Menopausa precoce não tratada aumenta risco de infarto e doença cardiovascular

VÍDEO: GINECOLOGISTA FALA DE MENOPAUSA PRECOCE! –

ROTANEWS176 16/04/2025 08:44

Menopausa pode surgir de forma antecipada na vida de algumas mulheres, sendo chamada de precoce ou até prematura.

 

A menopausa precoce, conhecida como falência ovariana prematura, pode ocorrer antes dos 45 anos, trazendo riscos como doenças cardiovasculares e infertilidade. O tratamento, com terapia hormonal e cuidados multidisciplinares, é essencial para qualidade de vida e saúde.

Menopausa precoce não tratada aumenta risco de infarto e doença cardiovascular:

Conhecida como falência ovariana prematura, ou insuficiência ovariana prematura, a menopausa pode surgir de forma antecipada na vida de algumas mulheres. Quando diagnosticada antes dos 45 anos, é considerada precoce; já quando ocorre antes dos 40, é chamada de menopausa prematura.

“Em todos os casos, o período é definido com o encerramento do ciclo menstrual da mulher e, mesmo quando vem antes da hora, carrega todos os sintomas físicos e emocionais dessa transição. Entre eles, é possível destacar as ondas de calor, sudorese noturna, alterações menstruais, mudanças de humor, irritabilidade, insônia, fadiga, entre outros. Muitas mulheres nessa fase podem não ter o parâmetro da menstruação por usarem DIU ou por já não terem útero”, afirma o ginecologista Igor Padovesi, um dos raros especialistas em menopausa no Brasil, certificado pela North American Menopause Society (NAMS) e membro da International Menopause Society (IMS).

“A grande e principal questão é que, se não tratada com a terapia hormonal correta, a menopausa precoce aumenta os riscos de infarto, derrame e doenças cardiovasculares. Além disso, pode impactar também mulheres que ainda querem engravidar. A menopausa inviabiliza que a mulher engravide naturalmente com óvulos próprios, embora ela ainda possa ser mãe, engravidando com óvulos doados e técnicas de reprodução assistida”, acrescenta o médico.

Nesses casos, segundo o ginecologista, é necessário se basear nos sintomas e nas dosagens do hormônio folículo-estimulante (FSH) que alteram drasticamente. “Durante a transição menopausal os níveis hormonais oscilam e, nesses casos, é necessário realizar algumas dosagens para ter certeza do diagnóstico, principalmente se a mulher não tiver o parâmetro da menstruação”, complementa o especialista.

“O aspecto mais importante para destacar é que as causas não são bem conhecidas, e na grande maioria dos casos, não se identifica uma causa definida. É um evento aleatório na população feminina, em que algumas mulheres perdem a função do ovário mais cedo.”

Alterações clínicas e riscos

Igor Padovesi explica que, na menopausa precoce, ocorre o fim da produção de estrogênio pelos ovários. Esse hormônio, que é fundamental para a preparação gestacional no ciclo ovulatório, também afeta diretamente as funções emocionais. Além disso, a falência ovariana prematura contribui diretamente com o aumento da taxa de mortalidade de mulheres. Conforme apontado pelas diretrizes mundiais da área, quando não há tratamento, o declínio hormonal da menopausa prematura aumenta significativamente os riscos de doenças cardiovasculares, como o infarto.

“Há também outras possíveis consequências, como o risco de fragilidade óssea, piora da qualidade de vida e síndrome geniturinária, que leva a ressecamento, atrofia, dor, desconforto, sintomas genitais e urinários. Um motivo absoluto pelo qual a terapia hormonal é obrigatória se dá pelo aumento do risco de mortalidade nos casos em que a menopausa precoce não é tratada”, reitera o médico.

O problema é que esses sintomas nem sempre são diagnosticados como menopausa. De acordo com pesquisas recentes, no mundo, somente 20% dos programas de residência em obstetrícia e ginecologia oferecem algum treinamento sobre o tema, enquanto 80% dos residentes médicos relatam se sentir “pouco confortáveis” para discutir ou tratar a menopausa.

“Atendo mulheres que chegam até mim depois de passar por vários profissionais que não trataram a menopausa prematura, o que é meio absurdo, mas ainda muito comum.”

Uma revisão da Universidade de Yale com mais de 500 mil mulheres em vários estágios da menopausa afirma que, embora 60% das menopausadas tenham sintomas significativos e procurem atendimento médico, quase três quartos delas não recebem um tratamento adequado.

Tratamentos

Segundo o ginecologista, é importante estar atento aos sinais e sintomas da menopausa precoce ou prematura, e buscar tratamentos adequados para prevenir o surgimento de outros problemas de saúde em decorrência do diagnóstico tardio. Ele também enfatiza a existência de diversas alternativas para aliviar os sintomas.

“A base do tratamento é a terapia hormonal com estrogênios, preferencialmente por uma via de aplicação não-oral, como o gel transdérmico. A progesterona é o outro hormônio que compõe a terapia hormonal, visando manter os níveis de hormônios femininos em valores próximos aos encontrados durante a vida reprodutiva da mulher. São tratamentos bastante seguros, desde que monitorados por um médico regularmente. Existem também possíveis tratamentos adjuvantes, como dietas, fisioterapia, higiene mental, atividade física, meditação e outros. O diagnóstico e o tratamento corretos são fundamentais para a qualidade de vida e longevidade saudável”, finaliza o médico.

RN176; Assista na íntegra o vídeo do Terra de orientação do médico Ginecologista Igor Padovesi, da ‘Menopausa Precoce’. Comente o vídeo do Dr. Padovesi?

 

FONTES: HOMEWORK/ TERRA E RN176