Espírito invencível

ROTANEWS176 23/11/2024 09:05                                                                                                                                  ENCONTRO COM O MESTRE                                                                                                                                    Por Dr. Daisaku Ikeda

Reprodução/Foto-RN176 Antes da abertura do 4º Festival Cultural pela Paz Mundial, o presidente Ikeda desce ao campo para encorajar os companheiros (30 set. 1984) no Estádio de Beisebol de Koshien, em Osaka, Japão. Foto: Seikyo Press. Dr.Daisaku Ikeda. Ele era um filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista da SGI atualmente o Mestre e Presidente da Soka Gakkai Internacional – SGI – Fotos: Seikyo Press

Jamais ser derrotado

No dia 18 de setembro de 1966, o 3º Festival Cultural de Kansai foi realizado no Estádio de Beisebol de Koshien, em Osaka, sob forte chuva. Esse evento, conhecido como o “Festival da Chuva”, é uma história que continua sendo contada até hoje.

Cerca de 20 mil participantes fizeram apresentações de dança rítmica, balé, ginástica montada, entre outras, cobertos de lama. Nas arquibancadas, um grandioso espetáculo foi formado por cerca de 20 mil pessoas, compondo um painel humano.

Os companheiros, mesmo nas piores condições, demonstraram o indomável “espírito de Kansai”. Todos os convidados presentes não pouparam elogios. Mais tarde, o festival cultural foi transformado em um filme, espalhando emoção por todo o Japão e o mundo.

No dia 30 de setembro de 1984, foi realizado o 4º Festival Cultural pela Paz Mundial no mesmo estádio. Esse evento foi o pico do “ardor” e da “força” dos jovens de Kansai, que buscavam corresponder às expectativas do seu mestre. Antes da abertura do festival cultural, Ikeda sensei deu uma volta ao redor do campo, levantando as mãos e encorajando os companheiros, em um momento eternizado na história do kosen-rufu.

Fonte:

Adaptado de matéria publicada no Seikyo Shimbun de 27 de setembro de 2024.

Reprodução/Foto-RN176 Apresentação durante o 3º Festival Cultural de Kansai (18 set. 1966) no Estádio de Beisebol de Koshien, em Osaka, Japão

 

  1. DAISAKU IKEDA

Ser “sempre vitoriosa” é a tradição eterna e indestrutível de Kansai; e o “espírito de Kansai” é conhecido no mundo inteiro como o mais puro exemplo do espírito da Gakkai.

Por que a organização de Kansai é tão forte? Por que ela tem sido capaz de escrever uma história de triunfo por décadas? (…)

[Durante o Incidente de Osaka],1 no dia em que deixei a prisão, participei com Toda sensei da reunião no Centro Cívico de Osaka, em Nakanoshima. Estava decidido a provar inocência no tribunal; sabia que a batalha estava apenas começando. Chovia muito. Os trovões ribombavam e os relâmpagos rasgavam com fúria as nuvens escuras. Minhas palavras foram breves; só pedi a todos que lutassem ao meu lado contra aquela injustiça, com a convicção de que aquele que pratica sinceramente o Budismo de Nichiren Daishonin triunfa infalivelmente. (…)

Em qualquer caso, o kosen-rufu é uma batalha em que devemos triunfar infalivelmente. É a luta do bem contra o mal, do correto contra o incorreto.

Meus corajosos companheiros, que passaram muitas noites em claro, tomaram minha prisão como se fosse a deles e ficaram cheios de ira e de indignação com relação às ações de autoridades, compreenderam isso profundamente. Eles responderam ao meu brado com um aplauso sincero e no coração juraram: “Budismo é uma luta para triunfar. Não podemos perder. Não permitiremos a derrota!”.

Foi assim que nasceu o espírito indomável e de eternas vitórias de Kansai.

Esses preciosos companheiros determinaram triunfar. Jamais lamentaram, por pior que fosse a situação. Quanto maiores eram as dificuldades, mais intensamente brilhava seu espírito de luta. Eles superaram cada um dos obstáculos em seu caminho e continuaram a avançar em direção a uma comovente vitória.

O Festival Cultural de Kansai, o “Festival da Chuva”, realizado em 1966 sob um temporal no Estádio de Beisebol Koshien, em Osaka, é outro símbolo desse espírito invencível. Os membros de Kansai consideraram a chuva torrencial como parte da apresentação, e seus uniformes manchados de lama se transformaram em túnicas de majestosos campeões iluminadas pela chama dourada da poderosa determinação de vencer.

Esse mesmo espírito vem sendo transmitido de pais para filhos, de veteranos para jovens. Nenhuma outra região confere um valor tão grande à sua própria tradição. (…)

Os membros de Kansai não esperam instruções para agir, eles simplesmente fazem o que lhes é dito. O que os move é o comprometimento pessoal e o desejo de se dedicarem ao kosen-rufu junto comigo. Essa motivação interior é o que os torna tão fortes.

Nada se interpõe entre eles e eu. Nenhuma barreira separa o nosso coração. É assim que deve ser a Soka Gakkai. Não importam as atribulações que tive de enfrentar ao longo dos anos, o amor e o apoio que os membros de Kansai estenderam a mim sempre com tanta generosidade — afeto que nasce da relação de mestre e discípulo — jamais se abalaram. (…)

Em 1979, quando me tornei presidente honorário da Soka Gakkai e um grupo de pessoas armou um complô para destruir nossa organização, os membros de Kansai foram os primeiros a entrar em ação. Em uma reunião que eles chamaram de Primeira Convenção de Kansai, realizada em 18 de novembro daquele ano, expressaram sua determinação de se unirem a mim na luta. E foi de Kansai que uma nova onda do kosen-rufu começou a cobrir a terra, vencendo as forças opressoras que almejavam nossa queda. (…)

Os membros de Kansai estão fortemente unidos. Kansai é uma só. A organização é como uma enorme família que compartilha o orgulho de ser sempre vitoriosa, sem deixar de prezar os valores característicos de cada região.

Qual é a chave dessa união? É o humanismo. Os membros de Kansai não se deixam enganar pela eloquência e ostentação. Nossos líderes de Kansai jamais sucumbem ao autoritarismo ou à burocracia. São sempre eles mesmos — pessoas autênticas totalmente comprometidas com os membros com quem compartilham alegrias e tristezas. Quando chega o momento de lutar por suas crenças, avançam direto para o combate, sem hesitar um instante.

Essa rede de confiança une cada comunidade, distrito e sede e abarca toda a região de Kansai. (…)

Que o espírito de Kansai viva eternamente! Que Kansai, a fortaleza dourada do mundo, avance sem render-se jamais!

No topo: Antes da abertura do 4º Festival Cultural pela Paz Mundial, o presidente Ikeda desce ao campo para encorajar os companheiros (30 set. 1984) no Estádio de Beisebol de Koshien, em Osaka, Japão. Foto: Seikyo Press.

Fonte:

Terceira Civilização, ed. 596, abr. 2018, p. 40-46.

Nota:

  1. Incidente de Osaka: Em 1957, o presidente Ikeda, então responsável pela Secretaria da Divisão dos Jovens da Soka Gakkai, foi preso e injustamente acusado de ter violado a lei eleitoral em uma eleição suplementar para a Câmara dos Vereadores de Osaka. Ao final do processo judicial, que se arrastou por quase cinco anos, ele foi totalmente inocentado de todas as acusações.

FONTE: JORNAL SEIKYO PRESS