Operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira, investiga o envolvimento de fiscais federais do Ministério da Agricultura em um esquema com frigoríficos
ROTANEWS176 E VEJA 17/03/2017 19h59
Reprodução/Foto-RN176 Agente da PF em frente a prédio do Ministério da Agricultura (Ueslei Marcelino/Reuters)
O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, anunciou nesta sexta-feira que 33 servidores da pasta foram afastados e três frigoríficos foram fechados por envolvimento no esquema revelado hoje pela Operação Carne Fraca, que desvendou um sistema de liberação ilegal de carnes por empresas mediante o pagamento de propina a agentes responsáveis pela fiscalização sanitária.
Segundo Novacki, foram interditados um frigorífico na cidade de Mineiros, em Goiânia, que pertence à BRF, um dos maiores grupos no mercado de carne do país, e dois da empresa Peccin Agroindustrial, em Jaraguá do Sul (SC) e Curitiba (PR). Outros 21 frigoríficos que estão sob suspeita ainda serão investigados por uma força-tarefa montada pelo Ministério da Agricultura.
O esquema desmantelado pela PF seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio, além de executivos das empresas BRF e JBS, dois dos líderes do setor. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP-MT), informou por meio de nota que será necessário “separar o joio do trigo” e afirmou que o que foi descoberto pelas investigações é “um crime contra a população brasileira, que merece ser punido com todo o rigor”.
A Carne Fraca foi a maior operação da história da PF e contou com aproximadamente 1.100 policiais federais, que estão cumprindo 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, onze de prisão temporária, 77 de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para depor) e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema.