Semeando esperança rumo a 2030

ROTANEWS176 06/07/2024 10:25                                                                                                                                  MINHA LOCALIDADE DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS                                                       

Brasil Seikyo dá continuidade a esta série, na seção Minha Localidade, que conta sobre a dedicação dos membros da BSGI ao movimento pelo kosen-rufu nas cidades brasileiras com base na relação de unicidade de mestre e discípulo

Reprodução/Foto-RN176 Integrantes da Sub. Norte do Paraná na atividade de transmissão da Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo (26 maio 2024) – Foto Colaboração local

“Londrina! / Cidade de braços abertos /A todos os filhos do nosso Brasil! / E a todos aqueles de pátrias distantes / Que aqui, confiantes, / Sob um pálio anil, / Seu lar construíram / E aos filhos se uniram / E aos filhos se uniram / Do nosso Brasil!”

Essa é a primeira estrofe do Hino a Londrina, dedicado à cidade do norte do Paraná, fundada em 10 de dezembro de 1934 por colonizadores ingleses, sendo, por isso, conhecida como Pequena Londres.

O cultivo do café, conhecido como “ouro verde”, trouxe riqueza para a região, que teve o povoamento intensificado na década de 1940 com a chegada de migrantes de São Paulo e de imigrantes europeus e asiáticos, atraídos pela fértil terra roxa, ideal para a produção do grão. Eles estabeleceram raízes e construíram suas propriedades, contribuindo para que Londrina ostentasse o título de “capital mundial do café”.

Entretanto, uma forte geada em 1975 arruinou as plantações e mudou os rumos da cidade. Investidores foram forçados a aplicar capital em outros negócios, o que movimentou o desenvolvimento da cidade e a transformou no polo comercial e cultural que conhecemos hoje.

A organização da BSGI em Londrina foi fundada em 12 de junho de 1966. Os pioneiros eram imigrantes japoneses que, apesar das dificuldades na língua, não mediram esforços para propagar o Budismo de Nichiren Daishonin.

Em um trecho da mensagem que enviou por ocasião da inauguração do Centro Cultural Norte do Paraná, em 1997, o presidente Ikeda declara:

No meio do turbilhão de ambição e desconfiança que agita a sociedade atual, o movimento da nossa SGI visa enriquecer a vida interior das pessoas banhando-a com as águas benevolentes de amizade, da sinceridade e da lealda­de a fim de construir uma sociedade em que frutificam a confiança, a coexistência e a disciplina.

Nutrindo esse espírito, ao longo dos anos, seus integrantes estreitaram os elos de amizade com os concidadãos contribuindo para a promoção de diversos eventos na cidade e região, como a mostra Desenhos das Crianças do Brasil e do Mundo e a Exposição sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, além da participação nas comemorações dos 80, 90, 100 e 110 anos da imigração japonesa no Brasil.

Reprodução/Foto-RN176 Comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil, que ocorreram na cidade de Rolândia, PR, distante cerca de 15 quilômetros de Londrina com a participação da BSGI (22 jun. 2008) – Foto Colaboração local

Com a comprovação dos membros em meio à comunidade, o reconhecimento pelos ideais e esforços do presidente Ikeda e de sua esposa, Kaneko, floresceu na forma de várias homenagens locais, dentre as quais os títulos de doutor honoris causa da Universidade Norte do Paraná (Unopar) [1998], da Universidade Estadual de Londrina [2004] e da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Cornélio Procópio (Faficop) [2005]; e a criação do Parque Ecológico Dr. Daisaku Ikeda [2000] e do Espaço Ecológico Kaneko Ikeda [2010].

A organização se desenvolveu, superando diversos desafios, entre eles a pandemia da Covid-19, e hoje a Subcoordenadoria Norte do Paraná conta com mais de 2,2 mil membros e 1,4 mil famílias, atuando em três regiões metropolitanas. Encorajando cada indivíduo a romper seus limites, tornando-se um ser humano vitorioso e consciente de seu infinito potencial, a Sub. atualmente visa o ano 2030 com a concretização de 4 mil famílias praticantes, inspirada pelo slogan: “Com base no meu daimoku e na união harmoniosa, nós vencemos com o Mestre”.

Para impulsionar esse movimento, seus jovens criaram a linda Canção da Esperança, em 2022, que tem despertado alegria, coragem e determinação nos encontros das comunidades e dos blocos. Em um trecho, ela traz: “O Sol vem surgindo e um novo tempo irá brilhar. / Sub. Norte [do Paraná], sempre vamos avançar, / semeando no coração a esperança e a união, / rumo a 2030 com meu mestre vou lutar”.

Reprodução/Foto-RN176 Participantes da 14a Academia dos Sucessores Ikeda 2030, realizada em Londrina, PR (jan. 2024) – Foto Colaboração local

Com os jovens na vanguarda, todos avançam apoiando iniciativas como a Academia dos Sucessores Ikeda 2030, da CRE Paraná, realizada em janeiro deste ano na cidade, e a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Centro Cultural da Juventude Soka de Londrina, o primeiro do Brasil, em 2 de março

Recentemente, 112 jovens da Sub. participaram da Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada no dia 26 de maio, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, SP, e retornaram com a firme decisão de concretizar o kosen-rufu do norte do Paraná, construindo uma nova era de vitórias com o Mestre no coração, sentimento que contagia a todos a se dedicar com base na recitação do daimoku e na união harmoniosa, semeando esperança e seguindo em frente a cada dia rumo a um futuro de brilhantes vitórias.

Integrantes da BSGI de Londrina contam suas vitórias ao lado do Mestre

“Vou vencer, vou ser feliz!”

Pratico o Budismo de Nichiren Daishonin desde 1989 e gostaria de agradecer aos meus pais, que já encerraram a sua missão e que realizaram grandes esforços na jornada pelo kosen-rufu. Mesmo sem muito estudo escolar e do budismo, sempre incentivaram a mim e aos meus três irmãos, e hoje nossa família está na terceira geração de praticantes.

Antes de conhecer o budismo, éramos uma família mergulhada em sofrimentos devido à desarmonia, às dificuldades financeiras e às doenças. Sem perspectivas, minha infância e adolescência foram marcadas por um comportamento depressivo. Mas, logo nos primeiros anos de prática budista, na jovem, antes tímida e retraída que eu era, começou a nascer a vontade de viver, de sorrir para a vida.

As atividades da organização nos proporcionam diversas oportunidades de desenvolvimento e não perdi nenhuma. Guardo no cora­ção o aprimoramento recebido na banda feminina Asas da Paz Kotekitai do Brasil, numa época dourada em que entendi que o maior benefício da vida é ter um mestre.

Após alguns anos, casei-me com o jovem Paulinho, como carinhosamente todos o chamavam, e realizamos uma grande luta na Divisão dos Jovens (DJ). Infelizmente, ele encerrou sua existência de forma precoce.

Na época, tinha meu filho com 3 anos e estava grávida de sete meses. Confesso que a dor e o medo me paralisaram. Foram muitos obstáculos enfrentados, porém, a recitação do daimoku e as palavras do nosso amado mestre me enchiam de coragem para continuar. Aprendi a caminhar novamente e a superar minhas fraquezas. Quando olhava para meus filhos, eu me lembrava da postura do Paulo, que era exemplo de dedicação ao kosen-rufu. Orava daimoku e decidia: “Vou vencer, vou ser feliz!”.

Nessa época, tive a grande boa sorte de atuar no grupo Zenshin da Divisão Feminina (DF), no qual aprendi a avançar com esperança e determinação.

Atualmente, atuo como vice-responsável pela DF de RM. Com a sabedoria proveniente do daimoku, venho entendendo quanta boa sorte tenho por me desenvolver e por ajudar na criação de “valores humanos”. Com as atividades, consigo compreender o sofrimento das outras pessoas e abraçar o propósito do meu mestre.

Reprodução/Foto-RN176 VIVIANE ALVES MARTINS CORREA, Vice-responsável pela Divisão Feminina de RM

Minha luta é de gratidão por toda a transformação de vida. Encontrei um companheiro de grande valor e compartilhamos o mesmo objetivo: dedicarmo-nos ao kosen-rufu. Meus filhos estão atuando na Divisão dos Jovens em nossa cidade e somos muito felizes. Meu juramento é de jamais me afastar da prática da fé por mais dificuldades que enfrente, e continuar trilhando o caminho da minha revolução humana.

Estamos iniciando a construção do Centro Cultural da Juventude Soka de Londrina, e meu objetivo, até a conclusão da obra, é retribuir a dedicação dos nossos mestres Soka, apoiando os jovens a herdar seus ideais por meio da nossa comprovação. Vamos fazer da nossa localidade a mais feliz do mundo!

Minha sincera gratidão a todos os amigos que têm me apoiado até agora e ao meu mestre da vida. Muito obrigada, sensei!

Reprodução/Foto-RN176 Família de Viviane em frente ao busto de Ikeda sensei no Centro Cultural Norte do Paraná: à esq., o filho Igor; ao centro, o marido, Joilson; à dir., a filha, Vitória Caroline – Foto arquivo pessoal

Assista:

Vídeo com depoimento do filho da Viviane, Igor, na seção Vidas que Inspiram do BS+ ou do site:

***

Juventude de coragem
Nasci em uma família praticante desse maravilhoso budismo e cresci observando o esforço dos meus pais para nos sustentar em meio às dificuldades, principalmente as financeiras e de relacionamento.

Quando estava com 16 anos, meu pai foi morar na Austrália. Tempos depois, minha mãe se juntou a ele a fim de nos dar uma vida melhor. Aos 18, eu me vi sozinha cuidando do meu irmão, Italo, de 9 anos. Confesso que não foi fácil assumir essa responsabilidade e ficar longe dos meus pais.

Além disso, minha mãe sofreu um grave acidente na Austrália, mas, com a boa sorte acumulada ao praticarmos o budismo, ela foi protegida e se recuperou. Foi uma fase muito difícil. Contudo, o apoio dos membros da organização foi fundamental para vencermos.

Quando meus pais retornaram para o Brasil, minha mãe sofria de depressão e apresentava lapsos de memória. Com o daimoku que recitamos, ela foi melhorando. Nessa época, também nos confrontamos com a adaptação à nova realidade e às condições de nossa moradia: chão de terra e janelas sem vidros. Eu recitava cerca de quatro horas de daimoku diariamente e, aos poucos, conseguimos transformar essa situação.

Cursei faculdade de direito e, para exercer a advocacia, tinha de prestar o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Fui reprovada várias vezes, chegando a ponto de quase desistir. Contando com os preciosos incentivos de uma companheira da organização, continuei me empenhando e consegui ser aprovada. Uma grandiosa vitória!

Participei por 24 anos das atividades da banda feminina Asas da Paz Kotekitai do Brasil e por mais três no grupo Cerejeira, polindo minha vida e aprendendo o verdadeiro significado da relação de mestre e discípulo.

Com o passar dos anos, concretizamos muitos objetivos, como o fato de minha mãe voltar a participar das atividades da organização depois de um período afastada. Além disso, meu irmão passou por momentos muito difíceis, mas que oportunizaram a toda a família desafiar na prática da fé. Atualmente ele superou suas questões pessoais e está trabalhando como chef de cozinha.

Outra comprovação marcante foi quando tive de deixar a advocacia após nove anos de exercício em consequência do desenvolvimento de uma síndrome psicológica. Mudei completamente de área, cursando nova faculdade na qual me graduarei em alguns meses. Hoje, estou atuando como professora de história no ensino estadual do Paraná e digo que nunca estive tão feliz profissionalmente.

Contem comigo! Muito obrigada!

Reprodução/Foto-RN176 PRISCYLA JULLI DE OLIVEIRA MATTAS, Responsável pela Divisão Feminina de Jovens de subcoordenadoria

Meu companheiro, Eduardo, e eu estamos juntos há mais de onze anos e, em 2022, nos casamos. Sou muito grata por ter uma pessoa que me apoia em todos os aspectos e que luta ao meu lado pelo kosen-rufu.

Na Soka Gakkai, aprendi o significado de companheirismo, pois, em todos os momentos, sempre tive o apoio das minhas responsáveis. Aprendi a importância de recitar daimoku, de polir o coração e de ter um mestre da vida.

Com profunda gratidão, participei do Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI, realizado há alguns dias no Japão e no qual reconfirmei meu juramento ao Mestre de me dedicar ao kosen-rufu.

 

Reprodução/Foto-RN176 Com os companheiros do grupo da Juventude Soka do Brasil, participantes do recente Curso de Aprimoramento da SGI no Japão –  Foto Colaboração local

Leia mais:

Sobre o Curso de Aprimoramento dos Jovens da SGI na Central de Notícias do BS+ ou do site: https://www.brasilseikyo.com.br/central-de-noticias/noticia/999562718

Dica

O projeto “Vamos Pintar Londrina”, em comemoração dos 90 anos de fundação da cidade, incentivou as pessoas a pintar um mapa com seus principais pontos turísticos, entre eles o Parque Ecológico Dr. Daisaku Ikeda.

A ilustração do mapa foi feita por um cartunista membro da BSGI. Confira em: https://www.vamospintarlondrina.com/
No topo: Integrantes da Sub. Norte do Paraná na atividade de transmissão da Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo (26 maio 2024)

Fotos: BS | Colaboração local | Arquivo pessoal | Reprodução

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO