O desabrochar das flores da felicidade

ROTANEWS176 09/11/2024 11:25                                                                                                                            CADERNO NOVA REVOLUÇÃO HUMANA                                                                                                                Por Dr. Daisaku Ikeda

Capítulo “Brado da Vitória”, volume 30

 

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de pessoas para ilustrar da matéria – Ilustração: Kenichiro Uchida

Parte 73

Após o término da recitação do gongyo na residência dos Sato, Shin’ichi Yamamoto falou à família em tom sereno:

— O Sr. Koji foi realmente uma pessoa de natureza boa e de fervorosa prática da fé. Um grande benemérito.

Então, ele direcionou o olhar para todos.

— Por intermédio do Sr. Koji, foi solidamente edificada a base da boa sorte da família Sato. Daqui para a frente, herdando essa prática da fé, vocês devem continuar a fazer desabrochar as flores da felicidade por toda a eternidade. Mesmo que recebam o bastão da sucessão na dianteira, não poderão cruzar a linha de chegada se não continuarem a correr. As pessoas que ficaram têm a responsabilidade de seguir mostrando comprovações que façam as demais pessoas ao redor dizerem, com todos os sentidos: “É realmente a família Sato!”. Começará finalmente de agora em diante o segundo capítulo da família Sato. Vamos juntos iniciar um novo avanço.

Na noite desse dia 11, Shin’ichi participou da conferência de responsáveis pela província, realizada no Centro Cultural de Akita.

Foram apresentados então como ficariam as instalações da Sede da Divisão Feminina da Província e o plano de construção de um centro cultural também ao sul da província, o que deixou a reunião repleta de alegria.

Dirigindo-se ao microfone, Shin’ichi seguiu citando a forma de viver de um verdadeiro praticante:

— Isso não é algo especial. Acontecem diversas coisas na vida. No entanto, é preciso manter pensamento, sentimento e determinação (ichinen) de “aconteça o que acontecer, eu me voltarei para o Gohonzon e seguirei recitando daimoku”, e continuarei a me empenhar animadamente nas atividades da Soka Gakkai de maneira firme e segura. E mais que qualquer outra coisa, um verdadeiro praticante é justamente a pessoa que decide ter como eixo da sua vida o kosen-rufu e sobrevive em prol da Lei tendo como base o Gosho.

— Houve até agora pessoas que atuaram de forma esplêndida por um período, mas se afastaram da prática da fé e se voltaram contra a Soka Gakkai. Ao observar com cuidado pessoas assim, vê-se que possuíram invariavelmente características em comum, como o fato de serem mimadas e terem fortes sentimentos pela fama e fortuna, autocomplacência e vaidade.

— No final, elas vieram apenas utilizando tanto a prática da fé como a organização somente para proveito próprio. Mesmo que se comportem habilmente, a verdadeira natureza delas acaba sendo desmascarada. Assim são a rigorosidade da Lei Mística e o mundo da prática da fé.

Parte 74

Shin’ichi Yamamoto seguiu falando de forma franca sobre os seus sinceros sentimentos aos companheiros de Akita, que vieram superando diversos ventos e neves de dificuldades:

— Eu vim sendo enganado pelas pessoas. Também fui utilizado e colocado em armadilhas. Sabia da existência de pessoas desse tipo dentre aqueles que se intitulavam discípulos. Havia pessoas que me diziam “Aquele homem tem segundas intenções, por isso é melhor se afastar dele rapidamente”. Mesmo assim, vim me relacionando com essas pessoas com coração aberto e envolvendo-as de maneira compreensiva. Conhecendo seus íntimos e suas reais intenções, vim dialogando tenazmente tentando despertá-las para a prática da fé. Por diversas vezes apontei rigorosamente essa natureza delas e vim acumulando orientações. Por quê? É pelo fato de o mestre ser aquele que, mesmo sendo enganado várias vezes, acredita no discípulo e se empenha dedicando todas as suas forças pela revivescência dele. No entanto, caso essa pessoa manifeste sua natureza maligna e cause sofrimento aos companheiros, que são os filhos do Buda, tente conturbar a união harmoniosa da Soka Gakkai e aja para destruir o kosen-rufu, ela já terá se tornado inimiga do Buda. Não haverá outra forma senão combatê-la exaustivamen­te. Não pode haver hesitação ou demora nisso. Quanto mais artimanha uma pessoa usa, mais inquieta ela se torna. Para esconder sua má índole, ataca freneticamente os outros. Essa é a percepção dos mais de trinta anos da minha vida religiosa. No entanto, tudo será sentenciado conforme a regra da vida denomina­da “princípio de causa e efeito”. Esse conceito de “causa e efeito” é inexorável. É justamen­te essa convicção de um budista. Viemos nos dedicando de forma ininterrupta em prol do kosen-rufu, para a paz no mundo e para a felicidade das pessoas. Porém, os maus sacerdotes não conseguem compreen­der esse rigoroso fato. Nichiren Daishonin assim cita como as pessoas más viam o buda Shakyamuni dotado dos trinta e dois aspectos e oitenta características: “No entanto, as pessoas más o viam como acinzentado, outros o viam com fuligem e outros como inimigo”.1 Aos olhos distorcidos, tudo se reflete de modo deturpado. O coração deformado por inveja, ódio e precon­ceito não consegue refletir sobre a verdade da Soka Gakkai. Por isso, eles vivem chamando a Soka Gakkai de herética.

Ser odiado pelo mal é a prova de ser da justiça.

Parte 75

A orientação de Shin’ichi Yamamoto, transbordante de paixão e de sentimento, se encerrou. O coração dos companheiros de Akita estava repleto de orgulho e de decisão como os “Notáveis do Mar do Japão”.

Ao se deslocar para o fundo da sala de reunião a fim de deixar o local, ele dirigiu um sorriso a uma senhora que ali se encontrava. Era Tomiko Sekiya, orientadora da Divisão Feminina da Regional Tazawa.

Em janeiro de 1979, quando Shin’ichi visitou o Centro Cultural de Mizusawa, na província de Iwate, ela havia participado de uma reunião de diálogo como representante da província de Akita e relatado os ataques absurdos contra a Soka Gakkai impetrados pelos sacerdotes e seguidores do templo em sua localidade.

E em fevereiro de 1978, para impedir que os membros da Soka Gakkai participassem da cerimônia de oko realizada no templo, adeptos diretos dessa instituição enxotaram-nos na porta de entrada. Contudo, Tomiko atravessou a barreira, dizendo-lhes: “Vocês não têm autoridade para me impedir de entrar aqui”. Então, foi o prior do templo quem gritou com ela: “Fora daqui!”.

Ela lhe questionou resolutamente por quê. “Porque a Gakkai é herética” — foi a resposta. Imediatamente, ela retrucou: “E por que a Gakkai é herética?”. Ela não recuou nenhum passo para declarar a justiça da organização.

“O ataque das maldades já se iniciou!” — sentiu Tomiko, que correu para incentivar os demais membros da Soka Gakkai. Muitos companheiros foram se levantando diante das palavras altivas de grande convicção em relação à organização e logicamente consistentes com o princípio de “refutar o errôneo e revelar o verdadeiro” dessa simples integrante da Divisão Feminina.

Haviam se passado três anos desde aquele encontro em Mizusawa.

Shin’ichi disse a Tomiko:

— Muito obrigado por seus dedicados esforços, mesmo sem ter veteranos com quem contar. Quem está protegendo a Soka Gakkai são pessoas que, independentemente do que aconteça, se levantam com a mesma decisão que a minha de assumir a total responsabilidade de fazer com que todos sejam felizes. É isso que significa levantar-se do lado da Soka Gakkai. Pessoas que se tornam meras espectadoras ou críticas da organização, em vez de viverem como protagonistas que assumem sua responsabilidade, são covardes. E quem logo critica a Soka Gakkai seguindo sem reflexão o que a sociedade diz é secto das críticas e opiniões públicas. A senhora manteve sua convicção até o fim. Venceu de forma esplêndida. Muito obrigado!

Reprodução/Foto-RN176 Desenho de pessoas para ilustrar da matéria – Ilustração: Kenichiro Uchida

Parte 76

Shin’ichi Yamamoto imbuiu força em sua voz para falar a Tomiko Sekiya:

— Agora é hora da nova partida. Vamos avançar juntos visando o dia 3 de maio de 2001 e o século 21!

— Sim! Nessa época estarei com 81 anos. E certamente viverei com saúde até lá. Será que po­derei me encontrar novamente com o senhor?

Shin’ichi respondeu-lhe, sorrindo:

— Ainda há quase vinte anos pela frente. Vamos nos encontrar várias e várias vezes. Jamais me esquecerei de alguém que, no momento crucial, se empenhou com todas as forças e lutou em prol do kosen-rufu. Seu nome ficará registrado na história do kosen-rufu e resplandecerá brilhantemente.

Dias depois, ele enviou um poe­ma para Tomiko:

Emergidos da terra

vivendo juntos

até o século.

No dia seguinte, 12 de janeiro, realizou-se uma reunião de líderes da província comemorativa da inauguração do Centro Cultural de Akita.

Nessa ocasião, participavam também representantes da província de Oita que tinham superado e vencido as provações da problemática do clero. E, ainda, duas províncias estabeleceram um laço de intercâmbio como “irmãs” e anunciaram que edificariam a “ponte de arco-íris do kosen-rufu”. Akita, por sua vez, reconfirmou a partida elevando as bandeiras da “construção do distrito” e da “plenitude das reuniões de palestra”.

Nesse dia, Shin’ichi disse em suas palavras de incentivo:

— Meus únicos desejos são: “Que todos vivam com saúde e tenham uma vida estável. Que todos tenham uma existência maravilhosa”. Gostaria que se lembrassem de que a prática da fé é exatamente para isso e que “fé é vida diária”.

Para que existem a prática da fé e as atividades da Soka Gakkai?

É, sem dúvida, pelo kosen-rufu e para “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”, mas o objetivo fundamental disso é a felici­dade de si próprio. É por meio da ação prática em prol do kosen-rufu e de “estabelecer o ensinamento para a pacificação da terra”, junto com a recitação do daimoku, que existem o dinâmico avanço da própria vida, a alegria, a revolução humana e a transformação do destino.

Além disso, as atividades diárias da Soka Gakkai são o caminho para desabrochar as flores da felicidade em nosso lar, no nosso bloco, na comunidade e na nossa localidade.

O personagem do presidente Ikeda no romance é Shin’ichi Yamamoto, e seu pseudônimo, como autor, é Ho Goku.

No topo: Ilustração de Kenichiro Uchida

Nota:

  1. The Writings of Nichiren Daishonin[Os Escritos de Nichiren Daishonin]. Tóquio: Soka Gakkai, v. II, p. 1079, 2006.

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO