No Brasil, uma pessoa morre por acidente de trabalho a cada 3 horas e 40 minutos

ROTANEWS176 E POR AGÊNCIA BRASIL 28/04/2019 09:36

No Brasil, 17.200 falecimentos foram contabilizado entre 2012 de 2018; lesões são ainda mais frequentes e ocorrem a cada 49 segundos

Reprodução/Foto-RN176 Número de acidentes de trabalho subiu entre 2018 e 2017; entre 2018 e 2014, no entanto, registro foi menor

No Brasil, uma pessoa morre  por acidente de trabalho a cada 3 horas e 40 minutos. De acordo com informações do Observatório Digital de Segurança e Saúde do Trabalho, entre 2012 de 2018 foram registrados 17.200 falecimentos em razão de algum acidente ou doença derivados do trabalho.

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Apesar do número ainda alarmante, o número de mortes por acidentes de trabalho caiu nos últimos anos. Em 2014, por exemplo, 2.659 pessoas vieram à óbito em decorrência de acidentes no emprego, número que caiu para 2.022 em 2018.

Apesar da queda, a quantidade de falecimentos aumentou entre 2017 e 2018, passando de 1.992 para 2.022, respectivamente. Confira:

  • 2014:659 mortes
  • 2015:388 mortes
  • 2016:156 mortes
  • 2017:992 mortes
  • 2018:022 mortes

O número fica ainda maior quando são contabilizados apenas os acidentes de trabalho, ou seja, quando não há mortes: um a cada 49 segundos, totalizando 4,7 milhões no período, segundo o Observatório.

Tipos de acidente

Entre as lesões, o tipo mais comum foi corte e laceração, com 734 mil casos (21%). Em seguida, vêm fraturas, com 610 mil casos (17,5%), contusão e esmagamento, com 547 mil (15,7%), distorção e tensão, com 321 mil (9,2%) e lesão imediata, com 285 mil (8,16%).

Já as áreas mais atingidas foram os dedos (833 mil incidentes), pés (273 mil), mãos (254 mil), joelho (180 mil), partes múltiplas (152 mil) e articulação do tornozelo (135 mil).

Áreas com maior registro de acidentes de trabalho

A área com maior incidência de acidentes de trabalho foi o atendimento hospitalar, que registrou 378 mil casos. Em seguida, vem o comércio varejista, com maior número de problemas registrando principalmente em supermercados (142 mil), administração pública (119 mil), construção de edifícios (106 mil), transporte de cargas (100 mil) e correio (90 mil).

No ranking por ocupação, as ocorrências mais frequentes foram as de alimentador de linha de produção (192 mil), técnico de enfermagem (174 mil), faxineiro (109 mil), servente de obras (97 mil) e motorista de caminhão (84 mil).

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Outros levantamentos

Entre os homens, os acidentes foram mais frequentes na faixa etária dos 18 aos 24 anos. Com mulheres, no entanto, os acidentes ocorrem mais tarde, entre 30 e 34 anos.

Na distribuição geográfica, os estados com maior ocorrência destes incidentes foram São Paulo (1,3 milhão), Minas Gerais (353 mil), Rio Grande do Sul (278 mil), Rio de Janeiro (271 mil), Paraná (269 mil) e Santa Catarina (185 mil).

Segundo especialista, preocupação com produção é maior do que com segurança 

Reprodução/Foto-RN176 Para especialista, empresas ainda se preocupam pouco com a segurança de seus funcionários

Para além dos impactos principais e graves dos danos à vida e à integridade de trabalhadores, os acidentes de trabalho também trazem outras consequências. De acordo com o Observatório, 351 milhões de dias de trabalho foram “perdidos”, entre 2012 e 2018, em razão dos afastamentos. Os gastos estimados neste mesmo intervalo chegaram a mais de R$ 82 bilhões.

Na avaliação do coordenador nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho, Leonardo Mendonça, o Brasil ainda tem muito o que avançar. Segundo ele, a preocupação das empresas ainda é com a produção, e não com a segurança em primeiro lugar.

O procurador argumenta que empregadores devem investir tanto em prevenção como no fornecimento de materiais de segurança. “O ideal é ter um a mbiente de trabalho organizado não apenas no sentido de um local limpo, mas saudável, que não seja propenso a adoecimentos”, explicou.

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Segundo o procurador, a construção desse ambiente para evitar acidentes de trabalho envolve uma preparação do conjunto das empresas, inclusive a formação de seus funcionários e pessoas em postos de chefia. “É preciso fazer capacitações com todos os setores da empresa. Desde o topo até o funcionário de chão de fábrica para que tenha carimbo de que realmente ela se preocupa com saúde”, argumenta.