BRASILEIRO MORRE APÓS DOIS ANOS DE VOLUNTARIADO CONTRA INVASÃO RUSSA À UCRÂNIA

ROTANEWS176 09/07/2024 09h56                                                                                                                                Por Fabio Previdelli

O paranaense Murilo Lopes Santos, de 26 anos, chegou na Ucrânia há cerca de dois anos e teve sua morte confirmada na última sexta-feira, 5

 

 Reprodução/Foto-RN176 O brasileiro Murilo Lopes Santos – Arquivo pessoal

Na última sexta-feira, 5, foi confirmada a morte do brasileiro Murilo Lopes Santos, que foi lutar como voluntário contra a invasão russa à Ucrânia. Natural de Castro, nos Campos Gerais, no Paraná, Murilo tinha apenas 26 anos e faleceu em confronto na cidade de Zaporizhzhia, conforme confirmado por seus familiares.

O brasileiro se alistou voluntariamente para defender o país do leste europeu. Em entrevista ao g1, Rosângela Pavin Santos, mãe do brasileiro, conta que o filho tinha o desejo de lutar ao lado das forças ucranianas contra a invasão das tropas de Vladimir Putin.

Ele falava: ‘É muito covarde o que fizeram com a Ucrânia e eu quero defender’. E aquilo ficou na cabeça, no coração dele. Era o ideal que ele tinha”, revelou.

Luta na Ucrânia

Segundo a mulher, Murilo chegou ao país do Leste europeu em 3 de novembro de 2022, após desembarcar em Cracóvia, na Polônia, e pegar um ônibus até a divisa entre os países. O brasileiro ficou um mês na cidade ucraniana de Ternopil.

Murilo sempre teve o sonho de seguir a carreira militar. No Brasil, ele serviu por cerca de um ano e meio no Exército do município de Castro — saindo de lá porque a instituição deu baixa após ele ter prestado o tempo de serviço militar.

Rosângela revelou que o filho não pretendia mais voltar a morar no Brasil e que tinha decidido que viveria na Ucrânia. A mulher recorda que Murilo era uma pessoa reservada e de poucas palavras. Os dois conversavam apenas por trocas de mensagens em aplicativos — mas, aos poucos, o contato foi ficando cada vez menor.

A mãe do brasileiro ainda revelou que o filho não foi para a Ucrânia motivado pelo dinheiro. Segundo ela, Murilo, inclusive, investia o dinheiro que ganhava para comprar equipamentos melhores; apesar de recebê-los do governo ucraniano.

O último contato dos dois aconteceu na terça-feira, 2, quando Murilo se preparava para ir a uma nova missão. Rosângela aponta que só soube da morte do filho através de um colega dele, que contactou o pai de Murilo pelas redes sociais (na última sexta-feira).

Ele falou que eles estavam sendo invadidos lá, que estavam sem luz. Disse que está bem complicado lá e que ia perder o contato […] Ele disse que não poderia me dar muita esperança”, relatou.

Por fim, Rosângela aponta que ninguém do governo da Ucrânia ou de alguma embaixada a contactou. A mulher se diz angustiada por não saber como trará o corpo do filho ao Brasil: “A gente não sabe quanto tempo vai levar, quantos dias… A gente fica de mãos atadas, sem poder fazer nada”.

FONTE: AH