Veja 5 coisas que parceiro algum pode exigir que você faça em um relacionamento

ROTANEWS176 E DELAS   20/06/2017 09:00                                                                                                             Por Fernanda Labate

Muita gente acha normal um relacionamento envolver práticas que eliminam a privacidade e passam por cima de vontades, mas não é assim que funciona

Você finalmente conheceu aquela pessoa encantadora, que te completa de várias formas e está perdidamente apaixonada, mas fica com a pulga atrás da orelha sobre precisar ou não ceder a certas pressões e vontades que ela tem (ou impõe) no relacionamento? Pois é muito provável que você esteja aturando coisas que não deveriam nem ser requisitadas em uma relação saudável.

1Reprodução/Foto-RN176 Muita gente acha que é normal um relacionamento envolver coisas como ausência de privacidade, mas não é bem assim

Muita gente diz que só há amor no relacionamento se também houver dor e complicações, que uma das pessoas envolvidas sempre precisa ceder – mesmo que isso signifique ir contra princípios, se chatear bastante e até fazer coisas sem estar com vontade – por um “bem maior”, mas isso não é exatamente verdade.

É claro que todo casal acabará passando por briguinhas e terá de superar alguns obstáculos, mas relacionamentos devem funcionar à base da confiança e da cumplicidade, não de restrições, obrigações e falta de privacidade. Confira cinco coisas que parceiro algum pode exigir que você faça em uma relação

  1. Mudar a aparência 

Comentários como “esse batom é chamativo demais”, “você vai mesmo sair com essa roupa curta?” e “se você cortar o cabelo, não vai ficar bom” até parecem simples dicas, mas podem fazer com que o tempo feche na relação do casal. É claro que a pessoa pode ter preferências pessoais, mas se estar com alguém significa gostar daquela pessoa como ela é, qual é o ponto em querer que ela mude?

Além de ser um hábito chato e desnecessário, a sexóloga Priscila Junqueira afirma que ditar a aparência da pessoa com que está se relacionando de acordo com os próprios gostos pode gerar consequências negativas tanto para o casal quanto para a pessoa criticada.

Segundo ela, esse tipo de crítica pode não fazer nada bem para pessoas que têm baixa autoestima, além de afetar a relação com um todo, portanto não, você não é obrigada a deixar de usar uma certa roupa ou usar mais maquiagem só porque o parceiro ou parceira exige (e se a pessoa exige, provavelmente não é a melhor companhia).

  1. Deixar amigos, familiares ou hábitos de lado

Quando se está em uma relação, é bastante natural que se queira passar bastante tempo com aquela pessoa especial, mas é necessário sempre ter em mente que uma relação é para ser algo que complementa sua vida, mas não substitui os hábitos e pessoas que já estavam nela antes daquela pessoa chegar.

“O mais saudável é não deixar de ter sua individualidade e fazer as coisas que costumava fazer quando era solteiro, sem deixar que o relacionamento ocupe 100% do tempo do casal ”, afirma a sexóloga. Além de ser importante manter hábitos e amizades anteriores à relação, ninguém pode exigir que você faça isso.

  1. Agir contra a própria vontade na cama

sexo definitivamente é uma parte importante de uma relação e, apesar de ser bastante divertido, deve ser tratado com bastante seriedade. Além de as experiências sexuais de um casal precisarem necessariamente ser prazerosas para os dois, o ato sexual exige outro fator extremamente importante: o consenso.

O conceito é simples: uma pessoa não deve ser foçada a fazer algo que não quer, seja transar ou experimentar coisas novas, como posições e modalidades diferentes. Há ainda mais questões que devem ser levadas em conta quando o assunto é consenso. O ato de tentar convencer a pessoa de que ela quer fazer aquilo também fere o consenso; a vontade depende única e exclusivamente dela e, segundo Priscila, tentar agradar mesmo sem ter o desejo de fazê-lo não é nada saudável.

“É sempre importante definir o que você gosta e não gosta, tanto na cama quanto no relacionamento. Não é só o parceiro que quer ter prazer”, explica, frisando que respeitar as barreiras que cada um tem a respeito de questões sexuais e compreender a vontade alheia são pontos essenciais de uma relação saudável.

  1. Ter acesso livre às suas redes sociais ou fazê-lo à força

De perfis compartilhados à troca de senha “só por segurança”, o acesso livre de alguém à suas mensagens particulares é algo desnecessário e que fere sua privacidade. Da mesma forma que não é saudável deixar para trás familiares, amigos e hábitos, não é indicado entrar em um esquema em que você não possua assuntos particulares e íntimos.

Bom, se pedir suas senhas (seja pelo motivo que for) é errado, espiar suas redes sociais e mensagens privadas sem o seu consentimento é mais errado ainda. Ter as conversas com outras pessoas fiscalizadas e julgadas pelo parceiro está longe de ser uma demonstração de confiança e sinceridade, já que cria restrições e pode até desencadear brigas desnecessárias. De acordo com a especialista, manter a individualidade dos dois é algo necessário para que o relacionamento siga um rumo saudável.

  1. Deixar seus sentimentos e traumas para lá

Experiências ruins com ex-companheiros, relacionamentos abusivos ou até traumas vindos de situações de assédio e abuso sexual são partes da vida de muitas mulheres. Esse tipo de situação pode gerar medos e inseguranças dos mais variadas, desde problemas de imagem corporal até medo de fazer sexo ou de lidar com determinadas situações, coisas difíceis de se lidar e que requerem bastante compreensão da parte do parceiro.

Quem tem traumas ou distúrbios emocionais como ansiedade e depressão sabe que não é possível simplesmente “deixar para lá” e agir como se nada estivesse acontecendo dentro da própria cabeça. Sim, a pessoa precisa buscar formas de amenizar o problema pelo bem da própria saúde mental, mas, para isso, também precisa de apoio em vez de descaso.

Não é porque você está em um relacionamento com aquela pessoa que ela tem o direito de menosprezar o que você sente. “É importante haver diálogos para entender o que a companheira passou, sempre respeitando o tempo de cada um”, finaliza Priscila.