ROTANEWS176 E POR TERRA 19/07/2023 12h46
Faculdade que organizou evento foi condenada por financiar a divulgação de notícias falsas que promoviam o uso de ivermectina.
Reprodução/FotoO ministro do STF Alexandre de Moraes Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A agressão ao ministro Alexandre de Moraes e à sua família, que aconteceu durante uma viagem para Itália, sucedeu o cumprimento de uma agenda do ministro. Moraes havia realizado uma palestra na Universidade de Siena. O evento, no entanto, foi organizado por uma faculdade de Goiânia, a Unialfa, que foi condenada em maio deste ano por financiar a divulgação de notícias falsas que promoviam o uso de medicamentos do chamado “kit covid”, como a ivermectina e a cloroquina.
No mesmo processo, a indústria farmacêutica Vitamedic, do mesmo grupo também foi condenada. Essa empresa obteve um lucro de meio bilhão de reais com a venda de ivermectina, de acordo com informações divulgadas pela Band.
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Alexandre de Moraes estava entre os 31 palestrantes convidados para o evento. Dentre eles, 20 eram brasileiros, incluindo 11 docentes da própria Unialfa.
O ministro foi contatado para se posicionar a respeito do assunto. Esta matéria será atualizada assim que Moraes se manifestar.
Entenda
A Unialfa faz parte do grupo goiano José Alves, que possui diversas atividades, incluindo uma indústria farmacêutica chamada Vitamedic. Durante a pandemia, a ivermectina tornou-se o produto principal da Vitamedic, impulsionado pelas divulgações do ex-presidente Jair Bolsonaro para o tratamento da covid-19.
No ano anterior ao surto da pandemia, a Vitamedic registrou vendas de R$ 15 milhões em ivermectina. Porém, durante a pandemia, esse valor aumentou significativamente, atingindo quase 30 vezes mais, chegando próximo a R$ 500 milhões.
Cerca de duas semanas antes da palestra do ministro, tanto a Vitamedic quanto a Unialfa foram condenadas pela Justiça Federal do Rio Grande do Sul por danos morais coletivos à saúde. Ambas as empresas foram multadas em R$ 55 milhões.
A condenação também envolveu um grupo de médicos que se autodenominava “Médicos pela Vida”. Isso porque os profissionais de saúde divulgaram um manifesto em apoio ao kit covid, e tanto a Vitamedic quanto a Unialfa patrocinaram essa publicação.
O diretor da Vitamedic ainda foi convocado para prestar depoimento na CPI da Pandemia. Durante a oitiva, os senadores solicitaram a quebra do sigilo telefônico e fiscal do presidente do grupo, porém, essa medida foi evitada por meio de um mandado de segurança impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF).