Nunca foi tão fácil identificar asteroides perigosos

ROTANEWS176 14/06/2025 16h30

Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 

Avanços tecnológicos aumentam as nossas chances de detectar ameaças vindas do espaço várias semanas antes de possíveis colisões com a Terra

Asteroides indo em direção à Terra

Reprodução/Foto-RN176 Representação artística da Terra, com quatro asteroides passando por perto (Imagem: PumpedVisuals/Dotted Yeti/Shutterstock; Montagem: Olhar Digital)

Há apenas algumas décadas, os cientistas não eram capazes de precisar o número de asteroides potencialmente perigosos para o nosso planeta, além do poder destrutivo deles. Um cenário que, hoje, é completamente diferente.

Diversas missões já foram realizadas para para coletar amostras e até mesmo desviar a rota destas rochas espaciais. Agora, a Fundação b612, também conhecida como Asteroid Institute, anunciou o lançamento do ADAM, o primeiro software online para calcular futuros impactos contra a Terra.

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Reprodução/Foto-RN176 Imagem conceitual de asteroides próximos da Terra (Imagem: buradaki/Shutterstock)

Informações ajudam a mitigar possíveis efeitos de impactos de asteroides

Em artigo publicado no The Conversation, Josep M. Trigo Rodríguez, do Instituto de Ciencias del Espacio, da Espanha, explica que somente descobrindo os asteroides a tempo e conhecendo suas órbitas com precisão é que podemos prever seus movimentos em uma escala de anos, décadas ou séculos no futuro.

Este conhecimento nos dá a oportunidade de mitigar os efeitos de eventuais impactos. É por isso que o lançamento do novo software online é considerado uma revolução. O sistema ADAM é capaz de fornecer uma estimativa realista e gráfica da probabilidade de impacto de vários asteroides conhecidos.

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Reprodução/Foto-RN176 Sistema é capaz de apresentar possíveis trajetórias de objetos espaciais (Imagem: divulgação/Asteroid Institute)

Como exemplo, é mostrado o encontro do asteroide 2010 RF12 com o sistema Terra-Lua na noite de 5 para 6 de setembro de 2095. O programa mostra vários clones espalhados no espaço para representar a incerteza atual nos elementos orbitais. Isso se traduz em um corredor de risco que indica as áreas onde um impacto pode ser esperado, facilitando a antecipação de uma evacuação futura, caso seja considerada necessária.

Josep M. Trigo Rodríguez, do Instituto de Ciencias del Espacio

Em outras palavras, a nova tecnologia apresenta as possíveis trajetórias que o asteroide seguiria em 2095. Neste caso específico, há 5,3% de possibilidade de uma colisão com o nosso planeta.

Observatório Vera C. Rubin, no Chile, que tem câmera LSST, a maior câmera digital do mundo, instalada

Reprodução/Foto-RN176 Observatório Vera Rubin, no Chile, conta com a maior câmera digital do mundo instalada (Imagem: RubinObs/NOIRLab/SLAC/NSF/DOE/AURA/H. Stockebrand)

Identificação de ameaças se tornará mais rápida

  • Para evitar ou atenuar os impactos de asteroides, no entanto, é preciso identificar a presença deles.
  • Desde a primeira aplicação da fotografia no registro do céu, há 225 anos, já foram identificados 1,5 milhão de rochas especiais.
  • Um trabalho que deve ficar ainda mais rápido e fácil com o Observatório Vera Rubin, no Chile.
  • Ele é capaz de varrer todo o céu do hemisfério sul a cada três dias, podendo dobrar o número de asteroides conhecidos e outros objetos remotos em menos de um ano.
  • O objetivo é detectar qualquer ameaça várias semanas antes de possíveis colisões com a Terra.

FONTE: OLHAR DIGITAL