Juiz acusa Kirchner por corrupção e pede prisão preventiva

ROTANEWS176 E POR AFP 18/09/18  03h04

Reprodução/Foto-RN176 A ex-presidente argentina Cristina Kirchner chega a uma corte federal em Buenos Aires no dia 3 de setembro de 2018.

A ex-presidente argentina Cristina Kirchner foi acusada formalmente por envolvimento no escândalo de subornos em troca de obras públicas conhecido como “Cadernos da corrupção”, informou a imprensa local nesta segunda-feira.

Com este caso, Cristina Kirchner (2007-2015) passa a responder a seis processos, mas continuará em liberdade por ter foro privilegiado por ocupar o cargo de senadora, mesmo após um pedido de prisão preventiva.

A ex-presidente “é considerada chefe de uma associação ilícita”, apontou o Centro de Informação Judicial (CIJ).

O juiz federal encarregado do caso, Claudio Bonadio pediu ao Senado a suspensão do foro privilegiado de Kirchner.

Bonadio também acusou e pediu a prisão preventiva de 17 ex-funcionários e 13 empresários. Deste total, cinco ex-funcionários e nove empresários permanecerão em liberdade por terem colaborado com a justiça, entre eles Ángelo Calcaterra, primo do presidente argentino, Mauricio Macri.

Outros sete empresários, quatro ex-funcionários e um ex-juiz estão sendo processados em liberdade.

Bonadio também congelou 4 bilhões de pesos (100 milhões de dólares) em bens de todos os processados.

Há três semanas, o juiz autorizou buscas e apreensões em três residências de Kirchner, uma em Buenos Aires e duas na Patagônia, ao sul do país.

Kirchner esteve duas vezes diante do juiz Bonadio, que investiga o pagamento de subornos milionários por parte dos mais importantes empresários argentinos para obter contratos de construção de obra pública entre 2003 e 2015.

A ex-presidente, que nega as acusações, pediu – sem sucesso – o impedimento do juiz e do procurador Carlos Stornelli.

A justiça também lhe negou um pedido de adiamento de audiência e Kirchner será interrogada nesta terça-feira pelo juiz Sebastián Casanello, em outra causa, que investiga suposta lavagem de dinheiro.