentemente do que aconteça. Que outro significado isso poderia ter senão a alegria ilimitada da Lei? Fortaleça o poder de sua fé mais do que nunca”.2

Ela então desistiu da ideia e se tornou uma ouvinte fiel e apaixonada pelos incentivos do presidente Ikeda — direcionamentos que também faziam parte das mensagens de “bom-dia”, com as quais iniciava o programa Café com Notícia.

Também conheci uma jovem que, trabalhando num ateliê de costura, sofreu uma queda tendo o cérebro perfurado por uma agulha. O movimento das pernas foi comprometido e, durante sua recuperação, realizei visitas e lhe ensinei como pronunciar o som do rugido do leão e, aos poucos, ela recuperou os movimentos dos membros inferiores. Que alegria!

Em paralelo, minha vida seguiu por um caminho vitorioso. Fui contratada por estúdios de dublagem infantil em Portugal, Los Angeles, São Paulo, Rio Claro, Goiânia e Minas Gerais. Tive a boa sorte de gravar para SBT, Globo, Discovery Kids, Cartoon Network e Record News, e fiz participações como no quadro Bastidores do Mundo dos Famosos, num programa televisivo da Nova TV Franca.

Reinventar-se

Em março, senti os efeitos da crise causada pela pandemia do coronavírus, pois o trabalho foi diminuindo. Mas, como não há buda derrotado, aproveitei essa oportunidade para me dedicar à intensa recitação do daimoku e ao desenvolvimento dos membros na organização.

No distrito do qual sou líder, mudamos radicalmente a forma de conduzir as atividades. Foram nomea­dos novos líderes e, em julho, realizamos o primeiro curso de aprimoramento para responsáveis de bloco. Além disso, eu me empenho para levar esperança às queridas integrantes do grupo Zenshin e para contribuir com as atividades do Departamento de Comunicação da BSGI.

Em meio aos esforços pela felicidade das pessoas, surgiu a criatividade, e driblando a crise, encontrei na confeitaria uma chance de empreender. Sigo alinhando a locução e a produção de bolos caseiros, o que tem sido um sucesso. Divulgo meus trabalhos com gratidão, encorajando cada cliente a vencer sem falta! Isso motiva outras mulheres a também serem criativas em meio ao caos, como fiz.

Quando estou diante de um desafio, repito para mim mesma: “Ei, Carol, você é uma discípula do presidente Ikeda, uma rainha da Lei Mística. Você possui a máquina da felicidade (que é o Gohonzon), vai ter medo do quê, hein?!”.

É como Ikeda sensei diz: “Autoconfiança significa que, seja qual for o problema que enfrentem, seja qual for a provação, devem confrontá-los sem medo. (…) O fator principal é que uma forte determinação ou disposição para desafiar qualquer coisa que venha a surgir em seu caminho expandirá grandemente o caminho de sua vida”.3

Caroline Oliveira, 37 anos. Locutora e empreendedora. Vice-resp. pela DF do Distrito Pq. Industrial; vice-resp. pelo grupo Zenshin da Regional Eldorado, Sub. Vale do Paraíba, CLP, CGESP.

Notas:

  1. Coletânea dos Ensinamentos de Nichiren Daishonin, v. I, p. 196.
  2. Ibidem, p. 713.
  3. Brasil Seikyo, ed. 1.767, 16 out. 2004, p. A2.