Abraçar o ideal de vida

ROTANEWS176 13/07/2024 10:30                                                                                                                            ENCONTRO COM O MESTRE                                                                                                                                    Por Dr. Daisaku Ikeda

 

Brasil Seikyo publica trechos de incentivos de Ikeda sensei sobre cultivar uma existência plenamente realizada por meio da atuação como bodisatva da terra

 

Reprodução/Foto-RN176 Casal Ikeda em encontro com os companheiros da SGI-Reino Unido, Centro Cultural de Taplow Court (jun. 1994). Dr. Daisaku Ikeda, ele foi pacifista, filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI, era  Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Fotos: Seikyo Press

Cada um de nós possui uma missão e um curso de vida. Não precisamos tentar ser outra pessoa. A cerejeira tem a própria vida e a causa inerente para ser cerejeira. A ameixeira, o pessegueiro e o damasqueiro também possuem causas inerentes. Do ponto de vista do budismo, cada um de nós nasceu com uma missão neste mundo, e possui as próprias causas inerentes para ser quem é. Praticar a Lei Mística nos permite experimentar a alegria dessa descoberta.

A mais elevada felicidade na vida é despertar nosso estado de buda inerente por meio do poder da fé na Lei Mística.

IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 1: FelicidadeSão Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2022. p. 196.

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Inúmeras pessoas em todo o mundo já tiveram o coração ferido. Nossa missão é estender-lhes a mão para cicatrizar esses ferimentos e, por meio desses esforços, também cicatrizarmos os nossos.

Quando se deparam com algum tipo de desventura, as pessoas tendem a pensar que ninguém é tão infeliz ou sem sorte quanto elas. Sentem pena de si mesmas e não enxergam nada além da própria condição. Elas mergulham num profundo sofrimento, nutrindo insatisfação e desesperança, e assim deixam minar ainda mais sua energia vital.

Em situações como essas, o que fortalece a pessoa para que ela siga vivendo? Acredito que sejam os laços humanos — o desejo de viver pelo bem dos demais. Enquanto enxergarmos somente a nós mesmos, não haverá felicidade. Quando agimos em benefício dos outros imbuídos de coragem, a fonte da vida é revigorada.

Quando cuidamos das outras pessoas e nos preocupamos com elas — quando as ajudamos a extraírem sua força vital —, nossa energia vital também aumenta. Quando ajudamos os outros a expandirem seu estado de vida, nosso estado de vida também se expande. Essa é a magnificência do caminho do bodisatva. A prática em benefício das outras pessoas e a que beneficia a nós mesmos é uma só, é a mesma.

O discurso que só considera o ato de beneficiar os outros sinaliza certa arrogância, uma vez que está imbuído de presunção, como se estivesse fazendo o favor de “salvá-los”. Somente quando reconhecemos que nossos esforços pelo bem das outras pessoas também beneficiam a nós próprios é que se evidencia em nós o humilde senso de gratidão por termos a oportunidade de nos desenvolvermos.

Nossa vida e a dos demais são inseparáveis. Por essa razão é vital que trilhemos o caminho do bodisatva.

Ibidem, p. 221-222.

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As pessoas muitas vezes tendem a pensar em felicidade como algo abstrato e distante da sua realidade. Elas imaginam, por exemplo, que seriam mais felizes se mudassem para outro lugar, se desfrutassem uma vida diária mais prazerosa e plena ou se pudessem mudar de trabalho. Sempre pensam que a grama do outro lado é mais verde e depositam sua esperança em mudanças das circunstâncias externas. Os jovens são particularmente suscetíveis a essa tendência.

Entretanto, possuímos cada qual uma missão e habitamos onde devemos cumpri-la. É vitoriosa a pessoa que se firma no exato local em que se encontra e vive com perseverança e esperança, enfrentando com determinação as adversidades de sua vida. O curso de uma vida jamais deve ser como o das plantas aquáticas que não se assentam em lugar algum, sem rumo e sem propósito concretos. Por isso digo: “Cave bem debaixo de seus pés, e aí encontrará uma fonte” e “viva de um modo que seja verdadeiro para você”.

Em resumo, o real senso de felicidade e o profundo senso de satisfação na vida estão dentro de nós. A Lei Mística é a Lei fundamental da vida. Por meio de nossa prática budista, podemos extrair o poder da Lei Mística para impulsionar nossa vida adiante. É por isso que o local de nossa prática budista e a sociedade se tornam a terra do buda. Somos capazes de transformar neste exato instante o local em que vivemos num lugar de vitória e felicidade.

Ibidem, p. 56.

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Não importando quais dificuldades enfrentemos ou em que circunstâncias possamos nos encontrar, possuímos uma nobre missão que somen­te nós podemos cumprir. Quando reconhecemos isso profundamen­te, tudo se transforma.

Nascemos neste mundo, nesta época, para cumprir o grande juramento que fizemos no remoto passado. Nosso carma é nossa missão, é o palco no qual desempenhamos nosso magnífico drama de transformação de adversidade em triunfo. Por mais difícil ou desafiadora que a realidade de nossa vida possa ser, não há nenhum outro local onde possamos atingir a felicidade.

IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 2: Revolução Humana.São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2023. p. 71.

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Os bodisatvas da terra sempre surgem corajosamente nos momentos e locais mais desafiadores. Na perspectiva da fé no Budismo Nichiren, as dificuldades que vocês estão enfrentando neste momento fazem parte da missão que escolheram. Avançar continuamente com essa convicção é a prova de que suas orações são imbuídas do juramento pelo kosen-rufu.

Se estiverem enfrentando problemas que continuam a persistir — seja no trabalho, no âmbito financeiro, na saúde, nos relacionamentos ou algum outro tipo de desafio —, é importante orar sinceramente para superá-los. Sua inquestionável comprovação de vitória se tornará uma fonte de esperança e inspiração para os outros que estão enfrentando problemas semelhantes.

Podemos transformar carma em missão por meio da recitação do Nam-myoho-renge-kyo ao reconhecermos que assumimos voluntariamen­te o carma apropriado com o intuito de mostrar às pessoas o poder da Lei Mística nesta existência.

Ibidem, p. 53.

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O budismo não existe isolado da realidade social nem da vida dos seres humanos. Por mais válidos que sejam os ensinamentos budistas, não basta declarar esse fato aos brados para convencer as pessoas. É bem provável que essa maneira de proceder possa até afastar as pessoas do caminho do budismo, o que iria contra a intenção de Daishonin, que nos confiou a missão de concretizar o kosen-rufu.

Quando tentamos ajudar as pessoas a compreender a grandiosidade do Budismo de Nichiren Daishonin, o primeiro aspecto que elas analisam é nossa conduta diária. Como conduzimos a nossa vida? Somos pessoas de caráter e integridade? Os outros nos observam atentamente. Se formos descuidados no que se refere a questões relacionadas a dinheiro ou não tivermos bom senso, se agirmos de forma arrogante ou pretensiosa, então, por mais maravilhoso que possa ser este budismo, as pessoas não acreditarão em nós.

É essencial conquistar a confiança e compreensão das pessoas. O budis­mo nos ensina que, quando abraçamos a Lei suprema, podemos nos distinguir como pessoas de caráter incomparável.

Ibidem, p. 110-111.

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“Levantar-se só”, em termos práticos, significa cada um de nós assumir total responsabilidade pela missão de propagar a Lei Mística em todas as nossas esferas de influência, incluindo nossa família e comunidade.

Todos nós temos relacionamentos — com familiares, parentes, amigos e outros — peculiares a cada um de nós. Na perspectiva da Lei Mística, esses vínculos constituem a real esfera de nossa missão, e cada uma dessas pessoas compartilha uma profunda relação cármica conosco. Somen­te nós somos responsáveis e qualificados a propagar a Lei Mística no exato local onde estamos. É o que torna o princípio de “levantar-se só” tão importante. Devemos ter a consciência de que nos encontramos aqui, agora, como emissários de Nichiren Daishonin. E é missão de um bodisat­va da terra se levantar e entrar em ação em seu respectivo círculo. Nunca se esqueçam de que essa é a única forma de se realizar o kosen-rufu.

IKEDA, Daisaku. Sabedoria para Criar a Felicidade e a Paz — Parte 3: Kosen-rufu e Paz MundialSão Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2024. p. 76.

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A essência do grande juramento pelo kosen-rufu e a condição de vida do estado de buda são a mesma coisa. Portanto, quando dedicamos a vida a esse juramento, conseguimos revelar a suprema nobreza, força e grandiosidade de nossa vida. Quando permanecemos fiéis a esse juramento, a ilimitada coragem, compaixão e sabedoria do Buda emanam de dentro de nós. Quando nos empenhamos de todo o coração para cumprir esse juramento, o “veneno” do desafio mais árduo pode ser transformado em “remédio”, e o “carma”, em “missão”.

Esse é o espírito de nossos infinitamente valorosos membros. Essa é a marca registrada de nossa invencível rede humanística Soka.

Ibidem, p. 503-504.

*** 

A luta para a vitória máxima na vida não é decidida

pelo glamour imediatista e fugaz.

Anos e anos defendendo a justiça

sem barulho e com sincera dedicação

somam-se; e, com o tempo,

criam profundas raízes do bem e da vitória absoluta

e geram a prosperidade de si e

das pessoas com as quais se relaciona.

A esperança é a flor que desabrocha

através do esforço e da perseverança.

A esperança é a recompensa

de elevado orgulho dos que

possuem virtude.

Não importa se está sendo observada,

andar, trabalhar e lutar

derramando o nobre suor

em prol das pessoas, da Lei e da sociedade.

Bradar exaustivamente pela justiça,

e espalhar continuamente, pessoa após pessoa,

a solidariedade da paz.

Não há pessoa mais célebre que a supere.

O importante é se você está, ou não,

brilhando como ser humano,

se extrai sua força e capacidade.

A fonte dessa energia

é estar consciente e

pleno de orgulho e convicção

da sua missão.

Na pessoa que vive assiduamente

focada na missão

aflora abundante e incalculável sabedoria,

irrompe em profusão a coragem,

a condição de vida se eleva

e o futuro se abre.

Eu corro hoje também!

Corro pelo caminho

da minha vitória!

Não há solidão nas minhas ações

e nem o menor temor.

Em meu espírito

há grandiosa luz.

Nas profundezas da minha vida

brilha num fulgor vivíssimo

uma história que faz um dia equivaler a cem anos.

Brasil Seikyo, ed. 2.258, 17 jan. 2015, p. B1.

No topo: Casal Ikeda em encontro com os companheiros da SGI-Reino Unido, Centro Cultural de Taplow Court (jun. 1994)

Foto: Seikyo Press

FONTE: JORNAL SEIKYO SHIMBUN