Momentos inesquecíveis: volume 20 (parte 2)

ROTANEWS176 08/06/2024 08:15                                                                                                                              APRENDER COM A NOVA REVOLUÇÃO HUMANA                                                                                                      Por Hiromasa Ikeda

 Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria

Ligados por eternos laços de confiança

Em dezembro de 1974, na noite anterior ao regresso ao Japão após a sua segunda visita à China, Shin’ichi recebeu uma mensagem do primeiro-ministro Zhou Enlai pedindo para que se encontrasse com ele. Embora Zhou Enlai estivesse gravemente doente e seus médicos fossem contra o encontro, esse se realizou devido ao forte desejo do primeiro-ministro de se encontrar com Shin’ichi.

O primeiro-ministro Zhou enalteceu os esforços consistentes de Shin’ichi para fortalecer a amizade sino-japonesa:

— Presidente Yamamoto, o senhor vem salientando a necessidade de cultivar relações fraternas entre os povos dos dois países, a despeito das dificuldades envolvidas. Fico extremamente contente com isso. A amizade bilateral é nosso desejo mútuo. Empenhemo-nos por isso juntos. (…)

Os olhos do primeiro-ministro Zhou se comprimiram como se contemplassem ao longe, e ele disse em tom nostálgico:

— Há mais de cinquenta anos, parti do Japão quando as cerejeiras estavam floridas.

Assentindo com a cabeça, Shin’ichi sugeriu:

— Entendo. Então venha visitar o Japão novamente na estação das cerejeiras.

— Gostaria muito, mas temo que seja impossível — disse com um sorriso melancólico. Ouvir isso fez o coração de Shin’ichi doer. (…)

Finalmente, Shin’ichi decidiu expressar o que estava pensando:

— Precisamos nos manter saudáveis por muitos anos, primeiro-ministro Zhou. A China é um país fundamental para a concretização da paz mundial. Em benefício de sua nação e de seus 800 milhões de habitantes…1

O primeiro-ministro pareceu reunir todas as suas forças e começou a dizer: (…)

— Os últimos 25 anos do século 20 serão um período crucial para toda a humanidade. Será necessário que os povos do mundo cooperem e auxiliem uns aos outros de igual para igual.

— Penso que isso seja absolutamente verdadeiro — endossou Shin’ichi. Ele sentiu que estava ouvindo sobre o último desejo do primeiro-ministro.

O diálogo havia se estendido por quase trinta minutos. Se fosse possível, Shin’ichi ficaria conversando com o primeiro-ministro Zhou para sempre, mas ele simplesmente não podia permitir que o encontro se prolongasse mais.

— Prometo que levarei sua opinião ao conhecimento das pessoas apropriadas no Japão. E gostaria de lhe agradecer profundamente o fato de ter reservado tempo para me receber. (…)

Essa ocasião foi a única vez que Shin’ichi e o primeiro-ministro Zhou se encontraram. Contudo, a amizade deles produziu um juramento eterno e laços de confiança imperecíveis. O espírito do primeiro-ministro fora totalmente incutido no coração de Shin’ichi.

(Capítulo “Laços de Confiança”)

Nota:

  1. Atualmente a população da China é de aproximadamente 1,4 bilhão de habitantes.

Caminhos para a paz

Em janeiro de 1975, durante uma visita aos Estados Unidos, Shin’ichi encontrou-se com o secretário de Estado Henry Kissinger.

Shin’ichi ansiava dialogar extensamente com o secretário Kissinger em prol da paz mundial, para juntos tentarem descobrir um novo rumo para a humanidade. Kissinger tinha uma personalidade racional e aberta e dava pouca importância para formalidades vazias. Era um observador com uma mente aguçada, que sempre assimilava a essência da questão abordada; portanto, a conversa avançou em ritmo acelerado.

Quando Shin’ichi perguntou a Kissinger qual a sua opinião sobre o tratado de paz e de amizade entre Japão e China, o diplomata americano respondeu imediatamente que era favorável ao acordo e, a seu ver, deveria ser consumado. Durante o encontro, Kissinger indagou a Shin’ichi:

— Permita-me inquirir-lhe com franqueza, a quem consagra sua lealdade no que se refere às potências mundiais? A pergunta de Kissinger era claramente motivada pelo fato de Shin’ichi ter visitado a China e a União Soviética e se encontrado com os líderes desses países e agora estar conversando com ele nos Estados Unidos.

Shin’ichi respondeu sem hesitar:

— Não somos filiados nem ao Bloco Ocidental nem ao Oriental. Tampouco somos aliados da China, da União Soviética ou dos Estados Unidos. Somos uma força de paz, e aliados da humanidade.

Era nesse humanismo que Shin’ichi se baseava resolutamente, e esse era o posicionamento primordial da Soka Gakkai.

Kissinger sorriu. Parecia entender as convicções de Shin’ichi. Durante o restante do diálogo, discutiram tópicos como o conflito árabe-israelense, as relações sino-americanas e americano-soviéticas, e as Conversações sobre Limites para Armas Estratégicas.

A interlocução prosseguiu num clima de congraçamento de ideias e o desejo comum de vislumbrar caminhos para a paz.

(Capítulo “Laços de Confiança”)

(Traduzido da edição de 9 de junho de 2020 do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai.)

Assista

O vídeo da série “Aprender com a Nova Revolução Humana”, volume 20

 

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO