ROTANEWS176 E POR PLANETA 12/11/2019 15:50
Câmeras captaram 200 cenas em que o chevrotain, antes considerado à beira da extinção, pode ser observado
Reprodução/Foto-RN176 Chevrotain flagrado por uma das câmeras: 200 registros. Crédito: SIE/GWC/Leibniz-IZW/NCNP
Uma espécie muito rara de um pequeno animal semelhante a um cervo, que se acreditava estar à beira da extinção, foi vista na floresta do noroeste do Vietnã pela primeira vez em quase 30 anos.
Conhecido como chevrotain de dorso prateado ou cervo-rato do Vietnã (Tragulus versicolor), esse animal havia sido registrado pela última vez em 1990, de acordo com um estudo publicado na revista “Nature Ecology and Evolution”. A espécie foi descrita pela primeira vez em 1910, com base em vários animais encontrados perto de Nha Trang, cerca de 450 quilômetros a nordeste da cidade de Ho Chi Minh.
Como não havia observações confirmadas desde 1990, os especialistas concluíram que a espécie deveria ter sido levada à beira da extinção pela caça. Mas o biólogo vietnamita An Nguyen (que trabalha com a Global Wildlife Conservation e é aluno de doutorado no Instituto Leibnitz de Pesquisa em Zoológico e Vida Selvagem) e seus colegas Barney Long e Andrew Tilker decidiram conversar com os moradores de três províncias vietnamitas para avaliar as observações relatadas. Algumas delas eram consistentes o suficiente em relação ao animal, a ponto de justificar a colocação de mais de 30 câmeras ativadas por movimento em habitats florestais próximos.
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Resultados surpreendentes
Os resultados foram surpreendentes: 200 observações confirmadas. “Fiquei muito feliz quando verificamos as armadilhas fotográficas e vimos fotografias de um chevrotain”, disse Nguyen.
Tilker alertou em um post no blog que “apenas porque encontramos essa espécie com relativa facilidade não significa que ela não está ameaçada”. As florestas do sudeste da Ásia estão sob uma tremenda pressão do crescimento populacional e do desenvolvimento e, “portanto, precisamos avançar na curva” sobre conservação, acrescentou Tilker.
“Em uma era de extinções em massa, confirmar a sobrevivência de espécies perdidas fornece raras segundas chances para a conservação da biodiversidade”, escreveram os autores no estudo.