ROTANEWS176 27/01/2024 07:50 CONHEÇA O BUDISMO DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS
Aplicar o princípio da “unicidade da vida e seu ambiente” é ser protagonista do próprio destino e transformar o mundo ao redor por meio da prática budista.
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustrativo da matéria
Um dos princípios expostos no Budismo de Nichiren Daishonin é o da “unicidade da vida e seu ambiente” (esho-funi). Esse conceito tem importância fundamental para entendermos as relações que estabelecemos ao longo da vida em diversos contextos: família, trabalho, vizinhança, organização e, por fim, a sociedade.
Vamos entender o conceito
Para melhor compreensão desse princípio, podemos analisar a palavra esho-funi da seguinte maneira: esho é a combinação das primeiras sílabas de eho e shoho. Shoho refere-se ao sujeito, isto é, ao ser dotado de vida, por exemplo, nós, seres humanos. Eho indica o objeto que sustenta e possibilita a expressão da vida, ou seja, o ambiente do ser vivo. Funi corresponde a dois fenômenos independentes, mas inseparáveis. Assim, pelo próprio significado literal, o termo esho-funi revela que a pessoa e seu ambiente são dois fenômenos independentes, porém unos em sua existência fundamental. Em outras palavras, a pessoa e seu ambiente formam uma vida única e completa, e nenhuma pode existir separada da outra.
Esse princípio indica que a vida, em sentido amplo, não se restringe apenas aos aspectos físicos, mas se estende para o ambiente em que habita. Ou seja, um ser vivo nasce (fusão dos cincos componentes),1 cresce e se desenvolve a partir da sua relação com o mundo à sua volta, constituído pelos pais, amigos, professores etc (ambiente social). Essa interação com o mundo ao seu redor se dá em determinado ambiente, seja em casa, na escola, no trabalho ou na comunidade (ambiente natural).
Corpo e sombra
No escrito Os Presságios, Nichiren Daishonin apresenta uma analogia que ilustra esse conceito:
As dez direções são o “ambiente”, e os seres vivos são a “vida”. Para ilustrar, o ambiente é como a sombra; e a vida é como o corpo. Sem o corpo, não pode haver sombra; e sem a vida, não existe ambiente. Do mesmo modo, a vida é moldada por seu ambiente.2
Com o exemplo do corpo e da sombra, Daishonin nos mostra a maneira correta de considerarmos as diversas circunstâncias que nos cercam no dia a dia, especialmente quando queremos transformá-las. É importante conscientizarmo-nos de que a mudança das condições que nos rodeiam passa obrigato-riamente pela nossa própria transformação. Conforme o exemplo citado por Daishonin, querer transformar o ambiente sem a mudança de si próprio é tão absurdo quanto a tentativa de endireitar uma sombra sem mexer o corpo. Enfim, podemos compreender o fato inegável de que a pessoa e seu ambiente são inseparáveis. Contudo, o princípio de esho-funi não se restringe apenas a uma simples explicação da relação de unicidade entre os dois, mas vai muito além, elucidando de que forma a vida se manifesta no ambiente, conferindo-lhe características peculiares.
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO