Momentos inesquecíveis: volume 23 (parte 2)

ROTANEWS176 26/10/2024 11:40                                                                                                                                  APRENDER COM A NOVA REVOLUÇÃO HUMANA DIRETO DA REDAÇÃO DO JBS

  

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de ilustração da matéria de  Kenichiro Uchida

 

Shin’ichi completou a Canção da Revolução Humana em julho de 1976. Ele queria compor uma canção da vida que inspirasse todos os membros a construir uma nova era da cultura e do humanismo.

Ao compor a Canção da Revolução Humana, Shin’ichi empenhou-se arduamente para tentar encontrar uma maneira de expressar e transmitir o profundo despertar espiritual de Josei Toda na prisão, em relação à sua identidade como bodisatva da terra. Foi com base nesse despertar que Toda sensei, sozinho, dedicou a vida ao kosen-rufu.

Como escreve Nichiren Daishonin: “Se tiver a mesma mente que Nichiren, o senhor deve ser um bodisatva da terra”.1 Esse despertar é o ponto inicial da convicção da Soka Gakkai, organização que está em total conformidade com o desejo e desígnio do Buda, diretamente ligada a Daishonin e dedicada ao kosen-rufu. Ter consciência da missão dos bodisatvas da terra significa compreender o verdadeiro propósito da vida — nascer com a missão de lutar pela felicidade dos outros — e pô-la em prática. Trata-se da fonte para criar o valor supremo na vida. É a força que ativa o estabelecimento do eu maior que abarca todas as pessoas e, de fato, toda a humanidade, por meio da transformação da condição de vida mesquinha do eu menor, que se preocupa apenas com os próprios interesses e preocupações, no desejo de ajudar os outros. Em outras palavras, dedicar-se à missão dos bodisatvas da terra é o caminho da revolução humana.

Em virtude do clima de desampa­ro e depressão, e a predominante incapacidade dos jovens de compreender o verdadeiro significado da vida, Shin’ichi quis emitir um vigoroso apelo aos jovens sobre o propósito da existência. Ele expressou essa ideia na segunda estrofe da canção: “Se somos realmente bodisatvas da terra, / então, temos uma missão a cumprir neste mundo”.

No fim de 1976, para comemorar o aniversário de 49 anos de Shin’ichi, que ocorreria em 2 de janeiro do ano seguinte, um monumento com a inscrição “Canção da Revolução Humana” foi erigido e inaugurado no terreno da sede da Soka Gakkai. O monumento foi oferecido por membros que, como discípulos de Shin’ichi, desejavam manifestar a determinação de cumprir a missão como bodisatvas da terra. A Canção da Revolução Humana foi uma obra conjunta de mestre e discípulo. É um hino da vida. Posteriormente à letra da canção inscrita no monumento, Shin’ichi acrescentou: “Dedico ao meu mestre, Josei Toda, de seu discípulo, Shin’ichi Yamamoto”.

(Capítulo “Coragem”)

Nota:

  1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Dai­shonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 404, 2020.

“Criação de valor” — um termo criado por mestre e discípulo

O dia 18 de novembro, designado como Dia da Fundação da Soka Gakkai, é a data em que foi publicado o primeiro volume de Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de Valor] de Tsunesaburo Makiguchi, em 1930. Essa obra inovadora nasceu de um diálogo entre mestre e discípulo.

Em um dia de inverno, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda conversavam noite adentro, sentados em volta de um braseiro na casa do Sr. Toda. (…)

Imediatamente após confidenciar a Toda sensei que desejava publicar suas teorias pedagógicas, Makiguchi sensei admitiu que as perspectivas não eram favoráveis:

— Mas não é sensato publicar um livro que não venderá nada e só vai gerar prejuízo financeiro.

— Sensei, eu cuidarei disso! — respondeu Toda sensei convictamente.

— Mas, Josei Toda, isso custará muito dinheiro.

— Não se preocupe. Não sou rico, mas tenho 19 mil ienes. Investirei tudo com muito prazer.

Na época, o salário inicial de um professor do ensino fundamental girava em torno de 50 ienes. Para implementar a teoria pedagógica do seu mestre, a fim de assegurar que a filosofia pedagógica dele fosse preservada, Josei Toda, que operava a instituição particular Jishu Gakkan, estava disposto a investir tudo o que tinha. (…)

Makiguchi sensei olhou aten­tamen­te para Toda sensei e, então, assentiu com a cabeça:

— Está bem. Se está tão decidido, sigamos adiante com isso!

Os olhos de Makiguchi brilhavam intensamente. Ele acrescentou suavemente, como se falasse consigo:

— Bem, então, que nome devo dar a ela?

— Qual é o propósito da sua teoria pedagógica? — indagou Josei Toda.

— Resumindo: “criar valor” — respondeu Tsunesaburo Makiguchi.

— Deixe-me pensar. “Ética para a Criação de Valor” e “Teoria Educacional para a Criação de Valor” soam longas demais. — disse Josei Toda.

— Sim, não expressam o significado corretamente, e algo como “Educação Criativa” também não o capta muito bem. — disse Makiguchi.

Com o rosto afogueado de entusiasmo, Josei Toda disse:

— Sensei, que tal se utilizássemos os primeiros ideogramas sozo (criação) e kachi (valor) para formar a palavra soka e chamá-la de “pedagogia de criação de valor”?

— Sim, é um ótimo nome!

— Então, vamos definir como “pedagogia de criação de valor”.

Já era meia-noite. Por meio do diá­logo de mestre e discípulo, cunhou-se o termo “criação de valor”.

(Capítulo “Empenho Resoluto”)

(Traduzido da edição de 8 de setembro de 2020 do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai).

No topo: ilustração de Kenichiro Uchida

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