Após ser chamada de vaca, mulher diz como venceu bullying por mancha de nascença

ROTANEWS176 E POR IG 09/03/2019 13:42

“Eu era dálmata, girafa, vaca. Me viam como suja e as pessoas pensavam que se falasse comigo as minhas marcas iam pular nelas”, diz Yulianna Yussef

Yulianna Yussef é uma influcienciadora digital de 25 anos. A polonesa tem 101 mil seguidores no Instagram e seu feed é repleto de fotos nas quais aparece plena, no frio de seu país ou curtindo dias em Miami, nos Estados Unidos, sem medo de esconder as manchas de nascença.

Reprodução/Foto-RN176 Yulianna Yussef não tem vergonha em exibir suas manchas de nascença aos 101 mil seguidores no Instagram – Reprodução/Instagram/@yulianna.yussef

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Entretanto, nem sempre foi assim. As manchas de nascença que se espalham por todo o corpo, principalmente costas e barriga, já foram um problema para Yulianna e já a fizeram ser vítima de muito bullying. “Eu era dálmata, girafa, vaca. Me viam como suja e as pessoas pensavam que se falasse comigo as minhas marcas iam pular nelas”, diz.

Nas redes sociais e em uma entrevista ao jornal britânico Mirror lá dá detalhes do que já passou até aprender a conviver com as marcas e como fez para superar o bullying e o preconceito das pessoas.

“Sair com você é como sair com um macaco”

Reprodução/Foto-RN176 Yuilianna encarou muitos olhares tortos e situações complicadas até se aceitar com as manchas de nascença – Reprodução/Instagram/@yulianna.yussef

Yulianna possui nevo melanocítico congênito. Com isso, as células melanócitas que deveriam se espalhar por toda a pele sofrem uma mutação e acabam se acumulando em alguams regiões, gerando as manchas.

Ao jornal, ela fala que passou sofrer com a presença das marcas de nascença  na infância, por volta de 8 anos. Foi nessa época que começou a notar olhares estranhos e que os pais de outras crianças não deixavam que os filhos brincassem com ela. “Pensavam que era algo contagioso”, lembra à publicação.

Com o passar dos anos, o bullying ficou ainda mais intenso. “Uma amiga uma vez me disse: ‘Oh meu Deus, sair com você é como sair com um macaco. Sei que foram apenas palavras e até uma piada. Não fiquei brava com ela, mas depois disso fiquei o verão inteiro em casa e saia apenas por uma ou duas horas quando já estava escuro”, conta Yulianna.

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Também na adolescência, fase que já é repleta de medos e insegurança, a polonesa diz que tinha medo de não encontrar um namorado e se perguntava o que havia feito para merecer isso.

Hora de dar um basta no bullying por causa das manchas de nascença

Reprodução/Foto-RN176 Depois de aceitar as manchas de nascença e superar o bullying, Yulianna diz que passou a se amar e se sentir bonita – Reprodução/Instagram/@yulianna.yussef

Com o amadurecimento, Yulianna afirma que viu que era hora de dizer “basta”. “Estava tão cansada de me esconder e ter medo das pessoas, da reação e das ações delas. Eu me odiava por essa fraqueza e por sentir pena de mim. Aí entendi que ninguém iria me ajudar, só eu mesma”.

Ela ainda fala que nesse processo notou que a grande maioria das pessoas podiam ter alguma reação por não saber o que eram as marcas de nascença, que não se tratava de uma doença.

Isso deu a ideia de criar o Instagram para postar fotos e falar abertamente sobre as manchas na pele .  “Estou feliz por ter feito isso”, afirma. Lá ela fala dos detalhes da condição e também dos problemas que encara, como a coceira, que muitas vezes incomoda bastante, e os pelos nas manchas, os quais ela não pode retirar.

Ela ainda se prepara para uma nova palestra que vai fazer em Londres sobre o nevo e como superou todo o preconceito por causa das manchas de nascença . “Quero ser feliz, saudável, me sentir bonita, confiante e sexy na minha propria pele e vivo isso agora. Mas foi um longo caminho até aqui”.