Abraço que cura

ROTANEWS176 26/10/2024 11:15                                                                                                                              INCENTIVO DO LÍDER DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria

Vivemos em um mundo marcado por profundas desigualdades e conflitos. A violência, em suas diversas formas, permeia nossa sociedade, causando sofrimento e tirando vidas. Recentemente, meu filho sofreu um ataque racista e homofóbico na universidade. Esse fato trouxe dores e sofrimento para nossa família.

Procurando aprofundar o entendimento sobre essa circunstância desafiadora, buscamos à luz dos ensinamentos de Nichiren Daishonin e das orientações de Ikeda sensei o modo correto de enfrentá-la e vencê-la. Compreendendo que nada é por acaso e que tudo o que acontece em nossa vida tem um profundo significado, encaramos a situação com base nos aspectos legais e no princípio budista “carma adotado por desejo próprio” (ganken ogo).1

No romance Nova Revolução Humana, de autoria do presidente Ikeda, lemos:

— O budismo elucida um princípio chamado ganken ogo [carma adotado por desejo próprio]. Segundo esse princípio, os praticantes do budismo escolhem, por vontade própria, nascer em circunstâncias desfavoráveis para que possam ajudar os outros. (…) Quanto maior e mais profundo o sofrimento, mais magnífica será a prova dos benefícios da prática budista. Pode-se dizer que carma é outro nome para missão.2

Refletindo profundamente sobre esse fato e recitando muito mais daimoku encorajei meu fiho a despertar para nossa missão. Assim como Ikeda sensei diz: “[A fé] é definida pelo coração decidido e corajoso, que, no momento em que se depara com uma grande provação chamada ‘perseguição’, a pessoa enfrenta resolutamente, sem jamais se acovardar”.3

Renovamos a decisão familiar de cumprir a missão como bodisatva da terra e transformar carma em missão. O budismo que praticamos é o da vida real, em que temos contas para pagar, problemas de relacionamentos e questões sociais como a violência estrutural. Por essa razão, como membros da Soka Gakkai, somos instigados a pôr em prática os ensinamentos budistas diariamente no local e nas circunstâncias em que vivemos.

Com o direcionamento da Divisão Feminina de viver mais um dia feliz com muito mais daimoku, enfrentei os desafios com ações concretas: visitas, shakubuku, estudo do Gosho, recitação do gongyo e daimoku diariamente, para comprovar a prática da fé.

O poder do daimoku é imensurável! Manifestamos toda a boa sorte acumulada na luta do kosen-rufu. Meu filho recebeu atendimento jurídico e terapêutico, retornou à faculdade às ações na clínica de estágio. Além disso, aproximamos ainda mais nosso coração ao coração de Ikeda sensei. Nossa decisão, daqui em diante, é realizar uma prática consciente e atenta às questões sociais, levando esperança aos que estão sofrendo.

Então, junto com os integrantes da Juventude Soka, vamos construir pontes para melhorar a qualidade das reuniões de palestra para impulsionar o bem comum e transformar a vida individual e a sociedade. E, também, vamos promover o diálogo inter-religioso e intercultural, visando fortalecer os laços de solidariedade entre as diferentes comunidades, criando um futuro mais justo e pacífico. Assim, com o coração conectado ao coração do Mestre, a chama da compaixão e da esperança guiará nossos caminhos a um futuro repleto de realizações e de alegria, para inspirar a sociedade pela ação, demonstrando a importância da prática budista em nossa vida cotidiana.

Josefa Antonia de Sousa Dutra

Coordenadora de Coordenadoria da Divisão Feminina

Notas:

  1. Leia matéria no Brasil Seikyo, ed. 2.636, 10 jun. 2023, p. 21
  2. IKEDA, Daisaku. Desbravadores. Nova Revolução Humana. v. 1. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019.
  3. Idem. Contínua Felicidade. Nova Revolução Humana. v. 29. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019.

FRONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO