Terreiro é depredado na Baixada Fluminense

JUSTIÇA

ROTANEWS176 E O DIA 08/05/2018 18:12                                                                                                                  Por Gabriel Thomaz

Intolerância religiosa é uma das linhas da investigação policial; vândalos quebraram imagens e atearam fogo ao local

Reprodução/Foto-RN176 Terreiro foi alvo de vandalismo em Nova Iguaçu – WhatsApp O DIA (98762-8248)

Rio – Um terreiro foi depredado, na madrugada desta terça-feira, na Rua Tegípio, no bairro Cabuçu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Os vândalos atacaram o Centro Espirita Caboclo Pena Branca, que pertence ao sacerdote Sergio Malafaia D’Ogum, quebraram imagens, atearam fogo e picharam a frase “Fora macumbeiros, aqui não é lugar de macumba”.

O Corpo de Bombeiros foi acionado, por volta das 2h, para combater o incêndio. O caso foi registrado na 56ª DP (Comendador Soares). De acordo com a corporação, ninguém ficou ferido. Segundo a Polícia Civil, as investigações estão em andamento e os agentes tentam encontrar os suspeitos do crime.

A polícia destacou ainda que a intolerância religiosa é uma das linhas de investigação. Segundo o babalorixá Sérgio D’Ogum, dono do espaço, o ataque ocorreu no meio da madrugada. “Colocaram fogo e quebraram tudo que eu tinha lá (no terreiro), perdi todo o meu material espiritual. Foi no meio da madrugada, uma vizinha percebeu o incêndio e ligou para os bombeiros por volta das duas e meia da manhã. Também escreveram palavras de ordem na parede, coisas obscenas e muitos palavrões”.

“Eu trabalhava naquele local há 15 anos. Sou muito bem visto aqui em Cabuçu. Distribuo cestas básicas, ajudo com exames médicos e nunca havia recebido sequer uma ameaça. Outro ponto é que as atividades no centro acontecem sempre durante o dia. Eu até poderia trabalhar durante a noite, mas para não atrapalhar o descanso das pessoas sempre evito”. contou o religioso.

“Não vou mudar de local de trabalho, aquilo lá eu construí. Vou ver daqui para frente, mas a tendência é que eu faça uma vaquinha. Preciso pedir ajuda para conseguir voltar com as atividades no Centro. Eu sonho por um país melhor, com menos intolerância religiosa. Onde já se viu isso? Um absurdo, uma falta de respeito sem tamanho”, lamentou Sérgio.