Conheça os animais que arriscaram a vida para que o homem pisasse na Lua

ROTANEWS176 E POR PETÉPOP 19/07/2019 19:16

Neste sábado, dia 20, completam-se 50 anos que o homem pisou na Lua. Até que o astronauta americano Neil Armstrong tivesse o privilégio de cravar a sua bota esquerda em território lunar, muitos animais participaram dos testes que levariam ao voo bem sucedido.

Entre 1948 e 1969, durante a corrida espacial entre EUA e a extinta União Soviética, cães, macacos, tartarugas, camundongos, sapos e até uma gata arriscaram – e, em muitos casos, perderam – as suas vidas. E, nesse dia de celebração dos avanços da humanidade, é a eles que o Pet é Pop presta uma homenagem.

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11 de junho de 1948

Um foguete V-2 Blossom foi lançado ao espaço de White Sands, Novo México, carregando Albert 1º, um macaco rhesus. Por conta da falta de alarde e documentação, Albert é um herói não reconhecido entre os astronautas animais.

14 de junho de 1949

Reprodução/Foto-RN176 Fotos Nasa e Soviet Museum

Um segundo voo V-2 transportando Albert 2º foi lançado do Laboratório Aeromédico da Força Aérea. Atingiu uma altitude de quase 133 quilômetros e despencou rumo ao chão. O macaco morreu no impacto.

31 de agosto de 1950

Outro V-2 foi lançado e carregava um rato não anestesiado que foi fotografado em vôo. A espaçnova subiu, caiu, e o rato não sobreviveu ao impacto.

12 de dezembro de 1949

O último vôo V-2 transportando um macaco foi lançado em White Sands. Albert 4º, também um macaco Rhesus, foi ligado a instrumentos de monitoramento. Foi um vôo bem sucedido e sem efeitos nocivos ao macaco. Até o momento em que tocou o solo, e o animal não sobreviveu.

15 de agosto de 1951

Reprodução/Foto-RN176

Os soviéticos mandam para a subórbita da terra dois cães, Dezik e Tsygan (“Gypsy”) foram lançados. Foram os primeiros cosmonautas suborbitais caninos. Eles foram recuperados com sucesso.

Setembro de 1951

O sucesso do primeiro teste incentivou os soviéticos a mandar o cães Dezik e Lisa no começo de setembro. Esse segundo voo foi infrutífero. Os cães morreram, mas um gravador de dados sobreviveu. Pouco depois, as cadelas Smelaya e Malyshka foram lançadas. Smelaya fugiu no dia anterior ao lançamento. A tripulação temia que os lobos da região a comessem. Ela retornou um dia depois, e o vôo de teste foi retomado com sucesso. O quarto lançamento do teste foi um fracasso, com duas fatalidades caninas. No entanto, no mesmo mês, o quinto teste de lançamento de dois cães foi bem sucedido.

15 de setembro de 1951

No sexto lançamento de cães soviéticos, um deles, Bobik, escapou e um substituto foi encontrado perto da cantina local. Era a vira-lata ZIB (sigla para Substituto para o Cão Perdido Bobik, em russo). Na companhia de outro cão, a cadela chegou a 100 quilômetros de altitude e retornou, sã e salva. Outros cães associados a essa série de voos incluíram Albina, Dymka, Modnista e Kozyavka.

20 de setembro de 1951

Um macaco chamado Yorick e 11 camundongos foram recuperados após um vôo com mísseis Aerobee na Base Aérea Holloman, Novo México. Yorick conseguiu uma quantidade razoável de exposição na imprensa como o primeiro macaco a sobreviver em um vôo espacial.

22 de maio de 1952

Dois macacos das Filipinas, Patricia e Mike, foram colocados em uma cápsula na ponta de um Aerobee na Base Aérea de Holloman. Patricia foi colocada sentada, e Mike em uma posição propensa para determinar as diferenças nos efeitos da aceleração rápida. Disparados a 57,6 km a uma velocidade de 3.200 km/h, esses dois macacos foram os primeiros primatas a atingir uma altitude tão alta. Também nesse vôo foram dois ratos brancos, Mildred e Albert. Eles estavam dentro de um tambor girando lentamente onde eles poderiam “flutuar” durante o período de ausência de peso. A seção contendo os animais foi recuperada com segurança da atmosfera por pára-quedas. Patricia morreu de causas naturais cerca de dois anos depois, e Mike morreu em 1967, ambos no National Zoological Park, em Washington, DC.

3 de novembro de 1957

Reprodução/Foto-RN176

O soviético Sputnik 2 explodiu na órbita da Terra com a cadela Laika a bordo. O nome verdadeiro dela era Kudryavka. Nos EUA, ela foi apelidada de “Muttnik”. Laika era uma vira-lata de rua. Ela foi treinada às pressas e colocada a bordo de um suporte de metal sob a segunda esfera do Sputnik. Não houve tempo para desenvolver uma estratégia de reentrada, e Laika morreu de hipotermia depois de algumas horas. O Sputnik 2 fritou na atmosfera externa em abril de 1958.

23 de abril de 1958

Os EUA Iniciam o projeto MIA (Mouse in Able) lançando um rato. Ele morreu logo após a ignição e explosão do foguete.

9 de julho de 1958

Segundo lançamento da série MIA. A rata Laska sofreu uma aceleração de 60G e 45 minutos de ausência de peso antes de perecer.

23 de julho de 1958

Terceiro rato do projeto MIA, Wilkie morreu no mar logo após o lançamento em Cabo Canaveral em 23 de julho de 1958.

13 de dezembro de 1958

Reprodução/Foto-RN176

Gordo, um macaco-esquilo, foi lançado a 960 km de altura em um foguete de Júpiter, um ano depois que os soviéticos mandaram Laika para o espaço. A cápsula de Gordo nunca foi encontrada no Oceano Atlântico. Ele morreu na queda quando um mecanismo de flutuação falhou, mas médicos da Marinha disseram que sinais em sua respiração e batimentos cardíacos provaram que humanos poderiam resistir a uma viagem similar.

28 de maio de 1959

Reprodução/Foto-RN176

Able, um macaco rhesus nascido nos Estados Unidos, e Baker, um macaco-esquilo sul-americano, seguiram a bordo de um míssil de Júpiter. Os dois animais foram transportados para uma altitude de 500 quilômetros e ambos foram recuperados ilesos. No entanto, Able morreu três dias depois na mesa de operação por conta dos efeitos da anestesia. Baker morreu de insuficiência renal em 1984 aos 27 anos.

3 de junho de 1959

Quatro camundongos foram lançados no foguete Thor Agena no projeto Discoverer 3, parte do programa Corona de satélites espiões dos EUA. Foi o único vôo do Discoverer com uma carga útil de animais. Os camundongos morreram quando o andar superior do Agena disparou para baixo, dirigindo o veículo para o Oceano Pacífico.

16 de setembro de 1959

14 ratos morreram quando um foguete Júpiter explodiu, logo após o lançamento em Cabo Canaveral.

4 de dezembro de 1959

Reprodução/Foto-RN176

Sam, um macaco rhesus, era um animais mais conhecidos do programa espacial. Seu nome era um acrônimo para a Escola da Força Aérea dos Estados Unidos. Ele foi alojado em uma cápsula cilíndrica dentro da espaçonave Mercury no topo de um foguete Little Joe, a fim de testar o sistema de escape de lançamento. Aproximadamente com um minuto de vôo, viajando a uma velocidade de 3.685 km/h, a cápsula Mercury foi abortada do veículo de lançamento Little Joe. Depois de atingir uma altitude de 81,6 km, a espaçonave pousou com segurança no Oceano Atlântico. Sam foi resgatado sem sequelas do voo.

28 de julho de 1960

Na União Soviética, os cães Bars e Lisichka foram lançados de uma Korabl Sputnik, um protótipo da espaçonave tripulada Vostok. O foguete explodiu no lançamento, matando os dois cachorros.

19 de agosto de 1960

Reprodução/Foto-RN176

As cadelas Belka e Strelka foram lançadas dentro do Sputnik 5, junto com um coelho, 40 camundongos, 2 ratos e 15 frascos de moscas e plantas frutíferas. Toda a bicharada foi resgatada com vida. Depois do voo, Strelka deu à luz uma ninhada de seis filhotes, um dos quais foi dado para o presidente americano John Kennedy como um presente para seus filhos.

1º de dezembro de 1960

Também na companhia de ratos, insetos e plantas, as cadelas Pchelka e Muska foram lançadas a bordo do Sputnik 6. A cápsula e os animais foram queimados na reentrada.

22 de dezembro de 1960

Cientistas soviéticos tentaram lançar as cadelas Damka e Krasavka em um Korabl Sputnik. No entanto, o estágio do foguete superior falhou e o lançamento foi abortado. Os cães foram recuperados com segurança após o voo suborbital não planejado.

9 de março de 1961

Reprodução/Foto-RN176

Outra cadela soviética, Chernushka, foi lançada no Sputnik 9. Ela foi levada ao espaço com um cosmonauta fictício, alguns ratos e uma cobaia.

25 de março de 1961

A bordo do Sputnik 10, a cadela Zvezdochka foi lançada com um cosmonauta simulado e testou com sucesso a estrutura e os sistemas da espaçonave.

31 de janeiro de 1961

Reprodução/Foto-RN176

Ham tornou-se o primeiro chimpanzé no espaço. A bordo do foguete Mercury Redstone, ele fez um vôo suborbital muito similar ao de Alan Shepard. Ham foi trazido de Camarões, onde nasceu em julho de 1957, para a Base da Força Aérea Holloman, no Novo México. O plano de vôo original exigia uma altitude de 1184 km e velocidades de até 7.000 km/h. No entanto, devido a problemas técnicos, o resultado ficou muito aquém disso. Ham teve um bom desempenho durante o seu voo e caiu no Oceano Atlântico a 96 km do navio de recuperação. Ele experimentou um total de 6,6 minutos de ausência de peso durante um vôo de 16,5 minutos. Um exame médico pós-vôo descobriu que Ham estava levemente fatigado e desidratado, mas em boa forma. A missão de Ham abriu caminho para o lançamento bem-sucedido do primeiro astronauta humano dos EUA, Alan B. Shepard Jr., em 5 de maio de 1961.

10 de novembro de 1961

Golias, um macaco-esquilo de um quilo e meio, foi lançado em um foguete Atlas E da Força Aérea. Ele morreu quando o foguete foi destruído 35 segundos após o lançamento do Cabo Canaveral.

29 de novembro de 1961

Reprodução/Foto-RN176

A bordo de um foguete Mercury Atlas, Enos se tornou o primeiro chimpanzé a orbitar a Terra. Embora o plano de missão originalmente exigisse três órbitas, devido a um propulsor defeituoso e outras dificuldades técnicas, os controladores de vôo foram forçados a encerrar o vôo de Enos após duas órbitas. Enos pousou na área de recuperação e foi pego 75 minutos após o mergulho. Sua missão concluiu o teste para um vôo orbital humano, realizado por John Glenn, em 20 de fevereiro de 1962.

18 de outubro de 1963

Reprodução/Foto-RN176

Cientistas franceses lançaram a primeira gata no espaço em um foguete Soar Veronique AGI nº 47. Félicette foi resgatada com sucesso após uma queda de pára-quedas.

2 de fevereiro de 1966

Reprodução/Foto-RN176

Os soviéticos lançam os cães Veterok e Ugoyok a bordo do Kosmos 110. O voo foi uma avaliação de efeitos prolongados durante viagens espaciais da radiação em animais. Eles permaneceram 21 dias no espaço, recorde que só seria superado por humanos em junho de 1974, com o voo do Skylab 2.

14 de dezembro de 1966

A primeira missão da série Biosatellite foi lançada a partir de Cape Kennedy. A carga científica, composta por 13 experimentos selecionados de biologia e radiação, foi exposta a microgravidade durante 45 horas de vôo orbital da Terra. Embalagens experimentais de biologia na espaçonave continham uma variedade de espécimes, incluindo insetos, ovos de sapo, microorganismos e plantas. A reentrada na atmosfera não foi alcançada porque o retrofoguete não inflamou e o biosatélite nunca foi recuperado.

15 de setembro de 1968

O ano de 1968 fez com que os EUA se voltassem novamente aos animais para testar seu novo módulo lunar tripulado. Uma carga biológica de tartarugas, moscas, larvas, plantas, sementes, bactérias e outros materiais vivos foi incluída no vôo.

18 de setembro de 1968

A espaçonave Zond 5 voou ao redor da Lua. Em 21 de setembro, a cápsula de reentrada entrou na atmosfera terrestre, freou aerodinamicamente e abriu o pára-quedas a 7 km de altitude. A cápsula caiu no Oceano Índico e foi recuperada com sucesso, mas uma falha do sistema de orientação de reentrada sujeitou os espécimes biológicos a uma reentrada balística de 20G.

10 de novembro de 1968

A espaçonave Zond 6 foi lançada em uma missão de voo lunar. A nave transportava uma carga biológica similar a Zond 5. Ela voou ao redor da Lua em 14 de novembro de 1968. Infelizmente, a espaçonave perdeu uma junta no vôo de retorno e os espécimes biológicos morreram.

28 de junho de 1969

Reprodução/Foto-RN176

A última nave espacial da série Biosatellite foi lançada. A bordo estava um macaco chamado Bonnie, que pesava 6 kg. Planejada para 30 dias, a missão tinha como objetivo investigar os efeitos do voo espacial nos estados cerebrais, desempenho comportamental, estado cardiovascular, equilíbrio hidroeletrolítico e estado metabólico. No entanto, após apenas nove dias em órbita, a missão foi encerrada devido à deterioração da saúde do macaco. Bonnie morreu oito horas depois que ele foi recuperado, devido a um ataque cardíaco causado pela desidratação.

Depois do homem na Lua

Reprodução/Foto-RN176

Após o pouso tripulado lunar da Apollo 11, o papel dos animais foi limitado ao status de “carga biológica”. A gama de espécies ampliou para incluir coelhos, tartarugas, insetos, aranhas, peixes, medusas, amebas e algas. Embora eles ainda fossem usados ​​em testes que lidavam com efeitos de longo alcance sobre a saúde no espaço, desenvolvimento de tecidos e acasalamento em um ambiente de gravidade zero, os animais não geravam mais manchetes. Uma exceção foi um dos últimos vôos da Apollo, o Skylab 3, lançado em 28 de julho de 1973. A bordo estavam Anita e Arabella, duas aranhas. Testes foram feitos para registrar as tentativas bem sucedidas das aranhas de produzir teias no espaço.