ROTANEWS176 02/03/2025 09h22 Por Bruno Capozzi
A empresa espacial Firefly Aerospace realizou um pouso na superfície da Lua neste domingo (02). A missão tem parceria da NASA.
RN176 Módulo lunar Blue Ghost da Firefly Aerospace pousou em segurança na superfície lunar, no lada esquerdo uma janela da centro de controle do módulo Fantasma Azul Foto: DW / Deutsche Welle
A empresa espacial Firefly Aerospace confirmou na manhã deste domingo (02) que o módulo lunar Blue Ghost (Fantasma Azul, na tradução) pousou na superfície do nosso satélite natural às 5h34 (horário de Brasília).
De acordo com a companhia, é a primeira vez que a iniciativa privada realiza um pouso totalmente bem-sucedido na Lua. Mas não é bem assim. Esse detalhe explicaremos nos próximos parágrafos.
“A Firefly está literal e figurativamente sobre a Lua”, disse Jason Kim, CEO da Firefly Aerospace. “Nosso módulo lunar Blue Ghost agora tem um lar permanente na superfície lunar com 10 cargas úteis da NASA e uma placa com o nome de cada funcionário da Firefly. Esta equipe ousada e imparável provou que estamos bem equipados para fornecer acesso confiável e acessível à Lua, e não vamos parar por aí. Com missões lunares anuais, a Firefly está abrindo caminho para uma presença lunar duradoura que ajudará a desbloquear o acesso ao resto do sistema solar para nossa nação, nossos parceiros e o mundo”.
Reprodução/Foto-RN176 Crédito: Firefly Aerospace
Objetivo da Blue Ghost na Lua
O Blue Ghost fará operações na superfície lunar e dará suporte a demonstrações científicas e tecnológicas da NASA nos próximos 14 dias – o equivalente a um dia lunar completo.
Vamos conferir o que está previsto:
- Perfuração subterrânea;
- Coleta de amostras e imagens de raios X;
- Testes do sistema global de navegação por satélite e da computação tolerante à radiação;
- Em 14 de março, a Firefly espera capturar imagens de alta definição de um eclipse total – quando a Terra bloqueará o Sol acima do horizonte da Lua;
- Em 16 de março, a Blue Ghost vai registrar o pôr do sol, fornecendo dados sobre como a poeira lunar levita devido às influências solares e cria um brilho no horizonte documentado pela primeira vez por Eugene Cernan, na Apollo 17.
- A poeira lunar pode ser um desafio para futuras bases em nosso satélite natural. Por isso, observações e testes são importantes.
“A ciência e a tecnologia que enviamos para a Lua agora ajudam a preparar o caminho para a futura exploração da NASA e a presença humana de longo prazo para inspirar o mundo para as gerações vindouras”, disse Nicky Fox, administradora associada da Diretoria de Missão Científica da Nassa.
Reprodução/Foto-RN176 O módulo lunar Blue Ghost da Firefly pousou suavemente em Mare Crisium carregando 10 instrumentos da NASA. Crédito: Firefly Aerospace
A viagem e o pouso da Blue Ghost
Desde o lançamento do Kennedy Space Center da NASA, na Flórida, em 15 de janeiro, a Blue Ghost viajou mais de 4,5 milhões de quilômetros.
O módulo lunar pousou em uma formação vulcânica chamada Mons Latreille, dentro do Mare Crisium, uma bacia de mais de 480 quilômetros de largura localizada no quadrante nordeste do lado próximo da Lua.
Missões privadas à Lua
A Intuitive Machines foi a primeira empresa privada a chegar em nosso satélite natural, em fevereiro do ano passado. Contudo, o módulo Odysseus pousou de forma indevida e tombou no solo lunar. Isso atrapalhou a comunicação com a Terra e dificultou o uso de certas ferramentas que a Nasa queria testar.
A Intuitive Machines, aliás, recolocou os Estados Unidos na Lua depois de 50 anos – a última vez tinha sido ainda com o programa Apollo, em 1972.
De qualquer forma, mesmo com o tombo de Odysseus, a missão foi considerada um sucesso. Agora, a Firefly Aerospace repetiu o feito – porém, sem qualquer imprevisto aparente. Por isso, o comunicado para imprensa diz que é a “primeira empresa comercial a pousar com sucesso na Lua”.
Reprodução/Foto-RN176 Última selfie da sonda Odysseus, antes de se desligar na Lua. Crédito: Intuitive Machines
Mais missões a caminho da Lua!
Na quarta-feira (26), um foguete Falcon 9, da SpaceX, lançou ao espaço três projetos científicos importantes. Um deles é o satélite Lunar Trailblazer, conforme noticiado pelo Olhar Digital, uma sonda da NASA criada para mapear a distribuição de água na Lua.
Além da sonda, o foguete transportava o módulo lunar Athena, da Intuitive Machines, e o Odin, um equipamento projetado para mineração de asteroides pela empresa Astroforge.
Contudo, há alguns problemas técnicos – tanto para a Lunar Trailblazer, quanto para o minerador.
FONTE: OLHAR DIGITAL E RN176