William Waack e Mônica Waldvogel criticam Lula por fala sobre eleição venezuelana

ROTANEWS176 08/03/2024 10h51                                                                                                                                Por Jeff Benício

Âncoras e comentaristas de telejornais estão cada vez mais incomodados com o presidente.

 

As recorrentes declarações polêmicas de Lula pulverizam o clima amistoso sustentado pelo telejornalismo no início do terceiro mandato do petista. A nova rusga acontece em consequência da fala do presidente a respeito da eleição na Venezuela, onde a principal opositora de Nicolás Maduro, a deputada Maria Corina Machado, foi impedida pela Justiça de lançar candidatura à Presidência.

Questionado por repórteres se acredita em “eleições justas”, Lula fez autorreferência. “Aqui, neste país, eu fui impedido de concorrer nas eleições de 2018. Ao invés de ficar chorando, eu indiquei um outro candidato, que disputou as eleições.”

Marina Corina reagiu numa rede social. “Eu chorando, Presidente @LulaOficial? O senhor diz porque sou mulher? O senhor não me conhece. Estou lutando para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram por mim nas primárias e os milhões que têm direito de votar em umas eleições presidenciais livres nas quais derrotarei o Maduro”, postou.

Os principais telejornais brasileiros destacaram a repercussão negativa da frase do presidente. No ‘GloboNews em Ponto’, Mônica Waldvogel se manifestou com indignação.

“A questão interessante nessa fala do Lula é que a pergunta foi feita sobre a Venezuela, que está vivendo uma situação extremamente difícil, e o presidente transforma numa questão dele. Ele é o parâmetro, ele é o paradigma. Ele é grande vetor. ‘Eu fui preso’, ‘eu não chorei’.”

Reprodução/Foto-RN176 Waack e Waldvogel estão entre os jornalistas críticos às falas problemáticas de Lula sobre política externa Foto: Reprodução/TV

No ‘WW’ da CNN Brasil, William Waack foi incisivo. “O Brasil está contribuindo para acabar com a ditadura na Venezuela ou está ajudando o regime venezuelano a continuar, mas, agora, vestindo um disfarce de eleição democrática? A julgar pelo que disse o presidente Lula, o Brasil está ajudando Maduro a vestir a fantasia”, analisou. O apresentador disse ainda que, ao comparar sua situação na eleição de 2018 com a de Maria Corina Machado na Venezuela, Lula “apenas diminui o Brasil”.

O ‘Jornal Nacional’ também destacou a controvérsia. William Bonner ressaltou que a opositora do atual presidente venezuelano foi impedida de concorrer na eleição marcada para julho por decisão de uma Suprema Corte “alinhada com Maduro”.

No ‘Três em Um’ da Jovem Pan News, o comentarista Alan Ghani engrossou a crítica. “Lula tem afinidade ideológica com Maduro, ele realmente acredita nesse modelo. Se ele pudesse, implementaria aqui no Brasil um regime socialista.”

Caio Coppolla também atacou o petista em ‘O Grande Debate’ na CNN Brasil. “A oposição brasileira atua em um ambiente democrático doente, já a oposição venezuelana atua em um ambiente democrático inexistente. Lula da Silva mais uma vez revela seu absoluto descaso com as pautas da liberdade e da democracia”, afirmou.

A convivência ‘paz e amor’ entre Lula e a maioria dos jornalistas de TV parece perto do fim. Até os canais progressistas, como a GloboNews, manifestam desaprovação ao presidente, especialmente pelos posicionamentos sobre a Guerra na Ucrânia e o conflito entre Israel e o Hamas. O ambiente começa a pesar como era na época de Jair Bolsonaro na Presidência.

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