ROTANEWS176 E POR AFP 15/09/18 14h55
Reprodução/Foto-RN176 Em “El Uno”, no estado de Chihuahua, os bisões vivem em semicativeiro com o objetivo de manter a linhagem pura da espécie, também conhecida como búfalos – AFP
O búfalo americano geneticamente puro, que pode pesar até uma tonelada e atingir 1,70 m de altura em sua corcunda, sobrevive no norte do México desafiando as barreiras de fronteira com os Estados Unidos que os impedem de ter o livre trânsito em seu habitat natural.
A 230 km da fronteira, entre Ciudad Juarez e o deserto de Janos, no estado de Chihuahua, se encontra a fazenda “El Uno”, onde, em 2009, foram introduzidos 23 exemplares da espécie considerada ameaçada pela Secretaria de Meio Ambiente do México.
Nesta fazenda, os búfalos, ou bisões, vivem em semicativeiro com o objetivo de manter a linhagem pura da espécie, caracterizada por sua corcunda, chifres e pelo marrom escuro, explicou Pedro Calderón Rodríguez, o administrador de “El Uno”.
A espécie se encontra ameaçada na América do Norte, entre outros fatores, devido à cerca que divide os Estados Unidos do México. No passado, esses animais circulavam livremente entre os dois países.
Atualmente, os Estados Unidos têm quatro áreas protegidas com rebanhos de búfalos de linhagem pura, enquanto o México tem o projeto “El Uno”, do Fundo Mexicano para a Conservação da Natureza e a Comissão Nacional de Áreas.
Entre os tons marrons do deserto e o céu azul, o rebanho é responsável pela regeneração das pastagens, um dos mais diversos e importantes ecossistemas do planeta, mas que também tem sido um dos mais afetados pela ação humana.
“As pastagens precisam de animais como o bisão por causa da dinâmica de pisotear, chafurdar, o estrume, a urina, a saliva, ou seja, a mistura. O distúrbio que a manada de bisão faz na aterra fertiliza a terra”, diz Calderón.
O rebanho mexicano tem 140 animais adultos e 44 crias que nasceram este ano.
Ao nascer, os jovens pesam cerca de 20 quilos. As fêmeas adultas pesam entre 400 e 600 quilos, e os machos, entre 600 e 900, embora existam exemplares que atinjam uma tonelada. Sua vida média é de 15 a 20 anos.
O México se preocupa apenas com a conservação dessa espécie, que em geral não é consumida no país, enquanto os Estados Unidos comercializam a carne e a pele dos espécimes em seu território.