“Mais azul que o índigo”

ROTANEWS176 27/10/2023 11:35                                                                                                                                  INCENTIVO DO LÍDER                                                                                                                                                Por Monique Tiezzi

 

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Ilustração: GETTY IMAGEM

Quando leio os episódios que retratam a BSGI no romance Nova Revolução Humana ou mesmo ouço o relato dos veteranos sobre a construção da organização que conhecemos hoje, sinto-me imersa em um filme épico daqueles bem empolgantes cuja história envolve uma batalha colossal com momentos cruciais. Por exemplo, como aqueles que fazem o espectador sentir um frio na espinha, tal como a crítica condição de saúde do presidente Ikeda quando pisou pela primeira vez em solo brasileiro. Reviravoltas surpreendentes, como a de 1974, quando o visto dele foi negado e não pôde entrar no Brasil. Conquistas que fazem nosso queixo cair e lágrimas rolarem sem nem percebermos, como os esforços inacreditáveis dos membros para receber o Mestre novamente no país no ano 1984.

Nesse script, os heróis e heroínas que arriscaram a vida para desbravar o kosen-rufu são brasileiros comuns, pessoas simples que desafiaram a dura realidade e venceram os obstáculos com base na crença de que possuem inerente o maior “superpoder” do mundo: o estado de buda. Carregavam uma bússola fundamental em sua jornada — o Mestre — e assumiram a responsabilidade de transformar o destino do país.

Compreenderam que o meio para promover essa transformação está em criar a causa dentro de si próprios. Isso fica claro quando nos lembramos da ocasião em que o presidente Ikeda foi impedido de entrar no Brasil:

No escrito Atingir o Estado de Buda nesta Existência, consta: “…se pensa que a Lei existe fora de seu coração, o senhor não está abraçando a Lei Mística”.1 De acordo com essa frase, o budismo ensina que todas as leis do universo estão contidas na vida e na determinação das pessoas. Por essa razão, “A grandiosa revolução humana de uma única pessoa, um dia, impulsionará a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade”. Portanto, um dos aspectos do modo de vida dos budistas é aceitar que as causas de todos os efeitos se encontram em si mesmos.2

Podemos afirmar que o aspecto de “Monarca do Mundo” confiado à BSGI por Ikeda sensei e expresso na grande rede de solidariedade Soka espalhada pelo Brasil é fruto da nobre epopeia protagonizada pelos nossos veteranos da organização, os quais se responsabilizaram pela expansão do Budismo Nichiren em terras brasileiras e, usando a poderosa espada do daimoku, venceram em absolutamente tudo.

Diferentemente dos filmes do cinema, essa narrativa não tem um final escrito. Ao longo de 63 anos, a BSGI veio redigindo as páginas desse roteiro tendo como tema central a unicidade de mestre e discípulo e, embora os cenários fossem mudando conforme a época, sucessivas gerações aprenderam sobre esse espírito e, “diferentes em corpo, unos em mente”, vieram registrando novas e grandiosas narrativas.

Com frequência, questiona-se o desfecho dessa trama — e é aí que entram em cena novos atores e novas atrizes, alguns deles com pouca experiência, outros superando as feridas da recente batalha chamada pandemia, outros ainda envolvidos em tantos dramas que se perguntam se devem ser realmente considerados protagonistas. Esses novatos — a juventude Soka — têm se esforçado para abrir um novo capítulo nessa história nos anos recentes.

Que tal um spoiler? A Academia Índigo se tornou o principal ato de criação de novos “valores humanos” jovens em toda a BSGI e, dia após dia, o movimento da Juventude Soka está ganhando força nos distritos, tornando-se a importante ação de reconexão e expansão dos jovens a partir de um ambiente acolhedor, do diálogo sincero e da troca de incentivos e do compartilhamento de experiências com base nos ensinamentos do budismo e nas orientações do Mestre. Essas iniciativas têm impulsionado a rede solidária de 100 mil jovens humanistas — jovens conectados aos ideais Soka que serão capazes de delinear os próximos takes dessa brilhante jornada.

Nosso enredo nos leva a 2030, centenário da Soka Gakkai e setenta anos da BSGI. Com certeza, essa produção cinematográfica ganhará proporções ainda maiores com o movimento de expansão da nossa organização para milhões de pessoas, uma fotografia cada vez mais rica e plural com a expressão da diversidade do nosso país. Assim como em um filme premiado, a atuação dos atores e atrizes é fundamental, em especial dos protagonistas. Na história da “BSGI, Monarca do Mundo”, a atuação da Juventude Soka é a chave para um empreendimento vitorioso.

Ikeda sensei afirma:

Os jovens precisam se empenhar assiduamente e se tornar capazes. A negatividade é sua pior inimiga. (…) Os jovens Soka, que dedicam a vida ao mais elevado dos ideais — o kosen-rufu — devem ser sempre positivos e ter a disposição de assumir um desafio atrás do outro!3

Tal como o princípio do “azul mais azul que o índigo”, a Juventude Soka do Brasil se levanta com orgulho para descortinar um novo capítulo da história dourada da BSGI e consolidar o modelo de expansão da propagação do budismo a partir de sua atuação na vanguarda.

Jovem de esperança, jamais esqueça que você protagoniza essa história!

Monique Tiezzi

Coordenadora da Juventude Soka do Brasil

Ilustração: GETTY IMAGES

Notas:

  1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 3, 2020.
  2. IKEDA, Daisaku. Luzes do Alvorecer. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 11, 2020.
  3. Idem. Luta Conjunta. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 25, 2020.

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO