SAÚDE
ROTANEWS176 E POR MINHA VIDA 02/12/2019 18h51
Desenvolvida por pesquisadores da USP, técnica pode ser mais simples e substituir o exame de toque
Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um novo método capaz de detectar o câncer de próstata por meio da urina. Além de ser mais simples, a técnica permite avaliar a agressividade do tumor maligno – ou seja, a gravidade em que ele se encontra e qual o tratamento mais indicado.
Reprodução/Foto-RN176 Nova técnica promete diagnosticar câncer de próstata pela urina – Foto: Shutterstock Foto: Foto: Shutterstock / Minha Vida
SAIBA MAIS
Câncer de próstata: exames mais precisos evitam biópsias desnecessárias
Os pesquisadores almejam realizar novos testes com voluntários de perfis distintos aos estudados até agora. A pretensão é de que, se validada, a descoberta possa fornecer um diagnóstico mais preciso, barato e menos invasivo aos pacientes frente aos métodos atuais, que são o toque retal e um exame de sangue específico.
Diagnóstico de câncer de próstata
Toque retal
O câncer de próstata é a segunda maior causa de morte em homens no Brasil. Mesmo com o dado alarmante, quase metade dos brasileiros com mais de 45 anos nunca fizeram o exame de toque retal, que auxilia o diagnóstico da doença, conforme pesquisa da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
O toque retal é um exame que busca identificar nódulos na próstata que podem estar relacionados ao câncer. Com a justificativa de o exame afetar a masculinidade, o preconceito e a resistência dos homens podem impedir o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
Exame de sangue
O exame dos níveis de Antígeno Prostático Específico (PSA) no sangue costuma ser requerido por médicos para identificar o câncer de próstata. Entretanto, ele não é suficiente: também é necessária uma biópsia, pois os resultados do PSA podem indicar outras doenças, como prostatite (inflamação da próstata).
Fatores de risco identificados
A pesquisa foi realizada por estudiosos do Laboratório de Investigação Médica da Disciplina de Urologia (LIM 55) da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), em parceria com o ICB (Instituto de Ciências Biomédicas) da USP.
Iniciado em 2014, o estudo contou com 12 pacientes avaliados, sendo metade com câncer de próstata e a outra metade com tumor benigno.
A partir de espectrometria de massa (método que mede a massa e a estrutura das moléculas) na urina, foi observado que a urina pode apresentar substâncias que indicam processos químicos ligados ao desenvolvimento de tumores na próstata.
Pacientes que tinham 56 glicoproteínas nas amostras, que é um tipo de proteína ligada a carboidratos, apresentaram câncer de próstata. O resultado obtido teve 100% de precisão.
Gravidade do câncer
O novo exame de urina não só é capaz de identificar a presença de câncer de próstata, mas também a agressividade do tumor de forma mais precisa.
Saber a gravidade da doença é de extrema importância, segundo os pesquisadores. Isso porque alguns pacientes não apresentam sintomas, principalmente em estágio inicial. A falta de sinais dificulta o diagnóstico e só permite o tratamento quando o câncer está mais evoluído, o que pode dificultar a cura.
Assim, a possibilidade de averiguar a agressividade do câncer permite que os médicos tomem uma decisão mais certeira sobre aguardar novos sinais da doença ou se o tratamento deve ser iniciado de imediato.
Combate ao câncer de próstata
Saiba como prevenir o câncer de próstata e outros cuidados
Descubra quando é preciso fazer exames de próstata
Veja os mitos que assombram os homens em relação à doença