ROTANEWS176 27/01/2024 07:00 ESPECIAL DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS
Impulsionado pelo sincero desejo de corresponder a seu mestre, Josei Toda, o jovem Daisaku Ikeda liderou o histórico movimento do Distrito Kamata de propagação do budismo pela felicidade das pessoas.
Reprodução/Foto-RN176 Jovem Daisaku Ikeda é recebido pelos membros do Distrito Kamata para empreenderem esforços pela propagação do budismo na localidade
Observando o atual cenário da sociedade, deparamo-nos com muitas pessoas lutando contra o desânimo, a apatia e até com o conformismo diante das duras dificuldades do dia a dia. Nesse contexto, como podemos manifestar alegria e coragem em nosso coração para mudar essa realidade a partir do local em que nos encontramos e proporcionar esperança aos outros?
Nosso mestre, Daisaku Ikeda, nos inspira com a histórica luta que realizou durante a juventude à frente do Distrito Kamata, no Japão.
“Deixe comigo!”
Em 1952, um ano após assumir como segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda esforçava-se para reerguer a Soka Gakkai no pós-guerra. O crescimento da organização caminhava a passos lentos. Naquela época, os distritos que concretizavam mais shakubuku (conversões ao Budismo de Nichiren Daishonin) atingiam, no máximo, cem famílias em um mês. Com sua percepção aguçada, Josei Toda sabia que, nesse ritmo, a Soka Gakkai jamais seria uma grande organização. Foi nesse momento que ele chamou o destemido jovem Daisaku Ikeda, então com 24 anos, e lhe disse: “Daisaku, poderia entrar no Distrito Kamata e fazer as coisas avançarem?”. O jovem vinha trabalhando dia e noite ao lado do presidente Josei Toda e entendeu perfeitamente o desejo do seu mestre: levar a felicidade ao maior número de pessoas. Kamata era a terra natal de Daisaku Ikeda. O jovem respondeu com firmeza: “Deixe comigo!”. Ele também disse: “Agora é o momento de mudar a situação. Vamos abrir o caminho para a vitória!”.1
O primeiro passo foi definir estratégias, metas e objetivos claros. Em seguida, encontrar, dialogar e incentivar o maior número de membros, participar do maior número de reuniões de palestra e fazer muitas visitas. Por que o mês de fevereiro? No início do movimento, Ikeda sensei clamou aos seus companheiros durante uma reunião realizada no bairro de Ota: “Fevereiro é o mês de nascimento de Nichiren Daishonin e do presidente Josei Toda. Vamos aproveitar esta significativa época para demonstrar nossa gratidão pelo maravilhoso benefício e felicidade que atingimos com nossa prática, ajudando outras pessoas a também se tornarem felizes”. Todos os membros expressaram concordância em resposta a esse corajoso pedido.2
O Mestre relembra:
Quando assumi minha função no Distrito Kamata, estava com apenas 24 anos. Como poderia inspirar cada pessoa a entrar em ação com um genuíno entusiasmo e propósito? Eu o faria por meio de minhas próprias ações, de meu próprio suor e árduo empenho, mostrando resultados concretos. Havia decidido assumir total responsabilidade em atingir nosso objetivo. Tinha certeza de que, se me tornasse um bom exemplo, os membros reconheceriam meus esforços e depositariam confiança em mim.3
Na época, Ikeda sensei tinha uma condição física frágil, sofrendo com febre alta e chegando a tossir sangue. Mesmo assim, quando uma reunião de palestra começava, ele se transformava e parecia outra pessoa. Arrumava forças, conseguia tocar o coração das pessoas e incentivá-las com ardor.
De onde extraía tanta força?
Da forte ligação que tinha com seu mestre, Josei Toda. Por essa razão, desafiava-se com energia e coragem. Mantendo essa postura e dedicação, mesmo sem muita experiência, pois havia líderes bem mais veteranos que ele, o jovem Daisaku Ikeda consagrou o mês de fevereiro na história da Soka Gakkai como o período de grande propagação do Budismo Nichiren. Junto com os membros desse distrito, naquele fevereiro de 1952, 201 famílias ingressaram na Soka Gakkai. Logo após, as organizações de Tóquio começaram a avançar. Então, todos os distritos do Japão inteiro seguiram o mesmo caminho.
Alegria e gratidão
Realizar o movimento pelo kosen-rufu requer vencer as próprias limitações e ir ao encontro das pessoas com o sincero desejo de ajudá-las a ser felizes. Para que isso seja possível, é fundamental basear-se na recitação do Nam-myoho-renge-kyo com a determinação de transformar sua condição interior e, consequentemente, a do ambiente em que se encontra. Orar daimoku evidencia o potencial do estado de buda, faz manifestar a boa sorte e irradiar a energia vital necessária para vencer os obstáculos e contagiar as pessoas, conforme nosso mestre afirma:
Podemos dizer que a alegria, a coragem, a disciplina, a disposição de crescer, a sabedoria, a saúde, enfim, tudo é obtido com a energia vital. E a fonte dessa ilimitada energia é a recitação do daimoku. Por isso, uma pessoa que vive com base no daimoku não encontrará impasses na vida.4
Levantar-se só
Outro ponto essencial é abraçar a missão pelo kosen-rufu como uma responsabilidade pessoal e se empenhar na linha de frente, atuando em harmonia de “diferentes em corpo, unos em mente” com os companheiros, mas sem depender de outros para concretizá-la. Nesse sentido, Ikeda sensei comenta:
O Sol queima a si próprio para fazer a Lua brilhar e iluminar o universo. Da mesma forma, se existir uma única pessoa capaz de irradiar um forte espírito de luta, sua coragem se expandirá e alcançará o coração de inúmeras outras. Esta é a fórmula imutável para se promover a façanha do kosen-rufu, um empreendimento nunca antes realizado na história do budismo.5
Compartilhar com outras pessoas a alegria de praticar o Budismo de Nichiren Daishonin para realizar a revolução humana e cultivar a verdadeira felicidade é também a forma mais nobre para retribuirmos a gratidão por termos conhecido essa filosofia de vida transformadora da qual a humanidade tanto necessita e para cumprirmos a missão que assumimos desde o remoto passado como bodisatvas da terra. “O importante é acalentar o sentimento de ‘aquela pessoa está sofrendo, quero que ela seja feliz’”,6 afirma Ikeda sensei.
Assumir o bastão do Mestre
Atualmente, mais que nunca, herdando esse sentimento de Ikeda sensei, a Juventude Soka da BSGI, com total apoio das demais divisões, realiza o movimento de integrar cem jovens por distrito à correnteza de paz da Soka Gakkai, resultando numa gloriosa rede de 100 mil jovens humanistas no Brasil. O “Ano do Descortinar da Soka Gakkai de Força Jovem Mundial” já começou e muitas oportunidades despontam para nosso desenvolvimento por meio da prática da fé, bem como para promovermos grandes vitórias em nossa vida e unirmos forças com as pessoas ao redor visando transformar positivamente nosso ambiente.
No topo: jovem Daisaku Ikeda é recebido pelos membros do Distrito Kamata para empreenderem esforços pela propagação do budismo na localidade
Notas:
- Brasil Seikyo, ed. 1.809, 27 ago. 2005, p. B8.
2. Idem, ed. 1.641, 23 fev. 2002, p. A2.
3. Ibidem.
4. IKEDA, Daisaku. Arando a Terra. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 1, p. 98, 2019.
5. Idem. Flor da Cultura. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 7, p. 66, 2018.
6. Idem. Estandarte. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. 2, p. 228, 2019.
Ilustração: Kenichiro Uchida
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO