Google Maps dos cabos submarinos: impressionante mapa interativo permite descobrir o esqueleto do mundo moderno

ROTANEWS176 12/01/2025 19:10                                                                                                                                Por Viny Mathias

O mundo depende de um punhado de cabos. Muitos deles debaixo d’água. Temos tantos cabos submarinos que poderiam dar a volta ao Sol e eles são essenciais porque a maioria dos países do mundo e as suas comunicações dependem destes cabos. São tão importantes que há até países que ameaçam cortá-los para intimidar os seus vizinhos.

Em um grande mapa interativo do Submarine Cable Map (o “Google Maps” dos cabos) podemos ver não só todos os cabos submarinos, mas também os pontos de junção, quando foram construídos e a quem pertencem. A foto global é maravilhosa e mostra que estamos interligados graças a estes cabos subaquáticos. Desde finos até outros com o diâmetro de uma mangueira de jardim ou de um braço humano.

Reprodução/Foto-RN176 Google Maps dos cabos submarinos: impressionante mapa interativo permite descobrir o esqueleto do mundo moderno

Os cabos submarinos do planeta Terra (Imagem: Submarine Cable Map) Segundo o Xataka, 99% das comunicações dependem deles, e é aí que entra a Internet ou algo tão em expansão como a maior densidade de dados que utilizamos atualmente devido ao grande número de aplicações que oferecem streaming de conteúdo ou inteligência artificial.

A ponte transatlântica

Algo que fica óbvio no mapa é que existem várias “rodovias de cabos”. Uma delas é o Atlântico Norte, que liga o nordeste dos Estados Unidos à Europa. França, Irlanda, Inglaterra, Espanha e Portugal são os principais portos destes cabos.

O nó caribenho

A rede caribenha também é muito interessante, com uma infinidade de cabos conectando o México, o Panamá, a Costa Rica, a Guatemala, a República Dominicana ou a Venezuela entre eles. Desses locais, eles partem para lugares um pouco mais longe como Chile, Peru, Bolívia, Argentina e até Brasil.

Reprodução/Foto-RN176 Google Maps dos cabos submarinos: impressionante mapa interativo permite descobrir o esqueleto do mundo moderno (Imagem: Submarine Cable Map)

Uma das redes mais longas do mundo ligará o Chile à Polinésia Francesa. Seu nome é Humboldt, ainda não se sabe quanto tempo durará, mas sua dona será a Google. E outro cabo realmente enorme que entrou em operação em 2020 é o Curie, um cabo de 10.476 quilômetros de propriedade do Google que liga Valparaíso, no Chile; Balboa, no Panamá; e El Segundo, nos Estados Unidos.

O quadro asiático

Se na América há muitos cabos, a Ásia possui ainda mais, não importa para onde você olhe no mapa. Um dos mais importantes é o SeaMeWe-5, um cabo de 20 mil quilômetros que não tem apenas um dono, mas muitos. Curiosamente, não vemos as gigantes americanas a assinar este cabo, mas sim as operadoras chinesas, do Médio Oriente, entre outras. A SeameWe-5 liga muitos países, indo da França à Singapura.

Reprodução/Foto-RN176 Google Maps dos cabos submarinos: impressionante mapa interativo permite descobrir o esqueleto do mundo moderno (Imagem: Submarine Cable Map)

Na Índia, na China, no Mar da China Oriental e no Japão vemos uma infinidade de cabos que interligam os países e, ao mesmo tempo, servem de ponte com os três continentes americanos. Muitos desses cabos passam pelo Havaí, que fica preso no meio, e um dos mais longos é o Pacific Crossing-1 de 1999, com 21 mil quilômetros de extensão.

Coreia do Norte e Cuba

Algo curioso que podemos ver no mapa é o desligamento total da Coreia do Norte, onde não há um cabo sequer. Enquanto na Coreia do Sul, no nordeste chinês e no leste russo no Mar do Japão temos pontos de conexão, a Coreia do Norte está totalmente isolada. Não é algo que surpreenda dado o sigilo do país, mas ainda sim é curioso que não esteja conectado por fibra a nenhum outro.

O caso cubano também é curioso, já que não há muitos cabos e os que existem são graças aos seus aliados – como o Arimao que se conecta com a Martinica, mas é cubano, ou o Alba-1 com a Venezuela. O terceiro em disputa, e o único que liga Cuba aos EUA, é o americano GTMO-1. No entanto, ele é propriedade do governo yankee e o porto cubano fica na Baía de Guantánamo, numa base propriedade do exército dos Estados Unidos.

Canal de Suez

Reprodução/Foto-RN176 Google Maps dos cabos submarinos: impressionante mapa interativo permite descobrir o esqueleto do mundo moderno (Imagem: Submarine Cable Map)

Se falamos de “autoestradas” transatlânticas e asiáticas, outros pontos com muitos cabos estão no Canal de Suez (Egito) e no Mediterrâneo. Esta rota é por onde passam as comunicações com a Ásia e é algo que se nota na aglomeração de cabos submarinos na zona, sendo Marselha (França) o ponto de junção da maior parte deles, bem como o destino de alguns dos cabos importantes que irão ser construídos para 2026 e 2027.

2Africa

Embora existam cabos impressionantes, o 2Africa merece uma menção especial. É um cabo de 45.000 quilômetros de extensão que não só faz fronteira com todo o continente africano, mas também chega a Barcelona (Espanha) e, a leste, estende-se até à Índia. Foi inaugurado este ano e tem vários proprietários como China Mobile, Orange, Saudi Telecom e Vodafone.

Projeção

Destacamos apenas algumas das centenas de cabos que estão no fundo dos mares, mas a projeção é que haja um boom nos próximos anos. Somente até o fim de 2025, a estimativa do TeleGeography é que entrem em operação 78 novos sistemas que somarão uma extensão de 300 mil quilômetros.

Isto é o resultado de um investimento de 10 bilhões de dólares que, segundo os especialistas, significará um crescimento não visto nos últimos anos, fruto das necessidades crescentes da inteligência artificial, mas também dos sistemas de pesquisa, streaming de vídeo e redes sociais.

FONTE: IGN BRASIL