ROTANEWS176 EIG 10/12/2017 17:37 Por Verônica Maluf
Com projetos renomados sobre política, religião, cultura e violência sexual, Dan Goldman dá aula de como transformar a realidade em HQs e fala sobre novidades
Indicado ao prêmio Eisner e ganhador do prêmio por igualdade de gênero da ONU Mulheres, Dan Goldman se apresentou no última dia da CCXP 2017 falando sobre seu trabalho com quadrinhos e jornalismo. Definindo a si mesmo como “contador de histórias”, Goldman, apesar de ser americano, falou em português o tempo inteiro e chegou a receber elogios da plateia por sua fluência. Por fim, o jornalista prometeu projeto voltado para o Brasil que em breve deve ser divulgado.
Reprodução/Foto-RN176 Dan Goldman durante painel sobre jornalismo e quadrinhos na CCXP 2017- Divulgação/CCXP 2017
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Não-ficção e HQs
No debate “ Jornalismo em Quadrinhos” , Dan Goldman, que é autor de projetos aclamados como “Shooting War”, “Priya’s Shakti” e o recém lançado “Imobiliária Sobrenatural”, falou sobre como inserir a realidade dentro da estética e linguagem das HQ’s. “O poder das história é bem forte e como as histórias em quadrinhos tem cara de diversão as pessoas abaixam a guarda”, explica o quadrinista.
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Tocando em temas espinhosos como política, estupro e islãmofobia, Goldman foca no impacto social que seu trabalho pode gerar nas pessoas. Desmistificando a guerra que a mídia prega contra as religiões islãmicas e abordando abuso sexual com um viés educativo que preza pela conscientização dos homens e união das mulheres para combater esse problema, Goldman declara “tenho fé no poder das histórias para revolucionar a cultura […[ todas as civilizações são bem corruptas, mas os humanos não são o problema […] nós ainda podemos mudar. Temos muito trabalho e estou fazendo a minha parte”.
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Em breve….
Mesmo sendo americano com trabalhos voltados para a realidade do país falando, por exemplo, sobre a eleição de Barack Obama, Goldman explora temáticas internacionais. Os quadrinhos de Priya’s Shakti falam sobre a onda de casos de violência sexual na Índia – e por lá ele é lido, inclusive, como material didático em escolas – mas, para ele, esses problemas são maiores do que a limitação geográfica.
“Eu penso o mundo como um sistema que todas as partes são conectadas. Quando eu falo de estupro na Índia, estou falando da violência com todas as mulheres do mundo […] são sujeitos universais”, explica. Sem revelar detalhes, ele comenta que irá lançar em breve um projeto envolvendo quadrinhos e jornalismo pensado para o Brasil que, segundo ele, irá falar sobre sociedade e cultura.