ROTANEWS176 E POR JORNAL BRASIL SEIKYO 23/06/2023 15:35 APRENDER COM A NOVA REVOLUÇÃO HUMANA Por Dr. Daisaku Ikeda
Nesta continuação da série publicada no Seikyo Shimbun, trechos selecionados do romance.
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Ilustrações: Kenichiro Uchida
Sem se intimidar
No dia 8 de setembro de 1968, na convenção da Divisão dos Universitários, realizada no Auditório da Universidade Nihon, em Ryogoku, Tóquio, Shin’ichi Yamamoto anunciou sua proposta de normalização das relações entre o Japão e a China. Essa proposta ousada não recebeu apenas a atenção da mídia do Japão e internacional, mas também profusos elogios daqueles que haviam se devotado a promover a amizade entre os dois países.
Shin’ichi havia feito sua proposta sobre a normalização das relações diplomáticas sino-japonesas com base em sua fé como budista que desejava a paz na Ásia. Ele estava determinado a mudar a opinião pública e dar um novo impulso para estreitar os laços mesmo pondo sua vida em risco, e por isso estava totalmente preparado para enfrentar todo tipo de insulto, crítica e perseguição. Ele não estava nem um pouco intimidado.
Contudo, receava pela segurança de sua esposa, Mineko, e de seus filhos. A situação era bastante delicada e não era impossível que eles também fossem alvejados. Embora estivesse preparado para enfrentar qualquer consequência que surgisse de seus atos ele não queria expor a família ao perigo e orou sinceramente pela segurança deles.
Quando voltava para casa todas as noites e via que eles estavam bem e protegidos, suspirava aliviado. Um dia, sentindo a preocupação do marido, Mineko disse-lhe com um sorriso no rosto: “Estamos bem. Você fez bem em preparar a proposta; por isso não se preocupe. Eu já expliquei tudo às crianças. Teremos muito cuidado. Alguma coisa pode acontecer de qualquer maneira, mas eu estou preparada”. Ela falou com serenidade e uma força ressoava em suas palavras.
Shin’ichi ficou feliz em ouvir isso da esposa e sentiu uma onda de coragem invadir seu corpo. A convicção de Mineko era o melhor incentivo que poderia receber. A frase “companheiro de armas” veio à sua mente. Sorrindo para a esposa ele disse: “Obrigado, minha grande companheira de armas!”.
(Trechos do capítulo “Ponte Dourada”)
Todos os membros são dignos do mais elevado respeito
Em setembro de 1968, Shin’ichi visitou Wakkanai, em Hokkaido, cidade ao extremo norte do Japão. Estavam presentes à reunião de incentivos do Distrito Wakkanai Choji e Chie Horiyama, um casal que havia devotado a vida a desbravar o kosen-rufu em Rishiri, pequena ilha ao extremo norte de Hokkaido.
Choji era pescador. A ilha Rishiri havia sido um importante centro de pesca de arenque, mas, a partir de 1955, o peixe havia praticamente desaparecido daquela área. Com a queda da pesca, Choji começou a jogar. Ele gostava muito de um jogo de cartas japonês chamado hanafuda. A cada perda, ele se afundava ainda mais em dívidas. A teimosia de Chie agravava a situação, pois ela se recusava a se rebaixar e implorar que o marido parasse de jogar. Sempre que Choji voltava para casa depois de perder novamente, ela não dizia uma palavra, simplesmente penhorava um de seus quimonos. (…)
Em 1957, a família recebeu a visita de um membro da Soka Gakkai de Otara que estava na ilha temporariamente. Observando o estado deplorável em que se encontrava a casa pela qual passou por acaso, sentiu-se obrigado a falar com a família sobre o budismo e com esse desejo bateu à porta. Depois de ouvir o casal contar as suas dificuldades, ele declarou com firme convicção:
— Com esta prática, toda oração é respondida. Vocês certamente conseguirão quitar todas as suas dívidas!
Aquilo foi o suficiente para convencer Chie a pelo menos tentar. Já Choji não quis. Ele não tinha nenhuma razão específica, e pensava que se tornar membro da Soka Gakkai seria humilhante. No entanto, além das dificuldades financeiras, Choji sofria de neuralgia. Ele não acreditava que a fé conseguiria curar a sua doença, mas, sem ter outra opção, decidiu um dia testar a força do Gohonzon. Depois de recitar por um tempo, ele sentiu que a dor estava diminuindo. À medida que continuava, sentia-se melhor.
Desse momento em diante, ele e sua esposa começaram a praticar juntos com seriedade. Alguns vizinhos fofocavam sobre eles, dizendo: “Agora, eles estão jogando com religião!”. Mas eles persistiram e em pouco tempo obtiveram o benefício de pesca abundante que incluía agulhão, ouriço-do-mar e lula. Em um ano, conseguiram quitar as dívidas. Os Horiyama ficaram impressionados, um sentimento que logo se transformou em alegria, gratidão e forte convicção na fé. Com coragem, começaram a falar sobre o Budismo Nichiren com os outros moradores da ilha. (…) Com o tempo, um bloco acabou sendo criado na ilha tendo Choji e Chie como seus responsáveis.
Um ano depois, o setor pesqueiro da ilha Rishiri foi duramente atingido pelos baixos níveis de pescados e os Horiyama mal conseguiam se sustentar. Diante disso, foram obrigados a tentar trabalho em uma cidade costeira de Hokkaido conhecida por ter peixes abundantes.
Em Esashi, a pesca foi abundante e o casal trabalhou incansavelmente. Todavia, quando se sentavam no final do dia, inevitavelmente falavam sobre os companheiros em Rishiri. (…)
— Vamos embora! Para que precisamos de tanto dinheiro? — perguntou Chie.
Vamos voltar para Rishiri e dedicar nossa vida ao kosen-rufu e aos nossos companheiros. Esta é nossa missão!”
O casal voltou para a ilha e nunca mais saiu de lá para procurar trabalho. (…) Os Horiyama eram pessoas comuns e de condição modesta, mas sua determinação e responsabilidade em apoiar e proteger os companheiros da ilha eram ímpares. (…) Onze anos já se passaram desde que os Horiyama iniciaram a prática. Graças aos esforços sinceros e abnegados dos membros pioneiros iniciados por Choji e Chie uma base sólida do kosen-rufu havia sido construída em Rishiri.
(Trechos do capítulo “Estrela Guia”)
(Traduzido da edição do jornal Seikyo Shimbun do dia 13 de novembro de 2019.)
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Ilustração: Kenichiro Uchida