Movimento neofascista prometeu fazer protesto durante missa
ANSA E ROTANEWS176 25/08/2017 16h03
O padre de uma paróquia em Pistoia, cidade da região italiana da Toscana, entrou na mira de movimentos de extrema direita por conta de seu ativismo em defesa do acolhimento a refugiados e imigrantes.
Massimo Biancalani vem usando sua página no Facebook nas últimas semanas para defender as operações de resgate no Mar Mediterrâneo e irritou grupos ultranacionalistas ao publicar uma galeria de fotos com imigrantes negros em uma piscina.
Reprfodução/Foto-RN176 “E hoje, piscina! Eles são minha pátria, e os racistas e fascistas, meus inimigos”, escreveu o padre italiano na legenda da foto publicada no Facebook Foto: Reprodução
“E hoje, piscina! Eles são minha pátria, e os racistas e fascistas, meus inimigos”, escreveu o padre italiano na legenda. A mensagem enfureceu a liderança do movimento neofascista Força Nova, que prometeu organizar uma presença em peso para “controlar” a missa de Biancalani no próximo domingo (27).
“A ideia da Força Nuova é incomentável, uma loucura. O fato de um movimento se dar o direito de julgar a catolicidade de um padre denota mais sua ignorância do que qualquer outra coisa. É embaraçoso”, declarou o sacerdote.
Por conta da ameaça, o bispo de Pistoia, Fausto Tardelli, decidiu colocar seu vigário-geral para celebrar a homilia ao lado do padre. “Acho que estão passando dos limites. Espero que seja uma brincadeira, ainda que me pareça de mau gosto”, declarou Tardelli.
O protesto da Força Nova foi anunciado por meio de jornais ligados ao movimento, que adota uma plataforma anti-imigração e ultranacionalista. “Querem profanar a eucaristia com a absurda motivação de controlar a atividade de um padre, tornando a celebração um teatro de luta”, acrescentou o bispo.
Outro grupo de extrema direita, o CasaPound, disse que não participará da manifestação, mas chamou a polêmica envolvendo o padre Biancalani de “patético teatrinho”. A Itália é atualmente a principal porta de entrada para refugiados e migrantes forçados na Europa e já socorreu cerca de 100 mil pessoas no Mediterrâneo em 2017.