Ilha surgiu perto de Tonga há três anos, dando aos pesquisadores uma ideia de como a flora e a fauna se desenvolvem em novos territórios
ROTANEWS176 E POR PLANETA 06/02/2019 20:h00
Reprodução/Foto-RN176 Vegetação que cresce na nova ilha de Tonga. (Crédito: Dan Slayback)
Cientistas da Nasa foram conferir a ilha vulcânica surgida no oceano ao redor de Tonga, ao Sul do Oceano Pacífico, há apenas três anos e descobriram que está coberta por uma lama pegajosa e misteriosa, além de vegetação e vida animal.
A ilha entrou em erupção a partir de um vulcão submerso no início de 2015, e permanece sem nome, mas costuma ser tratada por Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, que são os nomes das duas ilhas vizinhas.
Dan Slayback, do Centro de Vôo Espacial Goddard, da Nasa, descreveu suas descobertas para o blog da Nasa. “Realmente me surpreendeu como era valioso estar lá pessoalmente para algumas das coisas que vimos”, disse Slayback.
A ilha é uma das mais novas do mundo dos últimos 150 anos e das poucas que sobreviveram por mais de alguns meses. Até outubro, a equipe do Centro de Voo Espacial Goddard, da Nasa, vinha acompanhando seu desenvolvimento apenas por meio de imagens de satélite e seu aspecto era de uma praia de areia preta.
Na verdade o terreno é de cascalho do tamanho de uma ervilha, o que dificultou a caminhada dos exploradores na visita que fizeram no fim do ano passado. A vegetação, que já começa a criar raízes, provavelmente foi semeada pelos pássaros que sobrevoam o local e que também já começam a se instalar, como uma coruja-das-torres (Tyto alba).
Reprodução/Foto-RN176 Dan Slayback, pesquisador da Nasa, em visita à nova ilha em Tonga. (Crédito: NASA)
“Nas imagens de satélite, você vê essa lama de barro de cor clara. É muito pegajosa. Então, mesmo que tenhamos visto, não sabemos realmente o que é, e ainda estou um pouco confuso de onde está vindo. Porque não é cinza.”
Amostras de rochas foram coletadas para análise de minerais, e uma unidade de GPS de alta precisão e um drone foram usados para estimar a elevação da ilha e examinar mais de perto a nova terra desabitada. Um mapa em 3D de alta resolução será feito agora na ilha, e Slayback e sua equipe pretendem retornar ainda este ano para um estudo mais aprofundado.
As estimativas iniciais sugerem que a ilha pode sobreviver até 30 anos, antes de sucumbir às pressões do oceano.