Equilíbrio e leveza na vida das mulheres

ROTANEWS176 15/03/2025 11:30                                                                                                                                MATÉRIA DA DIVISÃO FEMININA                                                                                                                                Por Divisão Feminina

Reprodução/Foto-RN176 Desenhos de ilustrativo da matéria

Queridas amigas de todos os recantos do Brasil, desejamos um maravilhoso mês de março. Feliz 8 de março, Dia Internacional da Mulher!

Ikeda sensei sempre enalteceu o grandioso papel da mulher em todos os campos de atuação como um grande sol que leva esperança e coragem para as pessoas e ilumina a vida delas.

Essa mulher é você, amiga! Uma mulher que, independentemente da situação que estiver passando, manifesta fé e esperança com a firme determinação de que tudo vai passar, tudo vai se transformar. Ela já sabe que a vitória é certa.

Nosso mestre, Dr. Daisaku Ikeda, nos incentiva no romance Nova Revolução Humana, volume 7, de sua autoria:

Por fim gostaria de dizer que as integrantes da Divisão Feminina da Soka Gakkai são as pioneiras do movimento pela verdadeira liberdade das mulheres. Espero que avancem prazerosamente na mais bela harmonia, conscientes da honra de serem aquelas que hasteiam altivamente o estandarte da paz e da liberdade.

A liberdade citada por Shin’ichi não se referia apenas às questões de cidadania e discriminação social. Era uma liberdade mais ampla, que livraria as mulheres das pesadas correntes do próprio carma e de todas as formas de infelicidade.

Com base na própria experiência, elas compreenderam que essa liberdade poderia ser conquistada seguindo o caminho da prática do Budismo de Nichiren Daishonin. Fortaleceram também a convicção de que as mulheres são capazes de construir um mundo melhor e mais feliz.1

De mulher a supermulher: uma mudança em cem anos

Se uma mulher de 1925 pudesse olhar para a rotina de uma mulher de 2025, seria impossível para ela entender como, em apenas cem anos, passamos de uma vida mais tranquila para uma existência sobrecarregada por informações, tarefas e mudanças constantes. Há cem anos, uma mulher consu-mia cerca de 100 MB de dados por dia (equivalente a algumas cartas enviadas). Hoje, estamos expostas a mais de 74 GB de informações diariamente — um aumento de setecentas vezes (equivalente a 37 mil fotos tiradas com o celular).2

Nunca estivemos tão saturadas de informações e tão exigidas por um mundo em constante mudança, com a pressão de sermos multifacetadas — profissionais, mães, esposas, amigas e donas de casa. Após anos de luta por direitos e autonomia, o que parecia ser uma vitória se transformou em um peso, e hoje muitas mulheres enfrentam o desafio de equilibrar esses múltiplos papéis, o que traz consequências profundas.

Saúde física: O acúmulo de responsabilidades aumenta o risco de doenças cardíacas e de hipertensão. Mulheres sob estresse constante têm 50% mais chances de desenvolver doenças crônicas.

Saúde emocional: A pressão para ser perfeita eleva os níveis de estresse e de ansiedade, com as mulheres experimentando 30% mais estresse que os homens, especialmente devido à “dupla jornada” de trabalho e de cuidados familiares.

Saúde mental: As mulheres são mais vulneráveis à depressão e à exaustão emocional, com o aumento de diagnósticos ligados à sobrecarga de tarefas e à falta de tempo para si mesmas.

A conquista de espaço pelas mulheres trouxe vitórias, mas também sobrecarga, impactando diretamente em seu bem-estar. Como transformar essa rotina sobrecarregada em algo mais equilibrado e leve, permitindo uma vida plena?

O equilíbrio necessário para “alçar voo”

A resposta para a pergunta anterior pode estar em uma analogia simples, mas poderosa: o voo de um avião.

A vida de muitas mulheres pode ser comparada a uma decolagem difícil, em que as responsabilidades — como profissionais, mães, esposas e cuidadoras — funcionam como peso excessivo. Para avançar, é preciso aprender a priorizar o que realmente importa e deixar o que não agrega.

O equilíbrio é a chave. Assim como um avião distribui o peso para decolar, nós, mulheres, podemos balancear nossas responsabilidades, identificando o que é essencial, o que devemos delegar e o que podemos adiar. Leveza não significa fugir das responsabilidades, mas ter sabedoria para estabelecer prioridades alinhadas ao nosso propósito de vida.

Leveza também é saber onde colocar nossa energia, e quando dizer “não” ao que nos desvia do nosso objetivo. Encontrar esse equilíbrio exige coragem e sabedoria para agir conforme nossos valores e não deixar que responsabilidades desnecessárias nos impeçam de avançar. Quando conseguimos isso, nossa jornada se torna mais fluida, e as chances de “voar” mais alto aumentam. É extrair a sabedoria do daimoku. Essa sabedoria faz com que haja coerência e bom senso para não deixar de realizar tudo que é necessário. Saber organizar o tempo da melhor forma, bem como os compromissos. A chave é iniciar o dia com “muito mais daimoku”, gerando assim a condição para que a energia brote e tudo tenha profundo significado e caminhe de modo satisfatório. Quando priozamos a prática da fé, tudo flui. É essa convicção que devemos ter em nosso coração. Leveza é realizar tudo com alegria e com a certeza que está dando o seu melhor.

Viver o momento presente

Ikeda sensei nos direciona a visualizar o futuro com os pés no presente.

Este momento é o “tempo sem início”. Tudo começa a partir de agora. O passado já não existe. O futuro ainda não chegou. Tudo o que existe é o momento presente. E, num piscar de olhos, o presente se torna passado. […] [A vida] não existe em nenhum outro lugar além deste momento. Nós experimentamos a felicidade e a infelicidade apenas neste instante.3

Ao adotarmos os slogans da Divisão Feminina, “Façam de todos os dias os melhores da sua vida” e “Vivam mais um dia feliz com uma pitada de SAL”,4 somos convidadas a viver com intensidade e propósito, fazendo de cada dia uma oportunidade única de crescimento e felicidade. A sabedoria nos ajuda a tomar decisões alinhadas com nosso coração e valores, e a leveza nos ensina a fazer tudo com alegria e gratidão, focando no presente. Ao integrarmos esses ingredientes no nosso cotidiano, com a oração em primeiro lugar, ligadas ao coração do Mestre, criamos uma jornada mais plena e positiva, transformando o agora no melhor momento para ser vivido e celebrado!

Para finalizar, não poderíamos deixar de citar sobre o 16 de Março, Dia do nosso Eterno Juramento de Mestre e Discípulo. Data em que renovamos nosso compromisso de luta eterna com Ikeda sensei e Sra. Kaneko Ikeda pelas três existências da vida, em união harmoniosa com a família Soka.

Um forte e carinhoso abraço!

Divisão Feminina da BSGI

Notas:

  1. IKEDA, Daisaku. Leme. Nova Revolução Humana. v. 7. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2018.
  2. IDC (International Data Corporation). Relatório Global de Dados. Disponível em: https://www.idc.com/. Acesso em: 3 mar.2 025.
  3. Brasil Seikyo, ed. 2.314, 5 mar. 2016, p. B4.
  4. O significado da sigla SAL é sabedoria, alegria e leveza.

Vitórias da Divisão Feminina

Raios de esperança

Reprodução/Foto-RN176 Celia, segunda da esq. para a dir., com seu esposo, Fabio, e os filhos Nicole e Vinicius

Sou casada há 24 anos com Fabio Oda, meu precioso rei, e temos dois filhos: Nicole, de 14 anos, e Vinícius, de 21. Nasci em uma família que já praticava o Budismo Nichiren e, neste ano, meus pais comemoram sessenta anos de prática. Tenho muita gratidão por isso!

Minha rotina, como a de muitas mulheres, é bastante atribulada. Sou “mãetorista” (rs!), trabalho fora, sou líder na organização, cuido da casa, da família. Como conciliar tudo isso com leveza? Só consigo realizar tudo graças ao apoio incondicional do meu marido, da minha família e das minhas queridas companheiras na organização.

Ikeda sensei diz: “Polir a si próprio é mais importante que qualquer outro objetivo na vida”.1 Tento aplicar esse ensinamento em meu cotidiano, esforçando-me para “polir minha própria vida” a cada desafio. Além das responsabilidades diárias, fui surpreendida em 2020 com o diagnóstico de artrite reumatoide (doença que causa dores intensas e impossibilita a pessoa de realizar atividades simples, como abrir uma torneira). Determinei, então, que dedicaria ainda mais minha vida ao kosen-rufu e, para isso, precisaria manter meu corpo saudável.

Com intenso daimoku, tomava medicamentos semanais e refazia meus exames todo semestre. A cada consulta, minha reumatologista se surpreendia com os resultados: o fator reumatoide diminuía constantemente, permitindo a redução de seis para três comprimidos a cada dez dias. Meu fígado, que também poderia ser afetado pelo medicamento, permanece saudável.

No campo profissional, sou massoterapeuta e me sinto grata por poder ajudar as pessoas a aliviar suas dores e tensões. Isso é gratificante! Em setembro de 2024, meu marido e eu enfrentamos outro desafio de saúde: ele perdeu severamente a audição no ouvido direito. Consultamos vários médicos, mas sem sucesso nos tra-tamentos. No entanto, estamos firmes, certos de que “O inverno nunca falha em se tornar primavera”,2 e logo celebraremos mais uma vitória juntos.

Tenho em minha vida uma orientação de Ikeda sensei que me impulsiona:

A vitória ou a derrota não são decididas no meio do caminho. É consagrado gloriosamente vitorioso quem suportar de forma persistente as intempéries da vida e der a volta por cima.3

Essa determinação me faz seguir em frente, mesmo nos momentos difíceis, com a certeza de que a vitória é certa para quem não desiste.

Determino viver todos os dias “Mais um dia feliz”, com SAL!

Minha eterna gratidão a Ikeda sensei e à Sra. Kaneko.

Célia Oda, vice-coordenadora da Divisão Feminina da BSGI e coordenadora da

Divisão Feminina da Coordenadoria-Geral do Estado de São Paulo (CGESP)

Notas:

  1. Brasil Seikyo,ed. 1.841, 29 abr. 2006.
  2. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, v. I, p. 560, 2014.
  3. Brasil Seikyo, ed. 2.277, 30 maio 2015, p. B2.

***

Reprodução/Foto-RN176 Larissa, de óculos, com seu esposo, Flávio, e Eduarda, filha do casal

Passei grande parte da minha vida tentando ser tudo para todos. Como filha, amiga, profissional e mãe, eu me doava por inteiro, movida por boas intenções. Mas, por dentro, carregava um peso invisível: a rigidez.

Essa rigidez se disfarçava de responsabilidade e zelo, porém me deixava com um vazio profundo. Eu me doava sem medida, mas o retorno não vinha na mesma intensidade. Sentia-me sozinha, mesmo cercada por pessoas.

A virada aconteceu quando compreendi, com ajuda de terapia e do daimoku, que eu ultrapassava meus próprios limites em nome de um equilíbrio falso. Exercitar a mudança foi desconfortável: dizer os primeiros “nãos” e respeitar meu espaço gerava dúvidas e culpa, especialmente com quem não tinha mais o que oferecer.

A perda do meu irmão, em meio à dor profunda, me trouxe um chamado silencioso: viver com mais leveza e autenticidade. Hoje, entendo que o equilíbrio não se resume a estar disponível sempre, e sim reconhecer meus limites.

O budismo me ensinou a acolher o sofrimento com compaixão, e a terapia me deu ferramentas para agir com consciência. A leveza não significa ausência de responsabilidade, mas a presença de equilíbrio.

Minha mensagem é simples: ocupe seu lugar com amor, porém, sem se esquecer de si mesma. A vida, mesmo nas dores mais profundas, sempre nos convida a viver com mais leveza — aceitar esse convite é um ato de coragem e fé.

Larissa Silva, responsável pela Divisão Feminina da RM Paralela, Sub. Bahia, CGRE

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO