A missão de ser feliz

ROTANEWS176 15/03/2025 11:45                                                                                                                               RELATO  DIRETAMENTE  DA REDAÇÃO DO JBS

Ao vencer os grilhões do carma, Sara vive uma juventude plena sob as lentes da gratidão

 

Reprodução/Foto-RN176 Ao segurar sua câmera, Sara posa feliz na profissão que sempre sonhou. “Descobri na prática o valor do belo, do benefício e do bem”. Foto: BS

A gente nasce porque tem uma missão? Estou convicta de que sim! Sou Tamara Sara, tenho 31 anos e moro no bairro Jaguaré, em São Paulo, SP. Nasci prematura, com apenas 1,1 kg, fruto de uma gravidez não desejada na época. Minha mãe, Valéria, estava com 40 anos, e por ser considerada gravidez de risco muitos acharam que eu não sobreviveria. Nessa ocasião, por ela já ter encontrado a Soka Gakkai e recebido o Gohonzon em nosso lar, lutou intensamente pela minha vida. Além de vir ao mundo prematura, nasci com uma doença crônica, dermatite atópica, que se se tornou complicada quando era mais nova. Sobrevivi, encontrei minha missão de vida e compartilho um pouco dessa jornada.

Nossa família é pequena, tenho um irmão chamado João e, desde criança, sempre fomos incentivados a fazer daimoku. Minha mãe trabalhava arduamente e quando conseguia, ela nos levava para as atividades dos estudantes. Eu via o esforço dela para nos criar sozinha.

Inspiração

Na juventude, com o exemplo em casa e o orgulho pela minha mãe, encarei cedo o trabalho para auxiliar a família. Minha mãe sempre dizia uma frase do fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, que ela leu, sobre a importância do belo, do benefício e do bem.Acabei gravando-a em minha vida. Então, quando orava ao Gohonzon, determinava encontrar um emprego de que gostasse e de que pudesse apoiar as pessoas.

Havia algo que constantemente me chamava a atenção: a fotografia. Queria, assim como o presidente Ikeda, registrar momentos especiais da vida. Por intermédio de uma amiga, trabalhando com um fotógrafo, consegui um emprego. Sou-lhe muito grata, pois me inspirou a acreditar que “viver de arte” é possível. Com isso em mente, fui atrás dos meus sonhos e adquiri um financiamento escolar, o Fies. Em 2014, eu me formei em fotografia e avancei em novas empresas.

Reprodução/Foto-RN176 Sara celebra o aniversário da mãe, Valéria, a quem é imensamente grata

Na minha trajetória, tive contato com pessoas em situação de vulnerabilidade social, ouvindo e fotografando realidades desafiadoras, o que me aproximou ainda mais da prática do Nam-myoho-renge-kyo, porque sabia que existia uma forma de ajudá-las a vencer.

Minha rotina de trabalho, no entanto, ainda ocupava os fins de semana. Ikeda sensei enfatiza:

O esforço é a ponte que liga o sonho e a realidade. As pessoas que se esforçam são cheias de esperança. Isso significa que a esperança nasce do esforço.2

Determinei trabalhar de segunda a sexta para participar das atividades. Nova conquista. Também fui me especializando cada vez mais na fotografia.

Sempre me esforcei para contribuir com minha família, por imensa gratidão. Apesar de todas as dificuldades, sabia que tudo daria certo, porque tinha o Gohonzon comigo. Infalivelmente, as soluções surgiam, assim como amplas chances de trabalho na área. Cada clique, cada projeto, era um lembrete de que eu estava no caminho certo.

Empoderar

Na organização, tive a honra de me tornar responsável pelo bloco das jovens e, posteriormente, pela Comunidade Parque Continental, na RM Osasco Leste, onde estou até hoje. Sou profundamente grata aos meus líderes por todas as oportunidades de crescimento e de aprendizado. Agora, fotógrafa e líder de comunidade, refleti: “Como a minha fotografia poderia ser algo que contemplasse o belo, o benefício e o bem?”.

Reprodução/Foto-RN176 Selfie feita pela relatante, após um encontro na localidade

O sentimento de encontrar o verdadeiro propósito da minha missão, permanecia pulsando. Até que, em 2023, a oportunidade surgiu e não hesitei. Buscava trabalhar em um lugar onde os valores dessa empresa estivessem sintonizados com meu coração, além de contribuir com minha paixão e talentos de forma ainda mais profunda. Enviei meu currículo para essa empresa com determinação e fé. Vitória! Consegui o emprego e, apoiada por todos, estou muito feliz por ter concluído minha segunda graduação, agora em audiovisual.

Ao mesmo tempo, meu desejo de propagar o budismo se fortaleceu. No ano passado, fizemos uma grande luta na comunidade, trazendo de volta os que estavam distantes desde a pandemia. Por meio de reuniões de palestra empolgantes, atividades antes com participação de cinco pessoas, reunimos quarenta participantes em dezembro, com concessões de Gohonzon, conversões e muita alegria!

Graças a isso, os jovens se levantaram e, com o apoio das outras divisões, estamos vencendo passo a passo na Liga Monarca.

Uma emoção indescritível foi registrar as cenas da Convenção da Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, em maio de 2024. Estar ali, tão próxima de todos os jovens com o mesmo propósito, foi incrível. Isso me inspirou tanto que decidi entrar para o Coral Esperança do Mundo (CEM).

Reprodução/Foto-RN176 Em um dos momentos de atuação pela Editora Brasil Seikyo na Convenção Juventude Soka Esperança do Mundo, realizada no Ginásio do Ibirapuera (São Paulo, SP, maio 2024)

Minha convicção é de que podemos ir além do que imaginamos, basta ter fé, coragem, dedicação e um mestre, e nós temos. Com o coração repleto de gratidão, determino avançar com esse coração grandioso que aprendi com Ikeda sensei, espalhando seus ideais e sendo fonte de inspiração para outros jovens. Aquele bebê de pouco mais de um quilo ao nascer se transformou em um adulto que transborda energia! Sim, é possível viver dos sonhos e ser plenamente feliz. Estou provando isso em minha vida; o melhor de tudo é que é só o começo. Contem comigo, sempre!

Tamara Sara Araújo. 31 anos. Fotógrafa. Na BSGI, é responsável pela Juventude Soka da Comunidade Parque Continental e pelos Sucessores Ikeda do Distrito Continental, RM Osasco Leste, CGSP.

Notas:

  1. Pela teoria do valor exposta por Makiguchi, há três tipos de valor: do belo, do benefício e do bem. Na área do trabalho, o valor do belo significa encontrar um emprego de que gostem; o valor do benefício é conseguir um emprego que proporcione um salário com o qual possam se sustentar; e o valor do bem significa conquistar um emprego pelo qual possam ajudar os outros e contribuir para o bem da sociedade. (Brasil Seikyo, ed. 2.132, 19 maio 2012, p. C2).
  2. Brasil Seikyo, ed. 2.155, 10 nov. 2012, p. B4.

FONTE: JORNAL BRASIL SEIKYO