ROTANEWS176 27/04/2024 10:10 APRENDER COM A NAVA REVOLUÇÃO HUMANA Por Hiromasa Ikeda
Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria – Ilustração: Kenichiro Uchida
A Soka Gakkai brilha com a sinceridade do mestre
Em abril de 1974, Shin’ichi viajou para o Havaí a fim de encorajar o líder do Território do Pacífico, Hiroto Hirata, que, na época, se recuperava de um ataque cardíaco.
Hiroto Hirata recebeu alta do hospital antes de Shin’ichi Yamamoto chegar ao Havaí, mas ainda não havia se restabelecido completamente. No dia 10 de abril, Hirata foi ao Aeroporto de Honolulu recepcionar Shin’ichi.
— Sensei! — exclamou Hirata ao avistar Shin’ichi.
— Olá, Riki-san! — disse Shin’ichi, chamando Hirata pelo apelido, dirigindo-se depressa ao encontro dele, dando-lhe um forte aperto de mão. Hirata, que já havia pesado mais de 100 kg, estava magro e com uma aparência frágil. Abraçando seu amigo, Shin’ichi expressou:
— Riki-san, não deve nos deixar ainda! Estava muito preocupado. Orei por você o tempo todo. Mas fico contente por você estar melhor. Estou muito feliz por vê-lo.
— Sensei… — foi tudo que Hirata conseguiu pronunciar.
Com um sorriso carinhoso, Shin’ichi lhe disse:
— Tudo se resume à recitação do Nam-myoho-renge-kyo. Este é o momento para você vencer o carma por meio da fé e decidir resolutamente dedicar a vida ao kosen-rufu. Isso lhe fornecerá o ímpeto para transformar seu carma.
Quando fazemos do kosen-rufu nossa missão e nos empenhamos por esse ideal com todo o nosso ser, a grandiosa energia vital do bodisatva da terra começa a pulsar dentro de nós, habilitando-nos a romper as correntes do carma. (…)
Com lágrimas correndo em seu rosto, Hirata afirmou:
— Estou bem agora. Sinto ter lhe causado preocupação. Darei o melhor de mim, prometo.
Usando vestidos muumuus e camisas aloha, os outros membros havaianos observavam Shin’ichi encorajar Hirata com os olhos marejados de lágrimas também. Todos estavam profundamente emocionados por verem a consideração de Shin’ichi por um deles e perceberem que esse é o mundo de mestre e discípulo da Soka Gakkai. Pelo comportamento de Shin’ichi, eles aprenderam a essência dessa profunda relação no budismo.
(Capítulo “Luz do Sol”)
Uma missão pela paz mundial
Mitsuko Kaneko tinha 14 anos quando Hiroshima foi devastada pela bomba atômica em agosto de 1945, deixando-a gravemente queimada e exposta à radiação. Apesar do seu sofrimento, o encorajamento de sua mãe lhe permitiu viver ao máximo. Casou-se com outro sobrevivente da bomba atômica e teve uma filha. Mais tarde, ao conhecer o Budismo Nichiren, desenvolveu um sentido de missão para estabelecer os alicerces da paz mundial, com base na sua experiência do horror das armas nucleares.
Quando tinha cerca de 3 anos, a filha de Mitsuko começou a tropeçar e a cair com frequência. Eles a levaram ao médico, que diagnosticou séria perda de visão, próxima à cegueira. “Não é justo! Por que minha filha tem de sofrer?” — pensou Mitsuko. Dominada pelo sofrimento, amaldiçoou seu destino, questionando “Quanto sofrimento ainda a bomba atômica poderá nos causar?”.
Mais ou menos nesse período, uma integrante da Divisão Feminina de sua vizinhança lhe falou a respeito do Budismo Nichiren e Mitsuko ingressou na Soka Gakkai movida pelo desejo ardente de fazer algo para ajudar sua filha. A ideia de transformar o carma e se dedicar ao movimento pelo kosen-rufu, que objetiva a concretização da paz perene para toda a humanidade tocou fundo o seu coração, e ela se atirou de corpo e alma às atividades da Soka Gakkai. Cerca de um ano depois de começar a praticar, o médico que inicialmente havia examinado sua filha perguntou-lhe surpreso se ela levara a criança para ser tratada em algum outro hospital. Aparentemente, a visão da garotinha estava voltando.
Conforme foi dando continuidade à prática do budismo, ela percebeu que sua missão como vítima da bomba atômica era transmitir às gerações futuras a mensagem do horror das armas nucleares e auxiliar a construção de uma base eterna para a paz mundial. Ela se tornou membro de um grupo de vítimas da bomba atômica que compartilhava suas experiências com outras pessoas, por exemplo, com alunos do ensino médio que participavam de excursões escolares em Hiroshima.
No verão de 1993, o filósofo indiano e ativista dos direitos humanos Dr. N. Radhakrishnan, diretor do Gandhi Smriti and Darshan Samiti (Salão Memorial de Gandhi), visitou Hiroshima, onde se encontrou com Mitsuko Kaneko. Ele lhe perguntou:
— Qual sua opinião sobre os Estados Unidos, que lançaram a bomba atômica sobre Hiroshima?
Ela respondeu honestamente:
— Houve um tempo em que odiei os Estados Unidos por aquilo que fizeram, mas acabei compreendendo o desperdício que é viver na amargura. (…)
— O objetivo ao qual escolhemos consagrar nossa vida é muito importante. Dedico-me a trabalhar pela felicidade de todas as pessoas e a concretizar a paz no mundo.
O Dr. Radhakrishnan ficou profundamente impressionado pelo fato de Mitsuko ter superado o ódio e estar devotando a vida à paz mundial.
— Isso é maravilhoso! — manifestou.
Então, virou-se para um integrante da Divisão dos Jovens que estava por perto e observou:
— Existe uma fonte de energia inesgotável no coração desta mulher. A esperança do mundo reside lá.
(Capítulo “Torre do Tesouro”)
(Traduzido da edição do dia 13 de maio de 2020 do Seikyo Shimbun, o jornal diário da Soka Gakkai.)
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Ilustração: Kenichiro Uchida
FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO