Líderes democratas dos EUA se manifestam contra o ódio após violência racista

EFE E ROTANEWS176  13/08/2017 12h05

EFE/Olivier Douliery/POOL

Reprodução/Foto-RN176 Ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reafirmou que ninguém nasce odiando a outra pessoa devido à cor da sua pele, o seu histórico ou a sua religião

O ex-presidente Barack Obama e a ex-candidata presidencial Hillary Clinton, principais expoentes do Partido Democrata dos Estados Unidos, se manifestaram neste domingo contra o ódio após os episódios de violência racial do sábado no estado de Virgínia.

“O amor surge com maior naturalidade no coração humano que o contrário”, escreveu Obama em sua conta no Twitter, utilizando uma entrevista do Nobel da Paz Nelson Mandela em reação aos incidentes gerados por uma marcha de supremacistas brancos que foi enfrentada por uma contramanifestação no estado da Virgínia.

Obama, que pouco apareceu publicamente desde que cedeu à presidência ao republicano Donald Trump em janeiro, afirmou que “ninguém nasce odiando a outra pessoa devido à cor da sua pele, o seu histórico ou a sua religião”.

“No one is born hating another person because of the color of his skin or his background or his religion…” pic.twitter.com/InZ58zkoAm

— Barack Obama (@BarackObama) 13 de agosto de 2017

“…For love comes more naturally to the human heart than its opposite.” – Nelson Mandela

— Barack Obama (@BarackObama) 13 de agosto de 2017

Em Charlottesville (Virgínia), três pessoas morreram e outras 20 ficaram feridas ontem quando um automóvel atropelou premeditadamente um grupo de opositores à marcha de ultradireita e um helicóptero policial mobilizado pelos incidentes sofreu um acidente.

Por sua parte, Hillary Clinton também reagiu aos fatos no Twitter e convocou os líderes políticos a serem “fortes nas suas palavras e decididos nas suas ações”.

“O incidente de ódio que nos traz aqui é tão real e condenável como (a presença de) supremacistas brancos nas nossas ruas”, disse a ex-secretária de Estado em seu tweet.

Trump foi muito criticado por ter evitado criticar os supremacistas brancos na sua primeira reação ao incidente.

O protesto de ontem, convocado pela retirada de uma estátua do general confederado Robert E. Lee, considerado um símbolo da defesa da escravidão e o racismo, contava entre seus participantes com figuras da Ku Klux Klan e outros grupos racistas violentos.

“Condenamos nos termos mais contundentes esta atroz demonstração de fanatismo, racismo e violência por múltiplas partes. Múltiplas partes”, declarou Trump ontem em um breve pronunciamento sobre os incidentes de Charlottesville, sede da Universidade de Virgínia e situada a pouco mais de 300 quilômetros de Washington.

A resposta do ex-vice-presidente Al Gore às palavras de Trump foi mais contundente que as de Obama e Hillary.

“Senhor presidente, pelo bem do seu país, peço que tente de novo (…) Peço que repense sobre o que significa ter um ressurgimento da Ku Klux Klan e do movimento nazista marchando e criando este tipo de ódio”, afirmou o também ex-candidato presidencial democrata.

“O país receberá um melhor serviço se o presidente voltar a falar perante o povo e pensar em uma declaração mais meditada e apropriada sobre o que entendemos que está ocorrendo nos Estados Unidos e sobre como avançamos”, acrescentou.

Entre os manifestantes ultranacionalistas e racistas era possível ver muitos que se autodenominavam seguidores de Trump, levando cartazes com seu lema de campanha: “Tornar os Estados Unidos grandes de novo”.

As autoridades identificaram James Alex Fields Jr., de 20 anos e natural de Ohio, como o suposto autor do atropelamento intencional, pelo qual foi acusado formalmente de assassinato.

Fields, de raça branca, foi detido pouco depois de atropelar um grupo de pessoas que protestavam contra a marcha racista, e onde horas antes vinham ocorrendo violentos choques entre manifestantes e opositores.