ROTANEWS176 E ANSA 26/09/2017 15:23
Um homem de 35 anos que estava em estado vegetativo há 15 anos apresentou sinais de consciência, inclusive derramou lágrimas, após receber um implante feito para estimular seu sistema nervoso. O experimento, realizado na cidade de Lyon, na França, em 2016, foi divulgado nesta segunda-feira (25) na revista científica “Current Biology” e contradiz a medicina que diz que um paciente não tem esperanças de retomar a consciência depois de 12 meses em estado vegetativo, segundo os autores do estudo.
Reprodução/Foto-RN176 No entanto, apesar dos bons resultados, o tratamento não devolveu ao homem seu estado original de consciência, mas, por sua vez, o estado vegetativo foi mudado para “um estado de consciência mínima”, segundo exames cerebrais. Foto: BBCBrasil.com
O francês foi diagnosticado com danos cerebrais graves, em coma profundo, após sofrer um acidente de carro em 2001. Os estimuladores foram implantados para estimular o chamado nervo vago (ENV), que liga o cérebro a praticamente todos os órgãos vitais do corpo humano. De acordo com o estudo, o ENV pode auxiliar na restauração da consciência de pacientes que estão há anos em estado vegetativo.
Com o experimento, o homem mostrou melhoras significativas em termos de atenção, movimento e atividade cerebral.
“Estimulando o nervo vago, mostramos que é possível melhorar a presença de um paciente no mundo”, disse uma das autoras da pesquisa, Angela Sirigu, do Instituto de Ciências Cognitivas Marc Jeannerod.
Durante todo o dia e a noite, o paciente recebeu estímulos de 30 hertz em ciclos de 30 segundos, seguidos de cinco minutos de descanso. A intensidade foi aumentada progressivamente. O gerado de impulsos elétricos foi implantado sob a clavícula.
O paciente ainda foi capaz de abrir os olhos e mover a cabeça.
No entanto, apesar dos bons resultados, o tratamento não devolveu ao homem seu estado original de consciência, mas, por sua vez, o estado vegetativo foi mudado para “um estado de consciência mínima”, segundo exames cerebrais.
Os cientistas agora estão planejando um grande estudo para confirmar e ampliar o potencial terapêutico da ENV para pacientes em estado vegetativo ou de consciência mínima.