Ataques a mesquitas na Nova Zelândia: quem é Brenton Tarrant, que se filmou atirando contra fieis que rezavam em mesquita

NOVA ZELÂNDIA

ROTANEWS176 E POR BBC NEWS BRASIL 15/03/2019 11h57

 Australiano de 28 anos transmitiu ataques ao vivo pelo Facebook; em manifesto, ele se descreve como ‘homem branco comum’ e qualifica imigrantes como ‘invasores’.

O atirador que abriu fogo em uma das duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, transmitiu o ataque ao vivo no Facebook.No vídeo, ele se identifica como Brenton Tarrant, um australiano de 28 anos. Pelo menos 49 pessoas morreram e 20 ficaram feridas, 12 em estado grave, em ataques realizados nesta sexta-feira em mesquitas da cidade de Christchurch.

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Reprodução/Foto-RN176 Brenton Tarrant transmitiu ataques ao vivo Foto: BBC News Brasil

O homem levava uma câmera presa em sua cabeça que lhe permitia transmitir não apenas os assassinatos, mas também os momentos anteriores ao atentado, como o interior do carro que ele dirigia e o arsenal de armas preparado para o massacre.

São 17 minutos de vídeo que registram o momento em que ele chega à mesquita Al Noor e abre fogo contra as pessoas.

“Eliminamos rapidamente o vídeo e as contas do atacante no Facebook e no Instagram”, disse a rede social em um comunicado.

A conta do Twitter @brentontarrant também foi encerrada.

As autoridades da Nova Zelândia pediram que o material não fosse compartilhado na internet.

Reprodução/Foto-RN176 Brenton Tarrant abriu fogo contra mesquita Al Noor Foto: Reuters / BBC News Brasil

 Manifesto na internet

Em um manifesto de 74 páginas publicado na conta no Twitter registrada em nome de Brenton Tarrant ele se descreve como um “homem branco comum, de uma família normal que decidiu defender uma posição para garantir o futuro de seu povo”, diz ele.

texto também qualifica os imigrantes como “um grupo de invasores” que “querem ocupar as terras de meu povo e nos substituir etnicamente”.

Alguns trechos do manifesto aludem à “teoria da substituição” que circula entre os grupos de extrema direita.

Seu objetivo não deixa dúvidas: atacar os muçulmanos.

“Eles são o grupo mais odiado de invasores no Ocidente, atacá-los terá o maior nível de apoio.”

Além disso, ele afirma que ao matar esses “invasores”, poderia acabar com a “superpopulação e, assim, salvar o meio ambiente”, diz ele, definindo-se como um “ecofascista”. Ele também disse que foi inspirado por Anders Breivik, o extremista de extrema direita que matou 77 pessoas na Noruega em 22 de julho de 2011.

Nas imagens do Facebook, é possível ver uma das armas usadas mais tarde nos ataques da mesquita de Christchurch.

O rifle aparece coberto com letras brancas, com os nomes de outros atiradores e figuras militares históricas que no passado realizaram chacinas motivadas por raça ou religião e evitaram invasões em seus países.

As frases são escritas em cirílico, armênio e georgiano.

Elas fazem referência também a personagens e eventos da história recente. É possível ler a frase: “Aqui está seu pacto de migração”, informou a agência de notícias Reuters.

O número “14” foi escrito ao lado do rifle como uma referência às “quatorze palavras”, um conhecido mantra da supremacia branca.

Em pronunciamento após os ataques, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Adern, condenou os atentados com rigor, dizendo que os atingidos eram “neozelandeses como todos nós, ao contrário dos atiradores terroristas, que não pertencem ao nosso país.” Ela lembrou que muito provavelmente muitas das vítimas eram imigrantes que tinham escolhido a Nova Zelândia fugindo de conflitos para viver em paz.

Reprodução/Foto-RN176 Há pelo menos 20 feridos, incluindo crianças e idosos Foto: Getty Images / BBC News Brasil

 Australiano com quase 30 anos

As autoridades da Nova Zelândia informaram que uma pessoa foi formalmente acusada de homicídio: um australiano com quase 30 anos de idade. No entanto, seu nome não foi divulgado.

Algumas horas após o massacre, o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, descreveu o detento como um “violento terrorista de direita”.

Outras três pessoas foram presas. Acredita-se que um deles não tenha ligação com os ataques, enquanto os outros dois permanecem sob investigação.

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