A estrada que escolhi

ROTANEWS176 01/06/2024 07:50                                                                                                                                RELATO DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS

De Londrina, Thatyane cristaliza objetivos de uma juventude de valor

 

Reprodução/Foto-RN176 Thatyane de Almeida Belschanky, na BSGI, atua como vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da Comunidade Vila Nova, Distrito Centro, RM Londrina Centro, Sub. Norte do Paraná, CRE Paraná, CGRE – Foto: Arquivo pessoal

Eu me chamo Thatyane de Almeida Belschansky e atualmente resido em Londrina, PR. Nascida e criada em Belém, PA, norte do país, e sempre fui fascinada por novos conhecimentos. O budismo entrou em minha vida aos 16 anos, quando tive de fazer um trabalho no último ano do ensino médio, e o sorteei como religião para um seminário. Não sabia nadinha de budismo, pois cresci em uma família cristã praticante. Porém, lembrei-me de que havia um grupo de budistas na minha rua. Reuni coragem, bati à porta deles e fui muito bem recebida ao falar do meu propósito. Nesse dia, saí de lá cheia de edições dos periódicos da Editora Brasil Seikyo (EBS) — Brasil Seikyo, revista Terceira Civilização, RDez — e, de quebra, com um convite para uma reunião de palestra no fim de semana seguinte. Participei, enchi as pessoas de perguntas e, nesse dia, descobri que Nirvana não era só uma banda. Os dias se passaram, apresentei o trabalho, fui muito elogiada ao revelar o surgimento e as ramificações do budismo, em especial a origem de Nichiren Daishonin.

Reprodução/Foto-RN176 Thatyane no curso de outono com lideranças jovens de sua localidade atual – Foto: Arquivo pessoal

Voltei para casa e continuei lendo o material que recebi dos amigos budistas. Quando terminei, fui trocar e pegar mais; quanto mais lia, mais me identificava com tudo aquilo. No entanto, quando minha mãe desco­briu que eu estava indo para as reuniões, proibiu-me seriamente. Continuei participando escondida. Ao ser descoberta novamente pela minha mãe, tive coragem de dizer que queria ser budista. Como resultado, fui mandada para a casa de uma tia em Goiânia, GO, praticante de outra religião. Mesmo assim, eu viajava escondida, para a cidade vizinha, Caldas Novas, e continuei praticando o budismo. Quando minha tia descobriu, houve outra confusão e voltei para Belém, afirmando que, não importava aonde eu fosse, prosseguiria com a prática budista.

Inspirar pelo exemplo

Em 2014, fui morar com uma amiga que, para minha boa sorte, era budista, e pude assim me converter. Anos se passaram e, com minha atitude e comprovação, minha mãe passou a compreender e a conhecer o budismo. Hoje, quando ela está preocupada com algo, diz: “Filhota, faz daimoku daí, que vou orar daqui; vai dar tudo certo”. Ainda sou a única praticante na família, mas todos respeitam e sabem quem são meus mestres da vida. Eles até usam meus bordões budistas.

Na pandemia da Covid-19, perdi meu avô, uma das pessoas que mais amava na vida. Não soube lidar com a dor dessa perda e entrei em depressão. Aos poucos, fui mergulhando na escuridão fundamental, chegando a ponto de ter pensamentos de morte e tentar ir também. Por grande sorte, sou membro do grupo de dança Taiga, da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da BSGI, cujas integrantes me incentivaram muito. O livro Diário da Juventude,1 de autoria de Daisaku Ikeda, que narra os bastidores e desafios vividos por ele tornou-se meu livro de cabeceira, porque consegui enxergar sensei “gente como a gente”. Com base na recitação do Nam-myoho-renge-kyo,
resolvi enfrentar meus medos.

No ano seguinte, 2021, eu me inscrevi para ser voluntária na campanha contra a Covid-19, permanecendo até março de 2022. Durante esse período, encarei o medo e a tristeza e pratiquei o humanismo que tanto aprendemos na Gakkai. No fim de 2021, junto com meu estágio, iniciei um projeto de combate ao bullying em uma escola pública, quando a instituição retomou as atividades presenciais. Isso deu vida ao meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Estudo justiça restaurativa e minha iniciativa turbinou-se quando abordei o combate ao bullying. Fui pioneira ao criar o material do zero, porque só existia algo similar na área sociojurídica, no Pará. Recebi tantos elogios que me formei já com indicação para mestrado.

Novo local da missão

Com o fim desse ciclo, decidi mudar de cidade e, após extensa pesquisa, escolhi Londrina, motivada pela excelência da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e tive a felicidade de encontrar pessoas maravilhosas da Gakkai nessa localidade, que me acolheram e me receberam bem. Hoje, atuo como vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens, buscando contribuir com o meu melhor.

Reprodução/Foto-RN176 Thatyane na reunião de palestra de sua comunidade – Foto: Arquivo pessoal

Quando soube da convenção do dia 26 de maio, enlouqueci de alegria. Em 2009, não consegui participar, mas, desta vez, faria o sonho acontecer. Lancei o objetivo, comecei a fazer freelance e a guardar dinheiro (extra). Como gosto de desafios emocionantes, eu me inscrevi para participar pelo Taiga também e fui aprovada. É minha comprovação construída com muito mais daimoku, superando a fase do quadro ansioso-depressivo, razão pela qual me fez ganhar mais de 36 quilos. Imagine a satisfação de vencer junto com o Taiga? Superei também a dengue, após a seleção, e a cada dia agradeço a oportunidade de desfrutar uma juventude de valor. Com muita alegria no coração, envio sempre mensagens explicativas sobre o budismo e incentivos do sensei a todos os grupos e redes sociais dos quais participo. É uma gratidão imensa, como se eu estivesse vivendo, na prática, este trecho do poema A Estrada, composto pelo nosso eterno mestre:

Existe uma estrada

e essa estrada é a estrada

que eu amo.

Eu a escolhi.

Quando trilho essa estrada,

as esperanças brotam

e o sorriso se abre em meu rosto.

Desta estrada nunca,

jamais fugirei.2

O dia 26 de maio de 2024 será o meu marco de vida. Estou me esforçando para vencer infalivelmen­te, conforme o juramento do meu amado grupo Taiga. É o meu descortinar. Esta é a Thatyane do coração do Mestre. Gakkai, conte comigo! Muito obrigada!

Thatyane de Almeida Belschanky, 32 anos, assistente social. Na BSGI, atua como vice-responsável pela Divisão Feminina de Jovens (DFJ) da Comunidade Vila Nova, Distrito Centro, RM Londrina Centro, Sub. Norte do Paraná, CRE Paraná, CGRE.

Notas:

  1. IKEDA, Daisaku. Diário da Juventude: A Jornada de um Homem Dedicado a um Nobre Ideal. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019.
  2. RDez, ed. 229, jan. 2021, p. 20-21.

    Fotos:Arquivo pessoal

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO