Reajuste vai pesar no bolso do passageiros de transporte público

Trens terão aumento de R$ 0,40 em fevereiro. Barcas, ônibus e metrô também serão reajustados

ROTANEWS176 E POR O DIA 22/12/2018 03h00                                                                                                      Por Antonio Augusto Puga

Reprodução/Foto-RN176 Barca Rio-Niterói passará a custar R$ 6,30 a partir do dia 12 de fevereiro. Charitas x Praça XV custará R$ 17,60 – Marcio Mercante

Rio – O ano novo começa mais salgado para os bolsos dos passageiros de transportes públicos, que terão suas tarifas reajustadas. Os trens terão acréscimo de R$ 0,40 nas passagens e o bilhete das barcas passa de R$ 6,10 para R$ 6,30. Nos ônibus intermunicipais, o aumento entra em vigor em janeiro, mas o Detro ainda irá definir o percentual. No mesmo mês, a passagem dos ônibus da cidade do Rio terá novo preço, segundo o Rio Ônibus (Sindicato das empresas de ônibus), no entanto o valor não foi fechado. O metrô, ainda sem reajuste definido, sofrerá acréscimo em abril.

Autorizado pela Agetransp, que regula os transportes ferroviários, metroviários e aquaviários, a passagem dos trens vai aumentar 9,68%, passando de R$ 4,20 para R$ 4,60, no dia 2 de fevereiro.

Para as barcas Rio-Niterói, a agência utilizou o índice de 3,33%, referente à variação do IPCA (índice de inflação calculado pelo IBGE). O bilhete passa de R$ 6,10 para R$ 6,30, a partir do dia 12 de fevereiro. A ligação Charitas-Praça 15 também teve seu preço aumentado de R$ 16,90 para R$ 17,60 (reajuste de 4,05%), em vigor no mesmo dia.

Os passageiros das barcas e dos trens ficaram surpresos com o aumento logo no início do ano. “Acho um absurdo. Não posso concordar, até porque o serviço deixa a desejar”, afirmou Jaline Consuelo, de 22 anos, moradora de São Gonçalo.

O estudante Lucas Sargeiro, 20, também criticou o reajuste. “O serviço não é bom. Não poderia ter este aumento”, comentou.

Reação na Alerj

Morador de Niterói e usuário constante das barcas, o deputado estadual Flávio Serafim (Psol), disse que o estado do Rio vem passando por um processo de empobrecimento e, por isso, vê com preocupação o reajuste.

“O Rio ainda não se recuperou economicamente. O serviço oferecido pela concessionária (CCR Barcas) não é dos melhores. Existem barcas sem ar-condicionado. Tenho um projeto aprovado que determina a implantação de uma linha social ligando Charitas à Praça 15, mas até agora nada foi feito”, destacou.

A deputada estadual Tia Ju (PRB) foi outra parlamentar que se mostrou contrária. “O reajuste aplicado pela Agetransp precisa de um olhar mais dedicado. Aumentar em 9% a tarifa dos trens urbanos, me parece pouco sensato. A prévia da inflação fechou o ano de 2018 em 3,86% podendo chegar no máximo a 6%. Temos que lembrar que é um transporte de massa e o povo que faz parte desta massa não teve e nem terá todo este aumento”, disse a parlamentar, que completou: “Para se ter ideia, o percentual de aumento do salário mínimo para 2019 não vai chegar a este valor. Os 3% pretendidos para as barcas é até plausível, mas o valor da tarifa a ser praticada de R$ 6,30 para a ligação Rio- Niterói e R$ 17,60 para Charitas é, no mínimo, abusivo”.

O estudante de TI Thiago Silva lembrou que “o país vive uma crise econômica e o trabalhador não tem seu salário reajustado no mesmo nível do que é aplicado para os transportes”. A manicure Ianca França, reforçou a crítica e já prepara os cálculos. “Moro na Praça Seca e trabalho em Madureira, o gasto será maior”.

MP cobra licitação do Bilhete Único 

O Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ), através do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon/DPRJ), entrou com ação na Justiça cobrando do governo estadual que cumpra um acordo homologado e que estabeleça o processo de licitação do sistema de bilhetagem eletrônica no transporte estadual.

O prazo estabelecido no Termo de Ajuste de Conduta (TAC) terminou no dia 1º de agosto. O promotor Guilherme Martins, da 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, destaca que não restou outra alternativa a não ser de cobrar as obrigações previstas no TAC.

O acordo feito pelo Governo do Estado permitiria que o cartão eletrônico emitido por uma concessionária fosse utilizado para pagar a passagem de outros modais, como o metrô, barcas, ônibus ou trens, por exemplo.