ROTANEWS176 22/09/2023 16:10
Em 2 de outubro de 1960, o presidente Ikeda partiu em sua primeira viagem ao exterior do Japão com o objetivo de firmar os alicerces do humanismo budista pelo mundo.
RN176 Reprodução/Foto-RN176 Ikeda sensei despede-se dos membros ao embarcar do Japão para sua primeira viagem ao exterior (Aeroporto de Haneda, Tóquio, 2 out. 1960). Dr. Daisaku Ikeda. Ele é um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Editora Brasil Seikyo – BSGI: Foto: Seikyo Press
O fim da década de 1950 foi tumultuado e decisivo para a Soka Gakkai. O grande sonho do segundo presidente da organização, Josei Toda, havia sido alcançado. O que parecia distante e impossível aconteceu. A Soka Gakkai, então com mais de 750 mil famílias, estava em franco desenvolvimento sob a forte liderança de Josei Toda. Mas, inesperadamente, em 2 de abril de 1958, ele faleceu. O grande ideal do kosen-rufu estava, aparentemente, ameaçado com a morte do mestre e líder principal do movimento. A imprensa e muitos setores da sociedade duvidavam que seria possível alguém liderar a organização tal como ele.
No entanto, seu discípulo, Daisaku Ikeda, ainda tão jovem e enfrentando bravamente inúmeros desafios e perseguições, assumiu a presidência da Soka Gakkai em 3 de maio de 1960. Em um ensaio, ele relata:
Escrevi em meu diário: “Lutarei para provar ao mundo inteiro a grandiosidade do meu mestre. Seguirei sempre adiante. Avançarei resolutamente, vencendo as ondas bravias de obstáculos e maldades”. (…) O último desejo de Toda sensei — “Depois que eu me for, confio tudo a você” — não deixou meus pensamentos por um breve momento sequer.1
Reprodução/Foto-RN176 Leila Marques Cabral, 47 anos, responsável pela Divisão Feminina da Comunidade Eloy Chaves, RM Jundiaí, CGESP.
Exatamente 152 dias após tomar posse, partiu, em 2 de outubro, para sua primeira viagem ao exterior. Junto com ele estavam seis líderes da Soka Gakkai. Em seu bolso, havia uma foto do mestre Toda. Em seu coração, o juramento de ser um agente ativo da paz mundial por meio da propagação dos ideais humanísticos do Budismo Nichiren.
Naquela época, a humanidade sofria com o tormento da chamada Guerra Fria (1941 a 1997) — conflito entre os blocos capitalista e socialista liderados pelos Estados Unidos e pela ex-União Soviética — assinalado pela produção massiva de armas nucleares.
No avião, ele não conseguia deixar de se lembrar das fortes palavras de Josei Toda quando este lhe contou que sonhara ter ido ao México:
Eles estavam esperando. Todos aguardavam ansiosamente a chegada do Budismo de Nichiren Daishonin. Como eu quero viajar pelo mundo numa jornada pelo kosen-rufu… Shin’ichi, o mundo é seu desafio, seu verdadeiro palco. O mundo é vasto.2
Nessa sua primeira viagem, Ikeda sensei visitou nove cidades de três países, iniciando no Havaí, na cidade de Honolulu, e, depois, respectivamente, para Estados Unidos (São Francisco, Seattle e Chicago); Toronto, no Canadá; Nova York e Washington, novamente nos Estados Unidos; São Paulo, Brasil; e retornou à América do Norte, desta vez para Los Angeles. Depois de 23 dias de viagem, voltou ao Japão no dia 25 de outubro.
Reprodução/Foto-RN176 Livros expostos no encontro e, no detalhe, Leila, à esq., e a amiga Sevani
Durante a visita ao Brasil, o presidente Ikeda desafiou a própria condição precária de saúde para cumprir o propósito de fundar o Distrito Brasil, o primeiro fora do Japão, no dia 20 de outubro. E o dia 19, data de sua chegada ao país, é considerado o Dia da Fundação da BSGI.
A vitória nesse empreendimento só foi possível pelo forte desejo de Daisaku Ikeda de corresponder ao seu mestre, Josei Toda. Essa determinação inabalável tornou-se a pedra fundamental para a expansão do budismo em nível mundial.
Em seu respectivo país, os membros da SGI têm se levantado para garantir a perenidade do movimento em prol do kosen-rufu, comprovando na própria vida a prática budista e contribuindo para a transformação social em busca de um mundo pacífico.
Contribuir para a paz e para o entendimento entre as pessoas está ao alcance de todos. Conheça iniciativas de dois integrantes da BSGI para promover essas ações na sociedade por meio da cultura e da arte:
Amigos dos livros
Eu me chamo Leila, moro em Jundiaí, SP, sou mãe do Yuki Cabral Mori, de 8 anos, e casada com André Arevalos Mori, meu shakubuku recente. Vitória! Estou há 32 anos no ambiente Soka e todos os dias são recomeço para mim. Depois que me tornei mãe, meu sentimento de retribuir todo carinho recebido na organização desde criança e de contribuir para as futuras gerações passou a ser ainda mais forte.
Reprodução/Foto-RN176 Sidinei da Silva Rosa, 56 anos, responsável pelo Distrito Parque Dez, RE Amazonas, CRE Oeste
Aprendemos que a paz é um movimento que depende de cada um de nós, agindo no local de atuação. No condomínio onde moro, tenho promovido um encontro que denominamos “Seus Livros Merecem Novos Leitores”. É um ambiente incrível, de troca e de estreitamento dos laços de amizade. Até agora foram dois encontros, e, no último, ouvimos sobre os bastidores de uma editora, compartilhados por nossa apoiadora e amiga Sevani de Matos Oliveira, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL). Foi maravilhoso ver o encantamento das crianças. O desejo só se fortalece. Construir a paz aqui e agora.
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Música transformadora
No livro Romper Barreiras, o presidente Ikeda lembra que a música “tem um poder imensurável de unir os corações humanos no nível mais profundo”.3 Com a Manaus Brass Band, tivemos a chance de comprovar essa citação, porque, em sua formação, a diversidade socioeconômica e técnica dos músicos participantes não foi empecilho para atingirmos um trabalho de excelência nesse projeto que tenho a oportunidade de coordenar.
Reprodução/Foto-RN176 Sidinei, ao centro, com a Manaus Brass Band em evento realizado no Instituto Soka Amazônia
Durante nossos ensaios, jamais deixamos de citar a verdadeira importância da música no coração do público que aprecia nosso trabalho: evocar sentimentos positivos; desenvolver a mente, provocar a sensação de bem-estar; promover o relaxamento; buscar o equilíbrio e, consequentemente, a paz. Naturalmente, mesmo em pequenas proporções, nós nos transformamos em atores principais para a paz no século 21, pois, com nossa arte, podemos colaborar com o processo de transformação interior e aprimoramento de cada cidadão e incentivá-lo a realizar a própria revolução humana.
Notas:
- Terceira Civilização, ed. 422, out. 2003, p. 7.
2. IKEDA, Daisaku. Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 10, 2019.
3. IKEDA, Daisaku; HANCOCK, Herbie; SHORTER, Wayne. Romper Barreiras: Um Diálogo sobre Música, Budismo e Felicidade. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2020. p. 135.Fotos: Seikyo Press / Arquivo pessoal
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO