O brilho de uma decisão

ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 09/06/2023 09:55                                                                  RELATO DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS     

Soraia, de Niterói, Rio de Janeiro, fala como transformou momentos dourados, ao lado do Mestre, em ação vigorosa na realização dos sonhos.

 

Reprodução/Foto-RN176 Soraia Cruz de Oliveira,  Atua na BSGI como responsável pela Divisão Feminina (DF) do Distrito Icaraí, RM Niterói, Rio de Janeiro – Foto Arquivo pessoal

Eu me chamo Soraia Cruz de Oliveira, tenho 47 anos e moro em Niterói, RJ. Alguns acontecimentos especiais selam a minha jornada, e um deles completa trinta anos neste 2023. Tinha apenas 16 anos quando me vi segurando um buquê de lírios-amarelos para recepcionar Ikeda sensei no Centro Cultural do Rio de Janeiro, em sua quarta visita ao Brasil, em 1993. Ao encontrá-lo, disse: “Sensei, seja bem-vindo! Seja muito bem-vindo”. Olhando nos meus olhos, ele respondeu: “Seja feliz… Seja muito feliz!”. Esses foram os incentivos do meu mestre, com olhar benevolente e profundo, como se soubesse (e sabia) da minha vida, das fraquezas e dificuldades. Na ocasião, decidi que lutaria para conquistar essa condição de felicidade. Aquelas palavras do Mestre soaram mais tarde como coragem e força para que eu pudesse vencer a tudo.

A base familiar foi essencial. Quem iniciou a prática do budismo na família foi meu pai, Joel, em 1974. Atualmente, ele está com 80 anos. Com orgulho, oferece seu sítio em Magé para as atividades da Gakkai. Minha mãe, Zilma, é outro exemplo de prática da fé. Ela ficou internada por quatro meses e meio, prolongou a vida, e ensinou como passar por situações difíceis com sua serenidade. Encerrou sua existência no dia 28 de dezembro do ano passado.

Reprodução/Foto-RN176 Preciosa lembrança de trinta anos, quando recepcionou o presidente Ikeda na chegada dele ao Centro Cultural do Rio de Janeiro – Foto: Seikyo Press
Voltando à fase da vinda de Ikeda sensei ao Brasil, passada a emoção, era hora de encarar os sucessivos desafios pessoais, de estudo, profissionais e de relacionamentos. Na minha família, ninguém tinha curso superior. Não foi fácil ingressar numa faculdade, quanto menos me manter, mas venci! Eu me formei em administração de empresas, em 2002.

Também fui atrás de outro sonho. Pertenci ao Grupo 2001, precursor da nossa atual Divisão dos Estudantes (DE). Éramos incentivados a nos tornar pessoas de grande valor e, em gratidão, ir ao encontro de Ikeda sensei. Então, em 2001, viajei para o Japão como integrante do meu primeiro grupo de aprimoramento. Com a de­nominação Grupo Seigan, retornei ao Brasil trazendo o direcionamento do Mestre: “Coragem! Esperança! Não perca para nada nesta vida!”.

De lá para cá, meus pais se separaram, casei-me, fiz pós-graduação, tive minha filha, Maria Eduarda, fiz uma cirurgia na mama para retirada de nódulos e outra na cabeça por conta de um cisto de 3 centímetros. Em meio aos desafios, o que me manteve inabalável foram os incentivos do Mestre e minha firme atuação na Gakkai.

Expandir o coração

Cresci nos jardins Soka ouvindo sobre a importância de abandonar nosso estado egoístico e nos empenhar pela felicidade de outras pessoas. Misticamente, concretizei trinta shakubuku, pessoas com quem compartilhei essa prática transformadora. Sinto que minha vida se abriu para essa verdadeira alegria, e estímulos não faltaram, por exemplo, quando conquistamos uma grandiosa vitória no movimento das 50 famílias felizes, em 2015. Hoje, atuo como responsável pela Divisão Feminina (DF) de distrito com o mesmo espírito.

Reprodução/Foto-RN176 Soraia em encontro na localidade – Foto Arquivo pessoal

Durante aquela luta, eu, que trabalhava desde os 16 anos, em multinacionais, me via desempregada havia dois anos. Minha decisão era aproveitar cada minuto para me dedicar ao movimento pelo kosen-rufu, criando a verdadeira causa para a vitória profissional. Naquele mesmo dia em que o distrito conquistava seu objetivo, eu assinava um contrato de franquia no segmento de vestuário infantil. Não era carteira assinada, como havia pensado. Muito melhor. Eu me tornei empresária, abri uma loja em Icaraí, também em Niterói, em 16 de julho de 2016, e no dia seguinte parti novamente para o Japão, junto com os companheiros do Grupo Seigan e nossos familiares, a fim de celebrar os quinze anos do grupo.

Costumo dizer que “é tudo junto e misturado”. Ao retornar ao país, fortes ondas de desafios surgiram, como meu divórcio em 2018. Comprovei, uma vez mais, os benefícios da prática e da minha dedicação: mais amigos que nunca, continuamos sócios e até abrimos outra loja juntos. Para mim, essa é a demonstração de continuar vencendo com base na “Prática da fé para criar a harmonia familiar”, a primeira das “Cinco diretrizes eternas da Soka Gakkai”.

Segui novamente para o Japão, em 2019, para reconfirmar o juramento de luta conjunta. Depois, veio a pandemia, que desafiador! Atualmente, a localidade na qual atuo retomou com toda a energia as atividades presenciais, em renovados encontros de estímulo à prática da fé.

Reprodução/Foto-RN176 Com o pai, Joel, e a filha, Maria Eduarda – Foto Arquivo pessoal

Tenho no coração um grande orgulho. Em 2016, levei minha filha comigo para o Japão, e me lembro dela, aos 8 anos, na época, correndo alegremente pelas alamedas da Universidade Soka. Em certo momento, ela disse: “Mamãe, foi Ikeda sensei que fez tudo isso, né? Ele é demais!”. Respondi-lhe: “Sim, filha, ele é o nosso mestre da vida”.

Não há alegria maior para mim do que vê-la trilhar sua jornada de vida ciente da grandeza desse ideal de paz que abraçamos. Hoje, ela está com 15 anos, idade muito próxima da minha quando vivenciei aqueles momentos dourados com Ikeda sensei.

Reconfirmo minha decisão de seguir superando e vencendo cada adversidade, aproveitando as oportunidades para me fortalecer como um ser humano melhor que ontem. E, com daimoku em primeiro lugar, sempre ligada ao coração de Ikeda sensei, continuar pelo caminho do kosen-rufu por todas as minhas existências. Muito obrigada!

Soraia Cruz de Oliveira, 47 anos. Empresária. Atua na BSGI como responsável pela Divisão Feminina (DF) do Distrito Icaraí, RM Niterói, Rio de Janeiro.

 Fotos: Seikyo Press / Arquivo pessoal