Geração Y é a que menos faz sexo desde nascidos em 1920, diz estudo

AFP E ROTANEWS176 02/08/2016 20h56

Pesquisa americana diz que aplicativos de namoro e maior aceitação para relação antes do casamento não influenciaram em maior atividade sexual.

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Reprodução/Foto-RN176 Pornagrafia fácil é um dos fatores apontados pela queda na atividade sexual (Foto: Axel Bernstorff/Cultura Creative/AFP/Arquivo)

A atual geração de jovens faz menos sexo que as gerações anteriores, apesar da ampla disponibilidade de aplicativos e sites de namoro e da maior aceitação sobre o sexo antes do casamento, disseram pesquisadores na terça-feira (2).

O estudo analisou os “Millennials”, a geração de pessoas nascidas na década de 1990, e descobriu que eles eram o grupo mais sexualmente inativo desde a época da Grande Depressão. Os entrevistados pela pesquisa eram todos nascidos nos Estados Unidos.

“A única outra geração que mostrou uma taxa mais alta de inatividade sexual foi a dos nascidos na década de 1920”, afirma o estudo, realizado por pesquisadores da Universidade Atlântica da Flórida e publicado na revista científica “Archives of Sexual Behavior”.

A pesquisa revelou que entre os americanos de 20 a 24 anos, os nascidos no início de 1990 eram significativamente mais propensos a não terem tido parceiros sexuais após os 18 anos do que os membros da Geração X, nascidos no final da década de 1960.

No total, 15% dos “Millennials” americanos de 20 a 24 anos de idade relataram não ter parceiros sexuais desde que fizeram 18 anos, em comparação com 6% dos nascidos na década de 1960.

“Este estudo realmente contradiz a noção generalizada e popularizada por aplicativos de namoro, como Tinder e outros, de que os “Millennials” são a geração “conexão”, sugerindo que eles estão à procura de relacionamentos rápidos e sexo casual frequente”, disse o coautor Ryne Sherman, professor associado de psicologia na Faculdade de Ciências Charles E. Schmidt da Universidade Atlântica da Flórida.

“Nossos dados mostram que este não parece ser, de modo algum, o caso, e que os ‘Millennials’ não são mais promíscuos do que seus antecessores”, completou.

Mulheres jovens de hoje são cerca de duas vezes mais propensas do que os homens a serem sexualmente inativas, segundo a pesquisa.

O estudo também mostrou que menos jovens tiram carteira de motorista ou têm trabalhos remunerados, sugerindo que eles “estão crescendo mais lentamente do que os nascidos na década de 1980”.

Outra pesquisa divulgada no início deste ano pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) revelou que 41% dos estudantes do ensino médio disseram que nunca tinham tido relações sexuais, em comparação com 54% em 1991.

Sherman disse que as razões para esta mudança são complexas, mas que os fatores podem incluir mais educação sexual, uma maior consciência sobre as doenças sexualmente transmissíveis, acesso fácil à pornografia e, talvez, diferentes definições entre as gerações do que é o sexo – se este se refere a sexo oral ou coito, por exemplo.

De alguma forma, saber mais sobre sexo e poder vê-lo em vídeo não se traduziu em mais sexo real para os jovens de hoje. Segundo Sherman, o aumento do individualismo observado nos “Millennials” pode estar influenciando na maneira como eles sentem a pressão para adequar seu comportamento ao de outros jovens.