ROTANEWS176 09/09/2024 05h00
Estudo sobre a espécie envolveu 16 pesquisadores de 13 instituições diferentes.
Reprodução/Foto-RN176 Foto: Edson Taciano/IVB
Pesquisadores descobriram diversos aspectos da taxonomia — ciência que identifica, nomeia e classifica os seres vivos — da surucucu, a maior serpente peçonhenta das Américas, que pode chegar a mais de 3 metros. Os resultados do estudo sobre a espécie foram publicados na revista científica Systematics and Biodiversity no fim de agosto.
De acordo com a pesquisa, até então duas populações de surucucu, uma que vivia na Amazônia e outra na Mata Atlântica, eram consideradas uma espécie só. No entanto, o estudo que envolveu 16 pesquisadores de 13 instituições diferentes chegou à conclusão de que as serpentes são duas espécies distintas.
Conforme a pesquisa liderada por Breno Hamdan, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro do Instituto Vital Brazil, a surucucu que vive na Amazônia é chamada Lachesis muta. Já a espécie da Mata Atlântica é a Lachesis rhombeata.
Na pesquisa, foram analisadas a genética, o veneno, a morfologia e o habitat natural das espécies. Conheça algumas diferenças encontradas entre as serpentes:
Lachesis muta
Vive na Amazônia;
Possui mais escamas no ventre;
A faixa preta após o olho é mais fina;
O comprimento é de, em média 1,9 metro, e a cabeça é maior;
Cauda é mais longa.
Lachesis rhombeata
Vive na Mata Atlântica;
Tem menos escamas no ventre;
A faixa preta após o olho é mais grossa;
Alcança, em média, 1,8 metro de comprimento;
Tem menor diversidade genética, o que sugere que seu status de conservação precisa ser cuidadosamente avaliado.
Ainda conforme o estudo, análises apontam que o veneno das duas espécies é bem conservado. No entanto, foram identificadas algumas toxinas que só ocorrem em indivíduos da Amazônia.
Outras características já conhecidas da surucucu
A surucucu também é conhecida como surucucu-pico-de-jaca;
A cobra tem cor em tom alaranjado, bege ou amarronzado com manchas escuras;
Segundo o Instituto Butantan, é a maior serpente peçonhenta das Américas e a segunda maior do mundo, atrás apenas da cobra-rei (Ophiophagus hannah);
As escamas do corpo são semelhantes à casca de uma jaca;
Alimenta-se de mamíferos, em geral pequenos e médios roedores, como ratos, camundongos, pacas e cotias;
Tem hábitos noturnos e, quando se sente ameaçada, vibra sua cauda junto às folhas, produzindo um alerta sonoro.
FONTE: TERRA